CCBB Brasília traz espetáculo com Eduardo Wotzik que vive Hannah Arendt
No palco do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, o premiado ator, diretor e autor de teatro Eduardo Wotzik, de barba e salto alto, dá vida a importante cientista política do Século XX em Hannah Arendt - Uma Aula Magna
Considerado um dos mais representativos artistas do teatro brasileiro, com mais de 45 anos dedicados à investigação da cena, Wotzik traz ao nosso tempo a cientista política Hannah Arendt (1906-1975). Nesse seu mais novo espetáculo, o qual atua, dirige e assina a autoria, compartilha, em tom bem-humorado, ideias, pensamentos, experiências e filosofias da aclamada pensadora.
Em um grande momento do teatro brasileiro, Hannah Arendt - Uma Aula Magna surpreende e convida a refletir nossa noção de civilidade e cidadania. Segundo comentário da crítica e ensaísta Ana Paula Soares, a peça “carrega consigo a potência do teatro de Wotzik, consegue nos atingir onde menos esperamos, e nos transforma por um canal que não somos capazes de controlar.”
Sucesso absoluto nos teatros do Rio de Janeiro e dos CCBBs Belo Horizonte e São Paulo, o espetáculo chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Brasília para temporada de 17 de outubro a 3 de novembro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e domingo às 18h. Os ingressos, à R$ 30 (a inteira), estarão disponíveis a partir de sábado (12/10), na bilheteria do CCBB e no site https://ccbb.com.br/brasilia/.
Chamada de “Artivismo” quando de sua estreia, essa aula magna sobre educação e a importância do pensamento resulta numa provocante investigação sobre a cena e suas possibilidades. Uma vez que traz seu próprio criador, o ator e diretor de salto alto e barba no papel de Hannah, numa liberdade que só o Teatro proporciona. Para Wotzik, “o teatro será sempre o lugar onde nos encontraremos para lembrar uns aos outros de que somos humanos”. No palco, Hannah discorre sobre temas como ética, Eichmann, escola, a massa silenciosa, a banalidade do mal e nossas crianças.
Teatro foi o que Eduardo escolheu para fazer na vida, “é uma grande brincadeira, um dos poucos lugares onde você pode mentir à vontade, conjecturar com segurança e dessa vez, escolhi a educação como tema”, comenta o artista, que acha a educação ser o único caminho para salvar o que nos resta de humanidade. “Então, me impus a missão de apresentar algo ao mundo que pudesse servir, que não fosse uma frase genérica: ‘o importante é educação’, mas uma proposta útil e que levantasse temas sensíveis e assimiláveis, de modo que quem não entendeu, é porque não quer mesmo”, descreve.
Foi nesse momento que Hannah Arendt se apresentou ao artista como representante desse lugar de fala, “me mostrou novos caminhos, me fez olhar mais longe, me falou da importância do pensamento, da diferença entre educar e ensinar, de valorar o indivíduo no que ele pode oferecer de mais original”, detalha. O espetáculo, segundo o ator, diretor e autor “é uma celebração ao professor, a todos aqueles que dedicam suas vidas à educação de si e do próximo, é uma homenagem a todos aqueles que elegeram a vida como norte e vem repetindo o óbvio pelo tempo que for preciso”.
Hannah Arendt – Uma Aula Magna resulta de um longo processo, “quando escrevi o texto, diz Wotzik, eu estava desesperado porque o perigo era iminente, mas aí veio a pandemia e não deu tempo de aplacar a fúria do fascismo que ascendia, e então, ele veio e se espalhou rasteiro. Esse texto é minha resposta: eu não morri, eles não conseguiram me matar e meu artista saiu dela mais vivo do que nunca”, acentua.
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