Com mais de 30 anos de carreira, o veterano Earl Sixteen prova que é possivel preservar as raÃzes sem parar no tempo. O cantor jamaicano vem ao Brasil pela primeira vez este mês para uma turnê com o Digitaldubs. Rio, São Paulo, Brasilia e Pindamonhangaba vão poder curtir um pouco da história desse artista que passou pela era clássica do reggae roots e continua plena atividade.
Earl começou a carreira na década de 70 e trabalhou com os mais importantes produtores dessa época: Lee Scratch Perry, Augustus Pablo, Coxsone Dodd (Studio One), Mikey Dread, Joe Gibbs, Linvall Thompson, Sly and Robbie, Derrick Harriot, etc. Com sua voz distinta e mensagem consciente, ele vem emplacando hits na Jamaica e da Inglaterra há mais de 30 anos. E continua na ativa lançando novos singles regularmente e fazendo shows mundo a fora.
Por volta dos 16 anos fez sua primeira gravação, como parte do grupo The Flaming Phonics, que formou com amigos de escola. Depois, com outro colega, Winston McAanuff, foi ao estúdio do produtor Joe Gibbs e gravou o clássico "Malcolm X". Gibbs gostou tanto da música que preferiu refazê-la com seu artista mais famoso na época - Dennis Brown. Logo depois Sixteen foi convidado pelo experiente músico Boris Gardiner a entrar pra sua banda pra tocar por toda a Jamaica. Para o cantor - ainda adolescente – foi um grande aprendizado. E como Boris também fazia parte dos Upsetters (banda do estúdio Black Ark de Lee Perry), Earl logo começou a freqüentar o estúdio mais criativo daquele tempo e conviver com artistas como The Congos, Heptones, Bob Marley, Augustus Pablo e Hugh Mundell. Lá gravou músicas como "Cheating" e "Freedom". Com Augustus Pablo, pelo selo Rockers, fez "Changing World" e "Rastaman is a Peaceful Man". Ainda no final dos anos 70, Mikey Dread fazia um programa diário de rádio onde sempre tocava "Freedom" de Earl 16. Com Mikey começando seu próprio selo em 1980, foi natural que logo os dois se juntassem pra fazer algum trabalho. Daà saiu o LP "Reggae Sound" produzido por Mikey Dread "at the controls", com Roots Radics como banda de acompanhamento e a mixagem feita por Scientist no estúdio de King Tubby. Com um time desses, o disco é uma obra prima no estilo "rub-a-dub". Apesar de não ter feito muito sucesso na Jamaica (talvez pela mixagem bem experimental), o disco foi muito popular na Inglaterra.
Com os anos 80 e a chegada do dancehall, Earl continuou fazendo música com vários produtores, seguindo a evolução natural da música jamaicana. Foi no Studio 1 onde gravou seu maior sucesso desse perÃodo, "Love is a Felling", e na seqüência lançou o LP "Showcase" incluindo outros hits como “Mash Up the Danceâ€. Em 1985 fez sua primeira turnê na Inglaterra e, depois de algumas idas e vindas entre Jamaica e Reino Unido, onde acabou se estabelecendo. Os trabalhos seguiram com vários produtores ingleses. O estilo lovers rock (reggae romântico) estava em ascensão total por lá e com o cover de "Holding Back the Years" Earl emplacou mais uma. O flerte com a música eletrônica aconteceu nos anos 90. Na mesma época que Horacy Andy fazia parceria com Massive Attack, Sixteen foi procurado pelo Leftfield. Outras colaborações com grupo Dreadzone renderam mais misturas e ele chegou a emprestar a voz para versões dub do Gorillaz.
Earl Sixteen continua produzindo com grandes nomes hoje - Mad Professor, Gussie P, Manassah, Zion Train, e uma lista que não acaba. Em 2009 lançou o single "Pirate´s Game" com produção do Digitaldubs, um "rub-adub" com tempero brasileiro pra deixar todos com vontade de ver Earl Sixteen ao vivo no Brasil! Esse desejo se tornará realidade nos dias 9, 10, 11 e 12 de setembro, quando Earl estara em turnê por aqui.
Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!