Kathryn Bigelow gravou seu nome na história do cinema ao ser a primeira mulher, em 82 anos de Oscar, a levar a estatueta de melhor direção por “Guerra ao terror”, que também ganhou como melhor filme. Um reconhecimento bem atrasado se percebermos o grande número de mulheres em todo o mundo que, há muito tempo, ocupa o lado de trás das câmeras. Um recorte dessa produção pode ser acompanhado no ciclo de cinema “Espaço feminino”, que o Instituto Cervantes promove de 25 a 28 de março no Centro Cultural Banco do Brasil/Cinema 2 (Rua Primeiro de Março, 66), com sessões às 18h (domingo) e 19h (quinta a sábado).
O ciclo apresenta dois documentários, uma ficção e cinco curtas-metragens contemporâneos realizados por cineastas espanholas. “O melhor de mim”, dirigido por Roser Aguilar, abre a programação na quinta-feira. O primeiro longa da diretora nascida em Barcelona e formada pela Escola Superior de Cinema i Audiovisuais de Catalunya conta a história de Raquel, uma mulher que, quando criança, perguntava a si mesma o que faria se ninguém a amasse. Adulta, se questiona até que ponto ela está disposta a ir pelo amor quando conhece Tomás.
Já no documentário “O segredo de educar”, a diretora Sonia Tercero foca a história de três mulheres que fundaram uma escola em 1940 enfrentando a ditadura franquista. Ex-aluna, Sonia revela que quase 70 anos depois muitos pais matriculam seus filhos ainda movidos pelo clima da clandestinidade e enfrentamento e promovem vários encontros com antigos colegas de turma.
Uma experiência pessoal foi também o ponto de partida para a diretora Carla Subirana fazer seu longa “Nadar”. Criada numa família só de mulheres, ela tem verdadeira fascinação pela misteriosa figura do avô, que foi morto em 1940 em Barcelona. Idealizando se ele foi ou não um revolucionário, Carla questiona a memória e nossa capacidade de preservá-las. O que também traz à tona questões delicadas sobre histórias familiares: a que membros elas pertencem? Quem tem o direito ou não de revelá-las?
No domingo, para encerrar o ciclo, haverá uma sessão de curtas a partir das 18h. Em “Ás de copas”, de Silvia Gonzalez, um idoso que passa os dias jogando cartas num bar tem que cuidar da neta que mal conhece por uma tarde. Já a diretora madrilenha Marisa Lafuente comparece com seu “Rêmoras”. Nele, os personagens passam o ano novo dentro de um carro e questionam: é mais fácil perdoar ou ser perdoado? Com prêmio de melhor argumento no Festival Internacional de Cinema de Arouca, o curta “Teste”, de Marta Aledo e Natalia Mateo, enfoca quatro mulheres em momentos cruciais, quando uma notícia mudará de suas vidas. Em “A aula”, a diretora beatriz M. Sanchís registra desde o primeiro contato de alunos de um colégio de Madri com aulas de interpretação até a apresentação final do curso. A sessão encerra com “Dolores”, primeiro filme da diretora Manuela Moreno, ganhou vários prêmios, como os do Festival Internacional de Curtas e Cinema Alternativo de Benalmádena, em Málaga, e o da 13ª edição da Mostra de Curtas de Vilafranca del Penedes, em Barcelona. Na história, duas pessoas se encontram casualmente e tentam dividir sonhos e esperanças.
Dia 25 (quinta): “O melhor de mim” (Lo mejor de mi), de Roser Aguilar (2007). 86 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
Dia 26 (sexta): “O segredo de educar” (El secreto de educar), de Sonia Tercero (2008). 60 min.
Dia 27 (sábado): “Nadar” (Idem), de Carla Subirana (2008). 94 minutos.
Dia 28 (domingo): Sessão de curtas – “Às de copas”, de Silvia Gonzalez Laá (2006); “Rêmoras”, de Marisa Lafuente (2007); “Teste”, de Marta Aledo e Natalia Mateo (2007); “A aula”, de Beatriz M. Sanchís (2008); e “Dolores”, de Manuela Moreno (2008).
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