Dá para perder um pouco do fôlego ao ler o currÃculo de Makely Ka, e só então se entende completamente quando o descrevem como “agitador culturalâ€. Além de ser poeta e compositor (um dos mais gravados de sua geração), Makely escreve livros, idealiza e produz eventos, edita uma revista, participa da curadoria de grandes projetos culturais, compõe trilhas para o cinema, foi membro da Comissão Técnica de Avaliação de Projetos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e ainda consegue manter uma movimentada vida polÃtica.
É esse o artista que sobre ao palco do Stereoteca nesta quarta-feira, 6 de junho, lançando Autófago, seu primeiro trabalho solo. Sobre o CD, Makely Ka manda avisar desde a apresentação no encarte:
este cd é apenas o suporte do seu conteúdo, que é o que realmente importa: a música. no inÃcio a música existia apenas durante o tempo de sua execução. não era palpável. a única forma de armazenamento era a memória, assim como a poesia que também era música antes da escrita. hoje cada vez mais a música é menos palpável mais uma vez. o armazenamento continua sendo a memória, mas agora ela é mais inorgânica – de silÃcio - e cada vez mais coletiva. entre samples e bytes, a música se autoconsome e volta à s suas origens. por isso este cd pode ser copiado e distribuÃdo pelas pessoas de bem, sem qualquer restrição, desde que seja feito de forma gratuita, assim como faziam os aedos na grécia antiga e os cantadores no nordeste brasileiro algumas décadas atrás.
Todas as faixas e a também a arte da capa do CD estão disponÃveis aqui.
Para o show da Stereoteca, promete um diálogo aberto com toda uma tradição de criadores, citando influências notáveis como Itamar Assumpção, Paulo Leminski, Jorge Mautner, Torquato Neto, Tom Zé, Glauber Rocha, Waly Salomão, Jards Macalé, Chacal. Armado com a palavra, utiliza uma linguagem anárquica e faz guerrilha contra as mazelas e as mediocridades do cotidiano. Sem fazer concessões, Makely bate forte e colocado, brindando o público com um espetáculo lúdico e arrebatador. Parece imperdÃvel, não?
AUTOFAGIA
Autófago é aquele que come a si mesmo. Com essa metáfora, Makely Ka se assume auto-produtor e escancara a realidade dos artistas independentes que participam de toda a cadeia de produção cultural: “criam, produzem, divulgam, distribuem, ensinam e, não raro, consomem seus próprios produtosâ€, diz no editorial de um de seus projetos, a Revista de Autofagia.
“Acho natural permanecer independenteâ€, conclui Makely Ka, que é o primeiro artista mineiro a conseguir na Justiça o direito de exercer livremente a profissão de músico sem a obrigatoriedade de filiação à Ordem dos Músicos no Brasil.
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