Mostra de Cinema Japonês no “MIS”
100 anos de imigração japonesa merecem uma mostra de pelo menos 100 filmes japoneses mas, por enquanto, serão apenas 7. O Cinema do Japão é único em sua forma e universal em seus temas, mas o que é mais interessante na produção japonesa é que mesmo que exista a tendência a se perceber um único padrão estético, ele inexiste.
Jean Albernaz
Curador da Mostra
Dia 09 às 15h e 18h30
KIDS RETURN
(Kizzu ritân), de Takeshi Kitano
1996, Cores, 107 min - Censura 14 anos
Masaru e Shinji são dois delinquentes juvenis que depois de largarem a escola seguem caminhos diferentes. Um se encontra no Boxe e o outro se torna um Yakuza. Primeiro filme de Kitano depois de um sério acidente que paralisou parte do seu corpo, KIDS RETURN, cheio de referências auto-biográficas, é uma conciliação do autor com o seu passado. Vencedor do prêmio de melhor ator estreante pela Academia Japonea de Cinema em 1996.
Dia 10 às 15h e 18h30
ASSASSINATO NO INFERNO DE ÓLEO
(Onna goroshi abura no jigoku), de Hideo Gosha
1992, Cores, 115 min – Censura 16 anos
Em ASSASSINATO NO INFERNO DE ÓLEO, Hideo Gosha se distância do cinema de ação que fez seu nome nos apreciadores do cinema de gênero e se aproxima de um drama de época com a história de Okichi, entediada esposa de um vendedor de óleo, e a sua paixão pelo jovem Yohei, filho de um ex-parceiro comercial de seu marido. Último filme de Hideo Gosha e vencedor de vários prêmios da academia japonesa de cinema em 1992.
Dia 11às 15h e 18h30
O FERRÃO DA MORTE
(Shi no toge), de Kôhei Oguri
1990, Cores, 115 min – Censura 12 anos
Um casal enfrenta a sua primeira crise conjugal quando Mishio descobre que seu marido, que a orgulhava com sua aparente fidelidade, mantinha um caso. Vencedor de mais de 14 prêmios, entre eles o Grande Prêmio do Júri em Cannes.
Dia 12 às 15h e 18h30
A ROTINA TEM SEU ENCANTO
(Sanma no aji), de Yasujiro Ozu
1962, Cores, 112 min - censura 12 anos
Em seu último filme, Ozu apresenta mais uma vez seu olhar sobre a família do japão pós-guerra com a história de um viúvo que tenta casar sua filha, já com 24 anos, por receio que ela se torne amarga se continuar solteira. O estilo visual de Ozu, com suas câmeras baixas e estáticas, faz de A ROTINA TEM SEU ENCANTO uma prazerosa introdução ao cinema de um dos mais importantes diretores japoneses.
Dia 13 às 15h e 18h30
CONTOS DA LUA VAGA DEPOIS DA CHUVA
(Ugetsu monogatari), de Kenji Mizoguchi
1953, P&B, 94 min - censura 12 anos
Baseado nas histórias de Guy de Maupassant e Ueda Akinari, a obra seminal de Mizoguchi mostra dois homens tentando escalar as rígidas estruturas sociais do Japão Feudal durante a guerra civil em um filme onde a fantasia e o sobrenatural são tão naturais quanto a realidade. Indicado ao Oscar de Melhor Figurino em 1956 e ganhador do Leão de Prata no Festival de Veneza em 1953, CONTOS DA LUA VAGA é o filme que apresentou Mizoguchi para o ocidente.
Dia 14 às 15h e 18h30
HARAKIRI
(Seppuku), de Masaki Kobayashi
1962, P&B, 134 min - Censura 16 anos
A destruição da dignidade de um samurai que deve vender sua espada para aplacar a fome de sua família, esconde nas entrelinhas uma dura crítica ao autoritarismo frente à moral pessoal neste filme, escrito por Shinobu Hashimoto, roteirista do clássico RASHOMON de Akira Kurosawa. A estrutura de complexos flashbacks impressionou Cannes, entregando a HARAKIRI o Prêmio Especial do Júri em 1963.
Dia 15 às 15h e 18h30
DESEJO PROFANO
(Akai satsui), de Shohei Imamura
1964, P&B, 150 minutos - Censura 14 anos
Um dos grandes filmes da "Nouvelle Vague" japonesa (Noberu Bagu), Desejo Profano conta a absurda história de uma dona de casa que vive abusada moralmente pelo seu marido e sexualmente.
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