Axés, tambores, fitas, danças, alegria, canto, rezas e estórias. Com esse cenário estréia o espetáculo teatral O Império de São Benedito, concebido por Karine Jansem, no espaço Cuíra em Belém.
O espetáculo, que conta a trajetória da Festa da Marujada de São Benedito, em Quatipuru, cidade localizada à 270 Km de Belém, cuja origem remonta à 1838, quando um grupo de vinte e um escravizados pede permissão para realizar uma festa ritual para o Vodun Toiá Verequete, que compoem o panteão religioso do povo Mina-jeje – mais tarde sincretizado a São Benedito, por questões políticas e religiosas – dando início a Festa da Marujada de São Benedito. Cuja ritualística fornece o material dramaturgico com que a artista Karine Jansem e elenco mergulham para criar o seu Império.
A escrita cênica de O Império de São Benedito faz parte da pesquisa desenvolvida por Karine no programa de pós doutorado em artes cênicas da UFBA. Fruto de sua convivência na cidade de Quatipuru, onde nas palavras de Karine “ No imaginário dos habitantes de Quatipuru, São Benedito participa da vida das pessoas como um integrante da família. A relação de proximidade com o divino revela a poética de uma festa que une diferenças e atravessa o tempo, reunindo toda a população de uma cidade em torno do louvor ao santo. Todos os anos, dia 26 de dezembro, após a saída das marujas na rua, com canto e dança, a cidade organiza um grande almoço para o santo, onde todos sentam à mesa e comemoram juntos.”
O espetáculo recria a festa, suas formas de expressar a fé e as relações entre as pessoasa partir da narrativa dos habitantes da cidade, de fatos históricos, dos relatos dos milagres do santo e de toda a rica teia de significados presentes nos objetos, roupas e cores da festa da Marujada.
O Império de São Benedito está em Cartaz no Espaço Cuíra, Rua Riachuelo com primeiro de Março as 20:00hrs.
Temporada:
19, 20, 26 e 27 de abril
02, 03, 04 de maio
Ficha Técnica
Elenco: Ester Sá, Margareth Gondim e Michel Amorim
Direção: Karine Jansen
Assistência de direção: Jhonny Russel
Cenário: karine jansen
Iluminação: Milton Aires
Execução da iluminação: Mauricio franco e Milton Aires
Sonoplastia: André Mardock
Figurino: Mauricio Franco
Costureira: Núbia Goiano e Lucila Vasconcelos
Foto-divulgação: Wlad Lima e André Mardock
Designer Gráfico: André Mardock
Cenotécnico: Thiago Figueiredo e Ronaldo Magalhães
Bilheteria: Patricia Gomes e Musa Russel
Parabens ...Belo trabalho de divulgação. bj
Cintia Thome · São Paulo, SP 18/4/2008 15:46
Natália Amorim · Belém (PA) ·
O Império de São Benedito, Belém, PA · 19/4 a 04/5
Muito Bacana o seu Trabalho.
Informando, instruindo e dando Razóes para crer que por maiores que sejam as lutas da vida, Vale a pena.
Ninguém esta só nem nada esta abandonado.
....A relação de proximidade com o divino revela a poética de uma festa que une diferenças e atravessa o tempo, reunindo toda a população de uma cidade em torno do louvor ao santo....
Comovente e belo
Parabéns
Abração Amigo
Olá Azuir, grata. O texto é criado em sima do release da Karine Jansem. Por ser um espetáculo escrito a partir de uma pesquisa de doutorado, e de um assunto tão vasto e tão pouco conhecido - a cultura Mina-jeje e seus sincretismos, no caso a Marujada de São Benedito em Quatipuru - o texto acima foi construido a partir do release original, e do que pude absorver no ensaio. Abs!
Natália Amorim · Rio de Janeiro, RJ 19/4/2008 13:09
Natália,
Precioso este seu post. Principalmente, pela pertinência da pesquisa formal que que inspirou o conteúdo do espetáculo (geralmente os elementos mais pesquisados em nosso teatro, no aspecto formal, são baseados em material estrangeiro, considerado mais 'muderno').
O aspecto mais instigante para mim neste trabalho, é o mesmo que você assinala: A ocorrência da Cultura Mina-jeje que é uma coisa muito rara no Brasil.
Para quem não sabe, esta etnia africana chamada de Jêje (os 'Ewe') é oriunda do antigo império do Dahomey (hoje República do Benin). Esta gente veio, na mesma época (embora em menor escala) que os Yorubas da Nigéria, para o nordeste (e descubro agora, também para o Norte) do Brasil, principalmente durante o chamado ciclo açucareiro (sec 17), sendo embarcada para cá a partir de um grande entreposto localizado no Castelo de El Mina (daí o nome 'Mina') no litoral norte da África.
As referências mais vívidas da cultura deles para os leigos é o Vudu do Haiti (uma religião estruturada em torno do símbolo místico da serpente de Dan) que, ocorre também no Brasil (Maranhão) onde temos muito forte ainda o culto das vudunces (sacerdotisas de Dan) do chamado 'Tambor de Mina' (não confundir com o profano 'Tambor de crioula'). Tambor de Mina e Vudu: Tudo a ver.
É riqueza demais da conta os nexos e novos sentidos formados pelo entrecurso de culturas, destas várias procedências no Brasil. pena que a maioria dos brasileiros não se dê conta disto e fique por aí, pescando peixe morto em oceanos distantes.
Marujada, o 'suporte' estético do espetáculo, todo mundo já deve saber, é uma dança popular de alguma inspiração católico-lusitana, usada como tantas outras danças do tipo, generalizadamente, como estratégia de colonização político-ideológica ('catequese') contra negros e índios no Brasil. Deu no que deu, graças a Deus.
Fiquei muito curioso em saber mais detalhes sobre a pesquisa e sobre o espetáculo.
Abs
a cultura promove pensamentos tao distantes tornarem-se tao proxinos, parabens
Renata Silva · Aracaju, SE 21/4/2008 20:00
Fiquei muito feliz te ter visto um espetáculo simples , bonito e com pessoas que adimiro muito.
Danilo Bracchi
Oi ,
Boa sorte no Espetáculo!
Estou divulgando o evento 'Dia D do RPG' , está na fila de votação da agenda.. se der dá uma passadinha por lá e vota.
http://www.overmundo.com.br/agenda/dia-d-do-rpg-agita-a-universidade-veiga-de-almeida
Beijo
Natália Amorim · Belém (PA)
O Império de São Benedito, Belém, PA · 19/4 a 04/5
·
Um voto de alegria e orgulho.
Uma visita para encher a alma de razóes e ir em frente.
Bagagem de amor e disposicáoção de lutar pela Justiça, pelo amor ao próximo e pela igualdade.
Louvor ao Santo
Parabéns e abração Amigo
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