POESIA EXPERIMENTAL NO INSTITUTO CERVANTES

“Escrituras na liberdade� traz obras de poetas espanhóis e hispânicos


O Instituto Cervantes apresenta a exposição “Escrituras na Liberdade: Poesia Experimental Espanhola e Hispano-americana do Século XX� a partir do próximo dia 3, com entrada gratuita, em sua sede em Botafogo. Composta por uma grande variedade de material que envolve livros, serigrafias, objetos, poemas, filmes e fotografias, a mostra pretende aproximar o público, pela primeira vez, das linguagens poéticas experimentais que foram criadas na Espanha e na América Latina ao longo do século passado.

Libertária e de vanguarda, a poesia experimental espanhola inaugurou um período de reconstrução dos campos da linguagem e do visual, na maioria das vezes unindo os dois e criando peças de alto teor artístico. O movimento revolucionou as artes se dividindo em dois atos – o primeiro no início do século passado, quando surgiu o novo modelo; e depois, nos anos 60, já dialogando com a poesia concreta, batizada inclusive pelo brasileiro Augusto de Campos e com muita força no Brasil. Hoje, é possível ver o reflexo dessa poesia experimental em diversos outros campos como design, música, cinema e artes visuais em geral.

Na primeira parte de “Escrituras na Liberdade� serão mostradas obras de autores espanhóis do citado primeiro ato, como J. M. Junoy, Ernesto Giménez Caballero e Ramón Gómez de la Serna, e latino-americanos, como Juan José Tablada e Vicente Huidobro. Em seguida, a partir dos poemas visuais de Julio Campal, aparecem Juan Hildago, Joan Brossa e José Miguel Ullán, considerados os autores de maior destaque na década de 60. Paralelamente ainda serão apresentadas peças de autores contemporâneos hispano-americanos, como Clemente Padín e Guillermo Deisler, e da nova geração, como Valcárcel Medina e Eduardo Scala.

A exposição

“Escrituras na Liberdade� teve sua primeira montagem no ano de 2009, em Madri, em virtude do centenário do “Manifesto Futurista� escrito pelo poeta italiano F.T. Marinetti, que apareceu na primeira página do jornal “Le Figaro�, em Paris, repercutindo, apenas dois meses depois, na revista espanhola “Prometeo�, pelas mãos de Ramón Gómez de la Serna. O conteúdo, na época, foi o ponto de partida para uma renovação estética jamais vista antes, inaugurando assim um período de vanguarda poética na Espanha. Esse movimento ficou conhecido por marcar a entrada do Ocidente na modernidade artística através também de países como México, Cuba, Peru, Venezuela, Portugal, Argentina e Brasil, entre outros.