Compositores com a verve de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Radamés Gnattali (1906-1988) sempre serão celebrados pela genialidade de suas criações. Neste 2009, com a passagem dos 50 anos da morte de Villa-Lobos, a CAIXA Cultural exalta a obra do maestro e apresenta a série de concertos 'Bem Brasileiro', com o Quarteto Radamés Gnattali, reconhecido como um dos mais vibrantes, dinâmicos e versáteis de sua geração. Os concertos serão nos dias 9, 10 e 11 de abril, no Teatro de Arena da CAIXA Cultural, às 19h30, com ingressos a preços populares. O patrocínio é da Caixa Econômica Federal e a produção, da Baluarte Agência.
No programa das noites, haverá peças de Radamés (“Seresta nº 1” e “Valsa”), frequentes no repertório do grupo, e duas obras-primas de Villa-Lobos: “Quarteto nº 5”, composto em 1939, e “Quarteto nº 6”, de 1948. “Ele compôs seus quartetos ao longo de décadas e pelo que pesquisei, o nº 6 foi uma espécie de divisor de águas. O barato de mergulhar nesse repertório é descobrir a manha do Villa. Os efeitos vêm da técnica dele, que era muito inventiva”, analisa o violista Fernando Thebaldi. “O Villa explorava o instrumento ao máximo e de uma maneira única”, atesta Vinicius Amaral, que faz o segundo violino do conjunto.
O violoncelista Paulo Santoro deixa claro que um dos objetivos atuais deles é resgatar os quartetos de cordas de Villa-Lobos. Ao todo, o maestro compôs dezessete e deixou alguns compassos do que seria o décimo oitavo quarteto. Essa produção é um marco na história da música do século XX e apenas Schostakovich se aproxima em quantidade. “São realmente muito difíceis de tocar”, afirma a violinista Carla Rincón, venezuelana radicada no Brasil há cinco anos. “E além da dificuldade técnica, há um outro problema: em geral, as partituras são manuscritas e, por causa do volume de reproduções, vêm com frases ruins de ler”, pontua Santoro.
O Museu Villa-Lobos, órgão federal responsável pelo acervo de Heitor Villa-Lobos, convidou os quatro instrumentistas para realizar a integral dos quartetos de cordas, totalizando cerca de seis horas de música. Além da técnica impecável, um dos pontos que chamaram atenção no trabalho do Quarteto foi a facilidade de se comunicar com a plateia. “A gente usa roupas com cores vibrantes, toca em pé, anuncia as peças. E, no final do concerto, abre para perguntas e faz uma troca bem interessante com o público, de todos os estilos e idades”, exulta Rincón.
O Quarteto Radamés Gnattali existe desde 1994 e é formado por Carla Rincón (primeiro violino), Vinicius Amaral (segundo violino), Fernando Thebaldi (viola) e Paulo Santoro (violoncelo). O álbum de estreia do conjunto foi lançado em meados de 2008 através do selo Rádio MEC. Para este ano, há muitas novidades, que serão anunciadas em breve.
Moniquete arrasando! uhu!
Paula Brandão | Baluarte Agência · Rio de Janeiro, RJ 7/4/2009 15:39Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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