Superfantástico! traz cinema para os pequenos

Seleção destaca filmes com traços e raízes da cultura brasileira

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 24 a 29 de janeiro, Superfantástico!, um festival com realização da Capadócia Produtora Cultural, que traz uma programação especialmente pensada para as crianças com uma seleção de filmes que vão de clássicos a produções mais recentes. O festival conta com 14 longas e 10 curtas que jogam uma luz na importância do cinema brasileiro para as crianças, hoje tão expostas às superproduções estrangeiras. Com uma seleção cuidadosa de filmes infantis, há o intuito de fomentar a produção e, principalmente, formar e desenvolver um público desde cedo através de filmes criativos, educativos e divertidos.

O mote é deixar de lado os nossos blockbusters da década de 80, quando reinavam Xuxa e os Trapalhões, e focar em elementos-chave da nossa cultura. A Floresta Amazônica está em “Tainá – Uma Aventura na Amazônia� (Tânia Lamarca e Sérgio Bloch, 2000), primeira parte da trilogia que conta a saga de uma indiazinha órfã que defende a floresta e seus animais; o futebol aparece em “Uma Aventura do Zico� (Antônio Carlos de Fontoura, 1998), comédia com o craque, seu time de garotos e um clone de si mesmo; e a nossa literatura infantil sai das páginas para a telona em “O Menino Maluquinho� (Helvécio Ratton, 1994), inspirado no célebre personagem de Ziraldo.

Dois filmes do cineasta Cao Hambuguer também estão na programação do Superfantástico!: “Castelo Rá-Tim-Bum – O Filme� (1999), baseado na série educativa homônima produzida pela antiga TV Cultura; e “O Ano em que meus pais saíram de férias� (2006), que se passa quando o país viveu seus anos de chumbo. Sobre essa gama de diferentes enredos e histórias, Flávia Moretti, produtora do festival, complementa: “Um festival de cinema infantil com exibição de filmes nacionais, de épocas e estilos diversificados, valoriza o gênero e reconhece a sua importância no contexto cultural nacional, além de contribuir indiretamente para o fomento da produção cinematográfica�.

O festival ainda tem um trabalho de recuperação das primeiras produções do gênero no Brasil, com filmes raros e pouco conhecidos como “Meu Pé de Laranja Lima� (Aurélio Teixeira, 1970), “Sinfonia Amazônica� (Anélio Lattini Filho, 1951) e especialmente “O Saci�, de 1951, que foi primeiro longa-metragem infantil produzido no Brasil, com Rodolfo Nanni na direção e Nelson Pereira dos Santos como assistente. O longa ainda tem um papel importante na história da sétima arte no país por ter levado, pela primeira vez, uma obra de Monteiro Lobato para o cinema apresentando personagens que virariam ícones de muitas gerações como Emília, Pedrinho e Narizinho, do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Já a seleção de curtas exibirá diversas animações brasileiras recentes, a maioria desconhecida do grande público. “O festival resgata filmes que o público em geral não teria acesso e cria a oportunidade dos espectadores conhecerem alguns dos primeiros filmes produzidos no país�, destaca Flávia.