A ATRÃZ

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raphaelreys · Montes Claros, MG
19/1/2016 · 0 · 2
 

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A ATRÃZ.

Raphael Reys

A alma é uma privilegiada atriz. Atuando em atos de comédias e tragédias, pelos cenários da vida. Traz consigo a ligação com o mundo superior, feita através do Espírito. Centelha divina.
Guia o seu carro de combate, habitualmente com as rédeas frouxas, desestimulada em buscar um objetivo transcendental, espiritual. Deixa que o antolhado corcel negro da parelha arraste o conjunto. Na maioria das vezes, os seus distorcidos emocionais e camuflados sentimentos seletivos vão à garupa.
O ser humano habitualmente é um adutor, Maria-vai-com-as-outras. Papel carbono de modelos inspirados e aprovados pelo seu ego. Palhaço das perdidas ilusões. Vive a sufocar os seus sentimentos simples e puros, gerados pelo forno alquímico do seu coração.
Usa quase somente, os seus instintos de preservação como veículo de ação e reação. E sendo esse atributo naturalmente seletivo, acaba por buscar somente os fatos considerados bons e prazerosos. Sai das brasas para a frigideira. Corre atrás da Lei Gerson em só buscar vantagem e cedo ou tarde prevalece o dito do proverbio árabe:
De tanto ir à fonte, um dia o cântaro quebra.
Sendo composta de duas polaridades contrárias e trinas em sua manifestação, tanto as coisas boas como as insalubres são de igual importância. Um sábio pensador inglês, exercitando o seu pensamento refletivo, afiançou que o ato de um vil e a bondade de um santo tem o mesmo peso para a eternidade.
Não é o fim da existência e sim a retirada do culto ao ego, este governador tirano que criamos e mantemos pela força insufladora dos nossos pensamentos. Produtor de um lastro passional e trágico.
É negativo e inútil o exercício de gratificação. A doutrina cristã sugere:
Eu não me gabarei de mim mesmo a não ser das coisas que mostram as minhas fraquezas
Aprende desde cedo na vida a viver enganando o próximo, que como ele é parte integrante do grande todo. Mau ator representando para uma plateia de desavisados, como ele repete sempre o mesmo refrão.
Se no nosso coração exista inveja, amargura ou egoísmo; se nos manifestamos pelas disputas com os nossos análogos, o nosso princípio é apenas uma cobiça.
Se lutarmos com o próximo, nossos atos são na verdade mecanismos que impulsiona o nosso saber maior apenas para as coisas seletivas. Quando a sabedoria assim se manifesta é uma neblina passageira.
Ao encerrar a sua função no mundo/palco, carregando consigo a sombra do seu próprio pensamento vai parar nas barras do Tribunal de Osíris. Carrega consigo as virtudes humanas e divinas. Meio a meio.
Troca os atributos nobres que recebeu memória, vontade e entendimento, pelos tentáculos das reminiscências do seu inconsciente quixotesco. Formatado por mecanismos de guerra psicológica.
Logo se deparam com os monstros, criados por ele mesmo. Filhos do seu próprio desejo e memória seletiva. Fica desesperado quando se encontra com as câmaras de retificação dos Quintos.
Sócrates diz que Deus é inocente...
Somos senhores, construtores e executores do nosso destino. Diz a sabedoria do sertanejo que:
O que dá para a árvore dá também para o machado.


Sobre a obra

Nos palcos da vida.

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raphaelreys
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raphaelreys
 

O homem busca essencialmente só o intelecto, sem o refinamento espiritual. Enche-se de informações e se torna um ser responsivo e meramente reflexo. Reagindo apenas do que foi codificado, não buscando dentro de si, a Fonte Primeira, provinda da inteligência universal. Ele também faz parte, pois foi por Deus criado.
Dotado de um corpo etéreo, veículo de expressão da alma personalidade. E de uma centelha, provinda do Criador. Se bem fizesse uso deste corpo espiritual, todas as noites enquanto dorme:
Preso ao lastro, que ele mesmo criou para a sua alma, através do pensamento seletivo. Emocionalidade descabida e alimento excessivamente intelectual. Costumeiramente viaja pelo astral premido pelo medo, êxtase. Anestesias operatórias, acidentes bruscos próximos à morte. Por intuição, meditação, oração fervorosa e contrita.
Mergulhado numa sinfonia clássica, buscando objetivos, conforme a sua tendência e pelo quanto dos seus propósitos. Quando consegue viajar pelo Cosmo é a resultante da paz interior. Em uma reflexão, sobre o tema Francis Bacon fez essa observação:
Os homens se tomaram de desejo de saber ou conhecimento, por curiosidade natural e impulso inquiridor. Para excitar sua mente com vaidade e deleite honraria e fama.
Obter vitórias de sagacidade e contestação e, as mais das vezes, para fins naturais, racionais, profissionais e de lucro.
Raramente para fazer bom uso de sua faculdade de razão, em benefício e para a conveniência da humanidade. Como se procurasse no conhecimento um leito, onde repousar seu inquieto espírito.


raphaelreys · Montes Claros, MG 19/1/2016 06:07
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raphaelreys
 

Agradecendo a todos que leram o post...

raphaelreys · Montes Claros, MG 21/1/2016 07:57
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