A bailarina se apresentou
somente para mim.
Aplaudi, aplaudi.
E disse coisas no seu ouvido.
Por horas sem fim.
Uma delÃcia o seu riso,
vindo de exóticos lábios,
melhor ainda seu beijo.
Vi seus pequenos pés,
dos de mulher
os menores que conheci,
pareciam dois seixos.
Senti o Ãmpeto súbito
de tocá-los e beijá-los.
Desfiz o laço,
tirei as sapatilhas,
me pus a acariciá-los
com vigorosa energia,
acumulada em meus braços.
Espero ansiosamente
vê-la dançando de fato,
almejando que seja
no palco do meu teatro.
Lembrei-me do inÃcio do filme "Lolita", do Kubrick.
Certa vez quis beijar
os pés da minha amada;
Mas não pude, (dirá:
por que?) estava calçada.
Achas esse poema inútil,
direis que faço péssimas rimas?
Respondo: (chutando o glúteo
dos sonetos, ainda por cima.)
Pois com toda a métrica
e em metalinguagem tétrica,
construo algo bacana porém esquisito
Poderia falar dos cogumelos;
Melhor será comê-los!
E continuar um poeta maldito.
Grande Felipe! Só por esse soneto já vais pros meus favoritos.
Leandróide · Florianópolis, SC 16/5/2007 13:15
Caro L.,
A parte "Senti o Ãmpeto súbito de os tocar e beijá-los." me soou um pouco estranha. Talvez "tocá-los e beijá-los" seja mais correto, se você não achar que perde o efeito que você quis dar.
Mas eu gostei bastante.
Abraços
Cara Cintia, muito grato pelo feedback. Quanto à questão gramatical vou acatar sua sugestão. Pensei no efeito que daria à frase mas no fim pareceria apenas um erro ou, no mÃnimo, um deslize. Valeu!
Leandróide · Florianópolis, SC 16/5/2007 16:25
O bacana no caso dos pés, é que "tocá-los rima com os calos".
Obrigado pelo favorito; não mereço tanto.
Abraços,
"Tocá-los rima com os calos"... risos.
Acho que eu já achei o tipo "piadista" que você citou, Felipe!
Risos.
Abraços
Gostei dos pequenos "easter eggs" escondidos como metáforas no seu texto (não sei se foi intencional), a começar pela crase do tÃtulo, o que remete ao texto curto, direto e, corajoso de continuação, mas você preferiu "sair à bailarina", na pontinha dos pés, deixando-nos com a angústia tÃpica de quem quer vê-la no seu palco particular a rodopiar. A imagem trabalhada no texto, pode ser de alguém abrindo uma caixinha de música (lembra delas?), até o momento em que você acode o desejo podólogo do observador. Vinte e três linhas coma s quais podemos divagar... Gostei.
Marcelo Bretton · Espanha , WW 17/5/2007 08:50
Marcelo, agradeço a análise meticulosa do texto. As metáforas foram calculadas e o emprego da crase foi para dar um colorido dual ao tÃtulo. Lembro das caixas de música, sim, mas não foram o poonto de partida do poema. Acho que tem uma musa inspiradora, não me recordo (para variar estou sendo elÃptico).
Um abraço,
Leandroide.
Mais um lindo...
Sem grandes análises, guardo o sentimento...
Abraços
Hahahaha
Valeu!!!
Se eles desaparecerem, eu aviso!!! Se eu não desaparecer junto...
Bjos
Você é um apaixonado confesso. Lindo, o poema e apaixão!
Abraços.
Olá Brigitte. Apaixonado, sei não? No momento meu coração não bate forte por ninguém. Não sei explicar de onde vieram esses poemas que cometi já que são recentes.
Abr.,
Leandro
Mas já foi apaixonado e isso é o suficiente para revelar um poeta.
Abraços. Adoro poemas de amor!
Belo poema Leandróide. Se esta musa realmente existir, eu acho bom você ir preparando o palco do seu teatro porquê o expetáculo pode acontecer a qualquer momento, não é poeta. Meus sinseros aplausos.
Carlos Magno.
Valeu Carlos Magno! Já estou de prontidão.
Abraço.
Fiz uma visita! Adorei tudo. Lindo, lindo "À bailarina".
Bel Fonseca · Belo Horizonte, MG 23/5/2007 09:30Grato pela visita, Bel. Bom ver tanta gente dizendo coisas boas a respeito do meu singelo poema.
Leandróide · Florianópolis, SC 23/5/2007 11:46Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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