A BOLHA DA VIDA
Às vezes me ocorre:
não é tarde!
Ainda posso ser feliz!
E uma nostalgia bate
das coisas que não fiz.
A bolha da vida apenas arranhada
permanece
como que intocada:
não a estourei.
Mas ainda há tempo:
há força nos meus ossos
brilho nos meus olhos
e um resto de beleza que insiste resistir
(embora os cabelos
há muito tempo
tenham dito adeus
para mim).
Poderei me reconstruir.
Mas
sobretudo
é preciso ter vontade.
Vontade para sair
desse buraco
que de repente
parece tão quentinho.
Me afeiçoei às suas paredes
escuras e hostis
à sua adversidade.
Como pude agir assim?
O veneno do comodismo
aos poucos foi se inoculando
em mim.
Não me dei conta.
Envelheci.
Agora que me toca
sair dessa toca
a luz de fora
me cega e aterroriza
embora saiba
que haja
mais beleza
e vida ali.
É difÃcil se desfazer dessas escamas
que os anos de buraco
em mim criaram.
Sinto-me como um lagarto
de pele grossa
que só muito sol
pode aquecer.
Vai demorar
mas vou me expor
mesmo assim.
Ah! Às vezes também me ocorre viu.
Adorei seu poema Julio. VotadÃssimo!
Agradeço a bela leitura.
Um abraço.
Julio, gostei demais do seu poema.
Todos os cantinhos quentinhos nos aprisionam, mesmo se ásperos.
beijos
Maravilhoso Júlio... Muitas vezes me sentà assim... Tenho até alguns poemas desta época... Qualquer dia posto aqui... Demorou mas eu descobrÃ: Há vida dentro e fora da bolha!!! Abçs... Votado e arquivado!
Nydia Bonetti · Piracaia, SP 15/9/2007 09:17Muito bom, Júlio! Para sair da bolha, o primeiro passo é querer.
José Telmo · Belo Horizonte, MG 29/9/2007 16:27Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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