A crise na educação,ou,a construção da educação a partir da cultura.

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Vilorblue · Colombo, PR
2/12/2008 · 168 · 27
 

A construção da Educação a partir da Cultura

Constatamos diariamente a degeneração de nosso sistema educacional, escolas depredadas, professores e alunos agredidos, professores mal renumerados relegados a meros funcionários pelos seus patrões estabelecidos, (os governos de estado), estes professores são constantemente exigidos pelo estado, pela clientela e pelo próprio corpo docente, atemorizados pela constante ameaça de comissões processantes de inquéritos e pela própria violência ao lado, vou tentar fazer de forma resumida, um raio x deste problema que ao meu ver, junto ao problema da moradia, é uns dos maiores problemas e desafios da sociedade contemporânea, queria deixar claro que eu não acredito que a solução definitiva esteja dentro dos parâmetros ao qual o atual sistema (capitalismo) tenta dar-lhe um rumo, o capitalismo enxerga a educação sobre o prisma do sistema de produção capitalista, advindo deste olhar, a adequação e uniformização o direcionar a educação adequando as necessidades da produção, só para ilustrar, hoje a informática esta sendo respirada por todos os poros do meio de produção, no mercado tem poucos profissionais especializados na área de TI, os cursos de TI estão entre os mais procurados nas faculdades e nas escolas técnicas. O salário de um profissional TI esta razoável? Em comparação a outros salários esta, mais isso é apenas uma questão de tempo, até as escolas formarem novos profissionais, daqui a alguns anos a profissão estará nivelada e os profissionais estarão recebendo salários como a maioria da população, isso é apenas um pequeno exemplo de como o sistema operaciona a educação e a profissionalização do jovem.
Vamos decorrer algumas linhas, sobre, como pensa o adolescente e o jovem das periferias, sua visão sobre a educação e a escola como instituição. Temos observado nos últimos tempos a degeneração do estado em todo o mundo, as instituições educacionais seguem juntas nesta degeneração, tínhamos há anos atrás, alunos mais subservientes, devido ao próprio sistema que era mais tirânico e ditatorial, o estado como construtor de “subjetividades” (espaço intimo do individuo/aluno com o qual ele se relaciona com o mundo social) vai perdendo sua força a partir da metade do século 20, desta forma, a escola como instituição herdou do estado burguês magnânimo a incumbência de construir estas subjetividades. Não por força de sua maior capacidade, mas sim pela total falta de capacidade do estado como construtor, a de se considerar ainda, que esta situação degenerativa não é decorrente de situações sócio/econômicas, tendo em vista que em escolas e áreas de maior poder sócio econômico e até em países do chamado primeiro mundo onde se tem maior poder aquisitivo ocorre a mesma decadência ou até maior, os adolescentes assim como os jovens, sentem esta degeneração, apesar de não terem a consciência dos seus reais problemas e soluções, eles percebem que a escola não lhes oferece “quase” ferramentas para sua inserção social, no mercado de trabalho, ocasionando desta inserção uma melhoria de vida, temos que levar também em consideração, que os apelos do capital para o consumo desenfreado não estão atendendo as finalidades aos quais foram desenvolvidos, os jovens percebem que não conseguem consumir com seus parcos salários recebidos no mercado de trabalho. Ocasionando assim um grande inconformismo, é uma verdadeira faca de dois gumes estes apelos do capital, uma bomba com hora marcada para explodir. Basta conversar com um professor e pedir alguma garantia de que um aluno se formando ele estará com um bom salário garantido, nenhum professor garante nada hoje em dia. Partindo desta premissa, o aluno perde totalmente o vinculo da escola como instituição. Os adolescentes criticam o colégio onde estudam, para eles o colégio é sempre pior do que outro qualquer; no estudo fundamental as crianças atrelam sua ida a escola unicamente a uma questão de alimentação. Portanto, pensam mais na merenda do que qualquer resolução de problemas de matemática ou pronome ou verbo. No caso do ensino médio a coisa se complica mais ainda, na maioria das vezes o adolescente ou jovem se sente constrangido em se alimentar. Muitas vezes as escolas não servem refeições para o ensino médio, gerando mais um fator de desinteresse pelos estudos, se o estado não garante e patrocina esta inclusão no mercado de trabalho, com salários justos para uma vida digna, a escola não oferece ferramentas e segurança para esta inclusão, sobra ao jovem recém formado as filas de emprego, as entregas de currículo, quando conseguem emprego na área interessada, é como trainee, estagiário ou aprendiz, na realidade o sistema sempre divulgou que era o único a dar oportunidades para quem assim o desejasse, sem o sistema capitalista jamais haveria a oportunidade de progresso material e social, este argumento cai por água a baixo diante a realidade que o jovem enfrenta no seu dia a dia, restando ao adolescente e ao jovem subempregos e nada mais, sem falar do nível destas faculdades que esta bem abaixo do exigido, exemplificando em 2008 o exame para médicos do Cremesp reprovou 61% dos participantes, se tecnicamente foram reprovados (os estudantes estão se formando sem conhecer o básico), fico imaginando como esta o preparo para a evolução intelectual destes estudantes. Isto é um fato constatado, inclusive pelo governo federal, uma boa parte das crianças que chegam a 5.a serie não sabem ler, destes que sabem ler grande parte não conseguem entender o texto.
O que mais chama a atenção é que, na realidade educativa de muitas das grandes cidades, a Igreja adere mais aos discursos e às práticas que aprofundam sobre as diferenças entre o Estado desarticulado e o Estado privatizado para poucos de nossa segunda camada.
A busca e a iniciativa de uma educação nova, realizada através da construção de um Estado novo, surge então da própria comunidade e funciona quando o Estado a assume como própria em suas instituições. Isto implica necessariamente encarnar a educação na cultura.
Neste ponto, chegamos literalmente à camada mais profunda. A cultura como produção de uma comunidade concreta com práticas, valores e códigos. Podemos aprofundar nesta concepção simples, através de uma expressão revitalizada: a cultura popular. As crianças e os adolescentes dos bairros pobres chegam à escola, ao centro de apoio escolar, à creche comunitária, trazendo sua própria cultura. A comunidade, geradora viva desta cultura, demanda, cria condições e dá vida às instituições. Esta cultura penetra nelas, como uma luz que se infiltra inevitavelmente através das aberturas e dá forma aos espaços.

Vamos ler o que diz o Professor Bernardo Politi, Buenos Aires-Argentina.

“O que mais chama a atenção é que, na realidade educativa de muitas das grandes cidades, a Igreja adere mais aos discursos e às práticas que aprofundam sobre as diferenças entre o Estado desarticulado e o Estado privatizado para poucos de nossa segunda camada.
A busca e a iniciativa de uma educação nova, realizada através da construção de um Estado novo, surge então da própria comunidade e funciona quando o Estado a assume como própria em suas instituições. Isto implica necessariamente encarnar a educação na cultura.
Neste ponto, chegamos literalmente à camada mais profunda. A cultura como produção de uma comunidade concreta com práticas, valores e códigos. Podemos aprofundar nesta concepção simples, através de uma expressão revitalizada: a cultura popular. As crianças e os adolescentes dos bairros pobres chegam à escola, ao centro de apoio escolar, à creche comunitária, trazendo sua própria cultura. A comunidade, geradora viva desta cultura, demanda, cria condições e dá vida às instituições. Esta cultura penetra nelas, como uma luz que se infiltra inevitavelmente através das aberturas e dá forma aos espaços”.
Como bem vemos, existe uma diversidade cultural enorme dentro de uma escola, principalmente as publicas e de periferia, uma grande riqueza a partir de poucos metros quadrados, alunos que gostam de RAP, Rock, Sertanejo, POP, Eletrônica, etc, etc, quanto aos desenvolvimentos então, os Nerds nada mais são do que os diferentes, são grupos de cultura própria também, os grupos de domínio dentro das escolas são grupos onde predomina a sua hegemonia cultural, os evangélicos, católicos, etc...como se vê são muitas nações dentro de uma escola e como conviver com todos estes grupos diferentes no pensamento religioso, na cultura, nível social, “CONSTRUINDO A EDUCAÇÃO A PARTIR DA CULTURA”. Ao contrario do que acontece hoje em dia, quando se continua construindo a cultura a partir da educação e sendo a cultura muitas vezes relegada a zero.

Continuando com as palavras do professor Bernardo Politi:

A cultura dos setores mais pobres é o reflexo da situação de precariedade e vulnerabilidade da própria vida. Isto lhe dá uma complexidade maior: um olhar simples poderia, inclusive, fazer-nos pensar em uma diferenciação entre as práticas, valores e linguagens dos avós, antigos migrantes do campo à cidade, trabalhadores, e a linguagem das crianças e adolescentes, mais ligadas à violência urbana, à linguagem dos “mass media” e ao consumo fragmentado. Isto é verdade, mas há uma série de valores muito enraizados que perduram nas tradições familiares. Os valores da solidariedade entre vizinhos, a defesa da família e traços que aparecem na linguagem estão ligados às gerações. Simplesmente, o que ocorre é que, na educação mais estruturada, esta cultura não se manifestava ou era diretamente negada.
A cultura da comunidade vai dando forma à educação. A relação com esta faz com que a escola modifique suas práticas e, sobretudo, a forma de utilizar a linguagem, a forma de vincular-se às pessoas e aos conhecimentos. A isto devemos somar uma complexidade a mais. A cultura dos pobres sofre mais ameaças: a discriminação, a repressão, a incerteza sobre o futuro, a precariedade. Estas ameaças obrigam a repensar a educação em sua profunda busca de construir “pessoas”. A educação deve assumir estas ameaças; a escola deve contê-las e iniciar um diálogo intercultural entre os educadores e os alunos, os pais, os jovens. Sem esta prática permanente de diálogo inter-cultural e também intra-cultural da comunidade consigo mesma, a educação
torna-se impossível. Na realidade, foi isto que entrou em uma crise irremediável, o discurso unilateral de uma cultura imposta, com sua linguagem, suas práticas e seus valores. Isto, que o Estado já não faz, mas o mercado, funciona em quase todos os âmbitos, mas não no educativo. Ali parece falhar, talvez porque o mercado não possa construir “pessoas”, produza só consumidores (de sapatos, drogas, celulares...). Não pode garantir, nem sequer proporcionar ilusão com relação à inclusão e à projeção para o futuro.

É toda uma complexidade cultural, que até alguns anos atrás não tínhamos nas escolas. Ficamos parados, tentando entender qual a melhor forma para conduzirmos esta e nesta complexidade e não evoluímos. Diante desta falta de vínculos dos estudantes pela escola, com o qual vivemos atualmente, urge a necessidade de construirmos a educação a partir da cultura, que ela respeite o individuo e sua cultura, que ela seja intercultural, que ela promova a aproximação entre toda a comunidade envolvida. Que o conhecimento seja transmitido a partir da cultura desta comunidade. Exemplo, o que é bom para uma escola do nordeste brasileiro, pode não ser bom para uma escola do sudeste ou sul,

Tudo isso gera um trabalho hercúleo. O próprio pensar um novo sistema educacional, a estruturação, os velhos arcaicismos incrustados no sistema educacional vigente, sabemos que é uma engrenagem emperrada, enferrujada, mais sem este trabalho, corremos o risco de ver a educação definhando, morrendo, cada vez mais elitizada, privilegiada para as elites burguesas. Nossas crianças, com certificados de conclusão e sem conseguir entender qualquer romance por mais simples.
Esta aberto a discução.
Orlando Rocha
Villorblue

Sobre a obra

Vivemos uma época de crise na educação, violência, desinteresse, falta de direção.
Se você tiver um pouco de tempo e de paciência, leia este texto, e poderemos abrir uma discussão sobre o assunto.

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Autoria
Orlando Rocha
Vilorblue
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Ivan Cezar
 

Grande Vilorblue !!

Esse tema não diz com "minha área" de atuação profissional. Mas ele me fascina ...
Na minha juventude li bastante sobre os modelos que Freire implantou na África e que no Brasil nunca foram levados a sério ....
Enfim, penso que em nosso País gasta-se pouco em educação , mas pior que isso é a constatação de que gasta-se MAL .
Veja, há alguns durante um debate entre amigos , defendí que não faz mais sentido tantas escolas de ensino fundamental e médio que produzem legiões e legiões de frustrados ... Desde então passaram-se muitos anos e a situação só apresentou uma mudança: os frustrados passaram a ser egressos também do 3º grau ...
Ou seja, agimos por repetição e compulsão social ... as pessoas ainda sonham em TÍTULOS (Dr) e buscam um modelo de educação permeado no século XIX , quando um diploma era símbolo de "status" e escada p/ elevação social ...
Hoje nossas praças estão lotadas , repletas de jovens , com ensino médio completo ou até curso superior completo
Sim e daí ??
Procure em sua cidade alguém especializado em produção de cerâmica - beneficiamento de couro - produção de fios de lã - usinagem de vidro e pequenos metais - tecelagem, etc, etc etc
Simplesmente não há mais produção local de NADA . O consumo é massificado - tudo igual - tudo repetido , as máquinas produzindo em série - as casas uma asquerosa duplicidade ...
A produção artesanal dos bens da vida foi relegada a um 8º plano ...compramos o que nos impõe a mídia , numa tirania nunca antes vista ...
Seria o neo-feudalismo ??
Quiçá , quiçá ...
Perdoe-me ter me alongado demais .
abraço



Ivan Cezar · São Sepé, RS 28/11/2008 16:31
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Vilorblue
 

Querido Ivan, você foi brilhante no teu comentário, nem tenho o que comentar, fechei...
Abraço e grato..

Vilorblue · Colombo, PR 28/11/2008 17:45
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Ivan Cezar
 

Voltando, com menos palavras ...

Ivan Cezar · São Sepé, RS 30/11/2008 23:05
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claudia gomes
 

Adorei seu texto e comentário do Ivan, eu vivencio toda essa loucura que é a educação porque justamente penso que a escola deve ser o lugar de valorização da nossa cultura e essa conversa de "preparar mão de obra qualificada" é um discurso .
Meu lema é estudar para conhecer como funciona o sistema, sebre converso nas minhas aulas que independente do quer cada um quer pra se, é necessário saber os direitos que temos.
Acho uma pervesidade o tanto de gente que entra em cursos de Administração e outros que estão saturando o mercado com financiamentos do Prouni. Com certeza muitos não conseguirão o tal sucesso vendido pelas propagandas das faculdades particulares e o que fazer com esse contigente de mão-deobra barata e "qualificada"?
A cultura popular atrai os alunos, não sei setem estudos profundos sobre o tema mas basta organizar algo que fuja da rotina pra escolar encher de alunos, eu chamo os alunos projetos culturais, porque frequentam só naquele momento.
Se a arte fosse parte da realidade cotidiana da escola, não precisávamos teorizar tanto porque existe tanta evasão escolar, e tanto aluno insatisfeito, além de empregar varias pessoas ...
Votado.

claudia gomes · Salvador, BA 1/12/2008 18:52
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JACINTA MORAIS
 

VOTADO,
VILOR!
Seu texto mostra
A expansão da capacidade
Da plena consciência pródiga
De alguns homens...(entre eles, você)
PARABÉNS!!!
Ensinar é:
MISSÃO DIVINA!
Criar é roubar,
Dos deuses
O fogo vital!
Alguns "mercados"
Aumentam as chances,
Dos incompetêntes...
BRAVÍSSIMO POETA!
ABRAÇOS,
Semana fértil,
De sensibilidade e criação.
Seu comentario no:TIMOR LOROSAE,
Fez o sol brilhar,
Projetando rostos
De esperanças,
No mar...
OBRIGADA!

JACINTA MORAIS · Cascavel, PR 2/12/2008 02:20
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Ailuj
 

Muito bom e educativo seu texto Vítor
A crise na educaçao ja vem se alogando a muito tempo,ainda estudei na época que os colégios públicos eram de muita boa qualidade e de lá saíram muitos doutores
Não existia essa máfia de escolas particulares que contribuíram muito pro ensino ser o que é hoje
Beijos e sem muito tempo pra comentar com mais calma

Ailuj · Niterói, RJ 2/12/2008 11:37
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Raiblue
 

Fantástica análise ,Vilor!!

Sou professora,trabalho com duas realidades bem diferentes,mas com os mesmos desafios: transformar a educação de obrigação em prazer!!
E a arte é, sem sombra de dúvidas, uma grande arma que temos para provocar essas mudanças!!
Votadíssimo,querido!!

Parabéns!!
bluebeijocas...
Blue...

Raiblue · Salvador, BA 2/12/2008 12:59
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  Gorete
 

Muito bom seu texto Vítor
Abraços

Gorete · Ipatinga, MG 2/12/2008 13:25
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Vilorblue
 

Claudia Gomes, muito grato por sua visita e voto, você tem toda razão, os temas e jornadas culturais atraem os alunos. Então porque não começarmos a educa-los a partir da cultura ? Porque não torna-los, juntos com todo o corpo docente, uma escola viva...e que toda a comunidade envolvida, isto é, pais, professores e alunos decidam sobre seus rumos, seus futuros, debatendo democraticamente e agindo em concordância ao deliberado por toda comunidade..
Grande abraço..

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 13:52
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samuca santos
 

dá-lhe, vilor!
"a construção da educação a partir da cultura",
é no que eu acredito, também, mas...
quando penso na situação do ensino
e quantas gerações virão antes da solução.
é desanimador...
pero, valem o texto, o grito, a luta!

samuca santos · Olinda, PE 2/12/2008 14:03
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Vilorblue
 

Poetisa Jacinta, grato por sua visita e comentário, um exemplo que gostaria de expor para reforçar esta idéia, vem da África, no pais que é considerado um dos mais pobres do planeta, Burkina Faso, Uma associação local conhecida por Manegbzanga (“Desenvolvimento para Todos” na língua Mooré) foi criada na região há quase duas décadas graças aos esforços conjugados de emigrantes regressados da vizinha Costa de Marfim e de um cidadão local que trabalhara para a ONG
Suiça, Organsme Suisse d’Éntraide Ouvriere..Nos anos recentes, a associação lançou um programa experimental de alfabetização usando a língua Mooré como base para a aprendizagem de Francês(a língua oficial em Burkina é o frances, língua imposta pelo colonizador), . Esta iniciativa ganhou consistência ao longo dos anos e gradualmente transformou-se numa estratégia alternativa de ensino primário, usando a lingua Mooré para alfabetizar, esta instituição conseguiu reduzir o ensino primário de seis para quatro anos, comprovando aí uma vitória, estas crianças matriculadas eram a maioria de Nomgana e Goué, estas crianças nunca haviam sido matriculadas, caracterizando assim a geração de futuros adultos analfabetos, foi constatado também que os alunos do centro apesar de reduzidos os dois anos de estudo, estavam a frente de alunos de escolas tradicionais, em frances e matemática, e um evidente domínio da língua materna o Mooré, curiosamente o numero de matriculas de meninas é ligeiramente superior ao numero de meninos, e estas meninas atingiram um nível melhor de ensino ao atingido pelos meninos. Tudo isso são números que podem parecer pequenos para nós, estes e mais alguns números vem sendo alcançados constantemente. Alguns diferenciais que este sistema desenvolvido ofereceu as crianças; quando da formatação dos livros do Frances para o Mooré, estes livros se tornaram insuficientes e inadequados, partindo assim para a confecção de livros com identidade própria, inclusão de toda comunidade (pais, alunos e professores) na gestão dos cursos e envolvimento direto no ensino, inclusão de idosos (contam historias, experiências, ajudam na organização e outros trabalhos, etc) na escola com grande aceitação pelas crianças, a arte regional faz parte direta das atividades(currículo), dança, musica. etc. Este é um pequeno exemplo o que a cultura pode fazer pela emancipação do ser humano, atitudes simples e sem muito custo, simplesmente educando a partir da cultura e uma coisa é certo, a culturofagia não só esta interessada em dominar como eternizar este estado de dominação ..
Seu comentário enriqueceu muito este debate,
Grato pela visita e pelo comentário enriquecedor poetisa..
Abç.

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:10
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Vilorblue
 

Grato pela visita e comentário Julia, você tem razão, já estudamos melhor, já tivemos latim e frances na escola publica, infelizmente tudo foi apagando. Temos uma quantidade de escolas, faculdades, na rua de cima, na rua de baixo, tudo a mão, tudo fácil. E perguntamos. Nossa evolução intelectual esta acontecendo? Ou apenas estamos atendendo uma casta, com uma educação dirigida nos transformando em neuróticos, nos transformando em títeres de uma ditadura consentida...
Grato pela valorização do debate...
Abç...

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:30
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Vilorblue
 

Grato pela visita RaiBlue, seus comentários são sempre profundos e certeiros, acredito que a arte é umas das maiores ferramentas para se educar, usando a arte, alguns educadores tiveram as maiores experiências a nível de evolução intelectual, seus alunos devem ser privilegiados.
Gostei muito dos seus comentários..
Abç...

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:37
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Vilorblue
 

Grato pela visita e comentário Gorete.
Abç...

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:40
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Zezito de Oliveira
 

Vitor,
Gostei do seu texto e tem a ver com um tema que é recorrente em meus escritos. Dê uma olhada clicando em cima de Zezito de Oliveira.

Abrs

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 2/12/2008 16:43
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Vilorblue
 

Samuca, eu também acredito na cultura coordenando estas forças todas, se não dermos o primeiro passo nunca chegaremos lá.
Um grande abraço e grato pela visita e comentário..

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:43
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Vilorblue
 

Grato pela visita Zezito e pela recomendação,.
Abç.

Vilorblue · Colombo, PR 2/12/2008 16:46
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Johab Silva
 

"Construção da Educação a partir da Cultura".
Concordo plenamente!!!

Johab Silva · Estados Unidos da América, WW 3/12/2008 10:17
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Vilorblue
 

Grato pela visita e comentário Johab, é uma idéia a concretizar, talvez a unica opção para esta desestruturada educação publica.
Abç.

Vilorblue · Colombo, PR 3/12/2008 13:05
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ayruman
 

E como precisamos de Eduação, cultura, cidadania. Muito bom e providencial seu trabalho amigo.
Saúde e Paz. jbconrado.

ayruman · Cuiabá, MT 3/12/2008 13:47
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azuirfilho
 

Vilorblue · Colombo (PR)
A crise na educação,ou,a construção da educação a partir da cultura.

Um Trabalho admirável.
Um Verdadeiro Curso em volume de informacóes passadas com capricho e muito carinho.
Um conteudo pra gente lhe elogiar por tanto merecimento.
Elevando nossa nacionalidade que o seu Trabalho é uma mostra da energia no Brasil em termos de Educacáo.
Tudo vai somar no evoluir que o Brasil Conseguirá com as novas Escolas Técnicas as Novas vagas nas Universidades e os alunos de bolsas do prouni.. Verdadeira imensidáo crescente.
parabéns Amigo Poeta.
Maior orgulho lhe conhecer.
Espero estarmos formando uma Valorosa Amizade Fraterna..
Abracáo Amigo.
PS- Náo repare mas meu micro náo tem, til, cedilha e acentos.

azuirfilho · Campinas, SP 3/12/2008 21:12
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Vilorblue
 

Querido Ayrumam, grato por sua visita e comentários.
Abraço.

Vilorblue · Colombo, PR 4/12/2008 14:44
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Vilorblue
 

Grato pela visita Azuir, fico pensando sobre seu comentário, seria bom se tivéssemos uma educação votada para a evolução intelectual do ser humano e não como ela esta projetada hoje, atende apenas ao meio de produção do capital. Nós, que levantamos estes temas polêmicos, geralmente não obtemos nada em troca, apenas o desejo de ver melhorar as condições de vida do explorado, (você sabe o tanto quanto eu, por causa do teu trabalho). O que fazemos e o tempo que dedicamos, digitando e tentando desteorizar nossas idéias para que o outro compreenda estas idéias, poderíamos canalizar para uma atividade rendosa que satisfizesse nossa vaidade. Mais será que assim agindo conseguiríamos dormir tranqüilos? Sou muito pequeno em matéria de saber, gostaria de saber mais para conseguir mudar esta realidade.
Mesmo assim vamos remando contra a maré.
Um grande abraço e obrigado pelas palavras.

Vilorblue · Colombo, PR 4/12/2008 15:03
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JACINTA MORAIS
 

VOTADÍSSIMO,
Brilhante poeta,e amante das artes plásticas!
Seus trabalhos, são minuciosamente requintados,
Um espetáculo de ser humano,mto iluminado!
ABRAÇOS.

JACINTA MORAIS · Cascavel, PR 5/12/2008 01:30
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Vilorblue
 

Grato por sua presença Jacinta, suas palavras são um forte elemento incentivador...
Abç...

Vilorblue · Colombo, PR 6/12/2008 08:15
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valdezz
 

valdezz · Arraial do Cabo, RJ 29/1/2009 18:32
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Vilorblue
 

Grato pela visita Valdezz.
grande abraço.

Vilorblue · Colombo, PR 17/2/2009 17:29
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