[lembrança desconhecida]
Lembrei que a porta azul estava fechada, mas pude entrar sem problemas. O lugar não estava vazio e mesmo assim transitei sem ser vista. Poucas coisas me deslumbraram tanto quanto aquele papel de parede verde musgo com uma espécie de arabesco dourado. Passei um tempo assim sem me mexer tentando olhar somente o verde. Fiquei naquele estado tanto tempo que ou o torpor verde ou o cansaço estático me fez desfalecer.
Acordei sozinha do outro lado da parede e nem sei se minha consciência disso era por imaginar ser o outro lado ou por poder ver onde estivera antes, pelo menos até onde minha memória conseguiu alcançar.
Vi os arabescos, já a sala não era mais verde. Azul. Levantei e antes tive aquele estranhamento nas pernas de quem está deitado achando que está em pé. Não sentia dor e nenhum mal estar perceptÃvel, somente essa noção de que alguém me carregara para este novo lugar. Para o outro lado da parede.
Por ser muito orgulhosa ou por antever o constrangimento que iria causar, não pedi ajuda. Sinto isto à s vezes, é difÃcil ajudar e pedir ajuda. Talvez seja o peso da dÃvida moral. Bom, não tem a menor importância agora.
interlúdio um
Maravilha de texto. Assustador mas bem real e próprio de todo ser humano. Este roteiro não tem como fugir...
Saúde e Paz. jbconrado.
Nossa mente prega peças..,.
..e são tantas as coisas que deveriamos fazer e não fizemos...
bjs
obrigada ayruman e obrigada doroni.
descobrir esse lugar incômodo pode ser um passo para a mudança...eu acho...rs.
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