O texto em anexo é um resumo da pesquisa que realizei para a construção da monografia final da minha graduação em jornalismo pela Universidade Federal do EspÃrito Santo, em 1999, sob a orientação do professor David Protti. O objetivo principal do projeto era preencher a lacuna existente na história do jornalismo capixaba e, particularmente, na história da fotografia de imprensa no estado.
Ao iniciar a pesquisa percebi que a história dos fotógrafos que fizeram a imprensa capixaba antes da regulamentação da profissão estava dispersa em arquivos, coleções e, principalmente, na memória dos profissionais de imprensa que atuaram no estado antes da década de 70. Ao propor como projeto de conclusão de curso uma pesquisa e um vÃdeo documentário sobre o assunto, eu acreditava poder tornar disponÃvel aos estudantes, futuros repórteres fotográficos e pesquisadores interessados um material que aglutinasse o maior número de informações sobre a profissão, desde o inÃcio da imprensa no estado até o final da década de 70, quando a profissão foi regulamentada.
O vÃdeo documentário, feito em formato S-VHS, com 30 min de duração, continha depoimentos valiosos para a compreensão da formação da profissão no estado. E muitas histórias interessantes sobre os profissionais que aqui atuaram. O formato, porém, não sobreviveu ao tempo – dificilmente poderei recuperar a fita original, corroÃda pelos fungos e a maresia da ilha. Também não consegui localizar a monografia completa, que julgava resguardada na Biblioteca da Universidade, depois de quase 10 anos de graduada (a minha cópia foi emprestada e nunca devolvida). Restam da minha pesquisa alguns arquivos em word, com parte da monografia, anotações de campo e gravações em fita K-7.
Procurei juntar no arquivo anexo o máximo de informações sobre o que apurei e, ainda, contextualizar o exercÃcio da profissão aqui no estado num cenário nacional e mundial.
Disponibilizo aqui essa pesquisa na esperança de que novas informações a enriqueçam – pois ainda está em meus planos a edição de um livro sobre o assunto - e que o material que tão arduamente juntei seja de ajuda para outros pesquisadores.
Pesquisa
A FOTOGRAFIA DE IMPRENSA EM VITÓRIA
1910 a 1979 - Dos primórdios ao reconhecimento da profissão de repórter fotográfico
Ilha,
Vou lá, para ler com todo o carinho. Ainda mais que, me atraindo para o assunto (já havia comentado) você me leva, coincidentemente, a uma feliz lembrança de minha mãe capichabÃssima, que nasceu e viveu grande parte da vida na cidadezinha de Jerônimo Monteiro, onde eu passava férias e pesquisava jongo, em algumas das minhas melhores memórias de descendente de filhos da roça.
Abs
Ilha,
(Como eu já esperava, beleza de tema e de assunto).
Me ocorreram várias lembranças curiosas com este post (além da terra da minha mãe, é claro), uma delas é que, ao que parece, era praxe no serviço público (em certo tipo de repartição pelo menos), existir um 'fotógrafo contratado'. O Malta, por exemplo, ao que parece, não fora contratado pelo Pereira Passos apenas para documentar as obras da Av. Central. Tudo indica que era um fotógrafo funcionário da prefeitura para o desse e viesse. Eu, que já fui projetista de arquitetura nos Correios, me lembro que viajava sempre com um fotógrafo ao lado, um funcionário, igualzinho a estes de jornal, que acompanham os repórteres. Me lembro que, há pouco tempo atrás, tÃnhamos uma destas figuras na Uerj.
Talvez o Ferrez tenha sido algo assim, a exemplo daquele outro francês, o fabuloso Victor Frond que muito ralou por aqui fotografando autoridades eméritas e fazendas de escravos no Vale do ParaÃba do Sul.
O outro lado da câmara escura. Grandes relatos. O que seria de nossa memória sem registros como os deles e os seus?
Abs
No vÃdeo Rio de Memórias, de PatrÃcia Mont-Mór e José Inácio Parente, há muitas fotos e referências a Victor Frond. Aliás, vale a pena procurar o vÃdeo, que é maravilhoso. Pena que a minha cópia, em VHS, foi devorada pelos fungos.
Aqui o governo Jerônimo Monteiro, no inÃcio do século, além de criar o arquivo público do estado e organizar a memória, usava ós registros fotográficos para acompanhamento das obras e da vida social do estado. O fotógrafo que mais atuou, aparentemente, foi Lucarelli. No arquivo público existem várias fotos dele, muito bonitas.
Sobre Marc Ferrez e Victor Frond, acho que eles foram para o século XIX o que Debret e Rugendas foram para os séculos anteriores.
Ilhandarilha · Vitória, ES 24/7/2008 19:12Ainda sobre Victor Frond, encontrei uma exposição virtual dele no Arquivo Público do ES. Vale ver também as fotos dos Ãndios Botocudos, feitas no inÃcio do séc. XX aqui no estado.
Ilhandarilha · Vitória, ES 24/7/2008 19:49
Meus votos com carinho!
beijos poéticos!
belo texto e bela foto.votei.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 25/7/2008 08:49Que interessante, Ilha! (Aliás, é tão bacana ver como no Overmundo você já foi carinhosamente apelidada de "Ilha":) Tema interessantÃssimo, já estou baixando aqui.
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 25/7/2008 19:48
Bacana, Helena. Vai ver que a pesquisa não está completa. DifÃcil juntar os cacos de uma história dispersa. Aqui tivemos 2 jornais que pegaram fogo (A Tribuna, na década de 80 e Jornal da Cidade, nos anos 70) e nenhum arquivo completo. Tive que contar mais com as entrevistas e as longas conversas com jornalistas e editores que com as coleções. Alguns jornais e revista simplesmente sumiram do mapa. Seria bom conseguir mais material para complementar. Aliás, essa é a idéia desse post aqui: quem sabe algum descendente dos fotógrafos não colabora com a pesquisa?
abraços
Gosto de tudo sobre imigrantes...Textos, fotos, arte, cultura que trazem...Sou uma pesquisadora e você deu-me uma grande inspiração para minha pesquisa atual.Obrigada!
Gostei.
Um beijinho doce
com um VOTO CERTO
da SÃlvia.
Que bom que te inspirei, Silvia!
Se vc se interessa pelos imigrantes, pode se interessar pelos meus posts no guia sobre Santa Teresa, a Cantoria italiana, e Santa Leopoldina.
Abraços
Amiga Cláudia,
meu voto tem dois significados:
O primeiro em favor do teu maravilhoso trabalho, que sem dúvida merece ser publicado (não só aqui) preservado e, como tu mesma disseste, ampliado.
O segundo contra o descaso com um documento único e importante, de parte de uma instituição que - por definição - deveria ser guardiã da cultura.
Não desiste, menina! Pega o que ainda tens e procura patrocÃnios culturais para ampliar e publicar o teu trabalho. O EspÃrito Santo (e seus fotógrafos) merecem a tua vitória!
Beijão!
Renato, obrigada pela leitura e pelo voto. De fato, não acredito que tenha havido exatamente descaso da Universidade na preservação da monografia. Trabalho na Universidade e sei o quanto o pessoal da biblioteca sofre em busca de soluções para o problema de furtos e da não devolução dos livros e trabalhos que ela guarda. Campanhas educativas, dispositivos de segurança, câmeras, etc já foram tentados, mas o problema continua. Como punir quem não devolve um livro na biblioteca?
Quanto à publicação do trabalho, é um projeto que acalento, sim. Mas por enquanto, por falta de tempo, ele está parado. Por isso resolvi lançar na rede: mais vale um projeto voando que dez na mão de quem não realiza!
abraços
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