Leiteiro e Nato no inÃcio do tratamento. No Donwload reportagem de Jornal!
Chegamos na Cidade Nova em 1986 e tomamos um susto, a propaganda oficial no rádio e TV era:
Voçe não é daqui! Voçe não é daqui!
Feita por uma descendente de Nordestino/s, previa oque nos aconteceria pouco depois. Este incentivo gratuito e irresponsavel a Xenofobia, incutiria-nos indelevel, a mania de perseguição! Vitimados por uma doença, procuramos tratamento num Centro de Saúde bem longe de nossa cidade, temendo ser conhecidos como portadores da mesma, e também para não sermos envenenados, já que eramos/somos ferrenhos inimigos de Centros Comunitários, que achamos ser eleitoreiros. Por coincidência a mãe de 2 alunos meus, era enfermeira no Centro de Saúde Julia Sefer, a 10 KM de minha casa. Lá fomos nós, e bem recebidos pela enfermeira, imediatamente atendidos. Os remédios, gratuÃtos foram-nos entregues pela atendente do almoxarifado de nome Ruth!
SaÃmos cada um com sua dosagem relativa a um mês de uso. Os efeitos colaterais do remédio eram de arrepiar os cabelos, literalmente, a côr da urina nos primeiros dias era marrom-alaranjado, e passou rapidamente para vermelho-alaranjado.
Apossou-nos uma terrÃvel mania de perseguição, discutir nem pensar, o sangue fervia e ficavamos a segundos de uma agressão fÃsica. Uma fome avassaladora, dispensa e geladeira vazias, eu me safava com Chibé, (farinha de mandioca com agua) mas meu irmão só na agua com açucar, dava passos largos para a diabete. ParecÃamos 2 exemplares ambulantes de aula de Anatomia, 2 fugitivos de um Campo de Concentração!
Dois meses nessa agonia, e no 3º mês, relatamos a médica-Diretora do Centro de Saúde os sintomas, visando um substituto mais suave. Ela pediu a caixa de remédio e ao vê-la exclamou:
Meu Deus, quem foi que deu isso a voçes?
Informada, foi no almoxarifado e trouxe o remédio certo, da mesma marca mas 900 miligramas a menos.
Estavamos tomando remédio para maluco!
Perdemos a confiança no Centro e pedimos transferência. Atendidos fomos para outro, mesma distância de casa, mas mais perto de Belém. Em lá chegando, não havia fichas como é comum em Centros de Saúde, apenas num livrão a atendente escrevia o nome ao lado de um número, que era para comprovação oficial de atendimentos mensais. Enquanto esperava minha vez ia vendo ela escrever, aà notei que ela pulava a cada nome de 3 a 5 números, calculando mais de 180 números pulados por pagina. Conforme a doença após a inscrição ela indicava a sala, lá fomos nós, e enquanto esperavamos, entra uma enfermeira e fala com outra que estava na nossa sala:
Mais 3 casos!
Do muito ou do pouco?
Do muito!
Então coloca no do pouco!
Nesta época estava havendo uma epidemia de Dengue e varios casos de Meningite, e seja Governo ou Prefeitura, só trabalham com dinheiro, e uma Epidemia gera reforço de emergência, daà o interesse.
Pegamos os remédios só deste mês neste Centro, e como eu era entregador de jornais, acabei conhecendo um freguês meu, que me indicou essas 2 figurinhas que entram agora:
Bat-Tyson e Filé de Borboleta, este apelidado pelo meu freguês.
Bat-Tyson, uns 50 anos, forte, uns 90 kilos, não tinha os dedos parecendo os punhos, 2 "luvas". Filé de Borboleta era magro e baixo.
Numa reunião com Bat Tyson na casa de meu freguês, sou informado por ele, que várias famÃlas estrangeiras, principalmente italianas, sabe Deus porque razão, apadrinham portadores dessa doença, dando-lhes algo não muito caro, numa forma de amenizar o sofrimento. Para fazer jus ao presente bastava tirar uma foto.
Quem recebia o dinheiro do exterior gerava confiança, avalisava o risco:
Padre João M.....!
Continua no Autoria.
Clamei por Deus, mas rezar não....
Conseguimos receber alguma coisa em dinheiro, mas demos em troca para o padre, uns 20 postais rarissÃmos da década de 50, do RJ e Itália!
Tivemos que assinar uma declaração de que não éramos portadores da maldita doença, portanto sem direito a qualquer tipo de indenização!
Assim termina mais um: Acredite se Puder!
Uma história tão abjetamente obscura como essa só poderia acontecerneste paÃs onde lei e honra são palavras vazias.
Nunca confiei em padres (acho que nem Deus confia, apesar do amor imenso que tem). Com padres polÃticos, nem o diabo se mete. Que Deus nos livre.
Crei que este é um tipo de história que poderiamuito bem estar registrada em um documento policial.
Verdadeiro horror!
Aposto que todos os envolvidos estão por aà posando de lÃderes e pastores dos necessitados.
É realmente nojento.
Perdão por minhas palavras, mas se detesto os poderosos aproveitadores, tenho ainda mais horror a esses miseráveis seres que se aproveitam dos seus semelhantes (em condições) para melhorar suas mesquinhas vidas.
beijos
É de horripilante esse episódio. E o papa ainda afirma que a única igreja legÃtima representante de Cristo é a Católica!!!Conheço outras histórias parecidas e que causaram um estrago na minha fé. Mas tenha certeza, Renato, que sua fé não ficou abalada pela atitude mesquinha do religioso. A fé se baseia em obras, portanto as suas obras provam a sua fé. És um vencedor, com certeza!
Abração a você e seu irmão!
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