Amanhã
Não ter você amanhã é repassar todos os filmes eróticos do fundo da estante sem mudar de canal apressadamente. Depois adormecer livre no sofá, na frente da televisão.
Não ver você amanhã é usar os dois lados do guarda-roupa, encher de revistas a gaveta de calcinhas e não consertar o chuveiro frio no inverno, ou nem mais inverno existir.
Amanhã, não ter você, é desejar a moça do primeiro andar sem desviar os olhos com culpa de ladrão. Dormir até mais tarde e almoçar às quatro, e nunca mais lavar pratos. Permitir que o cheiro de comida enlatada contamine o ar da sala impunemente.
Amanhã, não ver você, é escolher uma mulher na esquina, pelo cheiro ou pela cor. Pagar pelo sexo fast-food pra não dizer mais nada, nem mais olhar nos olhos.
Não ter você amanhã é arrastar uma sombra pelas ruas e fugir das réstias de sol. Ou nem mais sol existir.
Fiz uma TROVA para VC:
Não ter você faz-me crer
que não saberei sorrir...
Só vou buscar o sofrer
sem ver o sol existir.
Votei na surpresa da gaveta de calcinhas e no seu sexo fast-food meu caro Jairo!
raphaelreys · Montes Claros, MG 11/2/2008 08:56Nem réstias do sol...Perfeito! Parabéns pelo texto tão quente, forte.Abraços.
Cintia Thome · São Paulo, SP 11/2/2008 19:27
Jairo
Existem pessoas que quando nos faltam, é como se apagassem o sol...
Abraço.
jairo, gostei muito do poema, dessa sensação que você descreve da perda do amor... como se fosse bom a liberdade, porém a liberdade sem o amor tem sentido? Parabéns pelo belo texto Danlima
danlima · BrasÃlia, DF 11/2/2008 20:53
Parabéns, poeta! Versos fortes!
Abraços!
Você me fez chorar, digo, suas palavras de raposa olhando as verdes uvas.
Perfeito!
beijos
Jairo, estive aqui, e nem vou dizer o que aconteceu! Digo! Me emocionei com tanta beleza.
Abraços
Obrigado a todos pela visita e pelos comentários gentis. Por acaso, achei hoje um desenho que fiz há quase dez anos e que complementaria bem o texto. Vou colocá-lo no meio das fotos do meu perfil porque já passou o tempo de edição, mas faço uma errata: "onde se vê isto, veja-se aquilo".
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 12/2/2008 01:11Fico feliz em com meu voto completar o número mÃnimo necessário para o banco da cultura, certamente virão muitos outros, porque o texto merece. Abraços
Falcão S.R · Rio de Janeiro, RJ 12/2/2008 02:43Muito obrigado, Victor. Muito obrigado, Falcão, pelos votos complementares. As opiniões são o que mais importa, mas à s vezes desanima perder um texto por falta de votos.
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 12/2/2008 10:25
Lindo, Jairo.
Deixo aqui meus votos, porque seu texto me deu uma saudade e até me inspirou:
" Amanhã, sem você, não tem graça olhar as estrelas, nem esperar o clarão da lua entrar pelo quarto e energizar nossos corpos para o amor.".
Um abraço mineiro.
Obrigado pelo voto e pelo elogio, Anamineira.
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 13/2/2008 00:37
Puxa que coisa linda poeta Jairo. Arraster uma sombra pelas ruas e fugir das réstias do sol. É... isso não é bricadeira, é poesia de verdade. Meus sinceros aplausos e abraços amigo Jairo.
Carlos Magno.
Obrigado pela presença, mais uma vez, Carlos.
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 13/2/2008 01:12
"... é usar os dois lados do guarda-roupa,
... ou nem mais inverno existir."
Que importa, né? Sem voce...
Bom jeito de dizer, Jairo. Votei.
Benvindo, Heldi, e obrigado pelo voto.
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 15/2/2008 22:46
Jairo,
a prosa poética me parece, muitas vezes, mais tocante do que a poesia, porque ela está livre das formas, é puro poetizar a vida...
Fico feliz por ter encontrado seu texto.
Gostaria de convidá-lo para ler a minha última poesia:
http://www.overmundo.com.br/banco/eu-sou-o-teu-sonho-pescador
Abraço.
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