Ao Mestre

Sensação da chegada,
chegada ao inexistente
milímetros de pêlos vão pelo ralo inexistente
mãos firmes e medrosas.
sensação incomum lá onde o espelho não reflete
euforia misturada a pontos ardentes e rubros.
Ninguém vê,
a face se agiganta
as sensações da grandeza das mãos migram...
alegria e presteza incomum, mas...
ninguém vê.
...
A luz se vai
o medo chega
imagens fúnebres aguçam o medo.
O cadáver fingido traz a luz
choro verdadeiro...
- “era um bom homem�
- “uma boa alma�“
- “um puta cara legal�
...
a desgraça engraçada do sofrimento inexistente se espalha
- “que se foda o D P�
- “de hoje em diante sou boy�
- “respeito�
- “era cada foda�
- “exijo respeito�
...
a cena continua
a cena acaba, recomeça... se repete, diverte, aflige, incomoda, emociona...
o vírus rompe a parede real inexistente
e vê...
Entra em cena
pontos rubros são como foco...
a chegada se configura, a cena se instala.
Milímetros de pêlos se vão,
outros vêm,
ficam...
vão pra cena
servem à persona.
O avanço avança caloroso, triste, alegre, eufórico, belo, feio...
importante, necessário.
Aplausos...
lá em 1991, cá em 2008 e lá em dois mil e...
firme e forte num crescente contínuo...
o Mestre se alegra
alegria que alimenta, que empurra e arrasta pra próxima cena...
- Terceiro sinal!
- Merda pra todo mundo!