Aquele Velho
Quando chegou, o avô estava lá, de ponta a cabeça fazendo aquela pose difÃcil do yoga.
Precisava lembrar que era yôga com o ô exatamente assim, fechado.
Não sabia o que o velho aprontaria hoje na cozinha, mas viver eternamente sem comer carne, para um rapaz gaúcho era absurdo, pensou alto.
Adorava aquele seu avô, ele sempre foi seu herói, antes de tudo, porque era do contra e, tinha a personalidade zen, desses que dizem: - levem suas ambições, que eu sigo leve…
Por várias vezes questionou o seu modo calmo de ser, quando se dizia -quem cala consente- o avô lhe ensinava o contrário,avisava que quem cala tinha a calma suficiente para esperar a verdade chegar forte, no trotar das circunstancias. Era um ser de extrema beleza.
Um homem digno que criou três filhos muito bem, todos se tornaram homens fortes. Um deles era o seu pai Augusto, grande professor de FÃsica Quântica.
Mas aquele avô? Era um caso à parte.
Tinha sabido pelo médico que o seu tempo estava escasso, era o tal problema antigo, que ninguém ousava tocar, exceto ele; com a doçura de quem é eterno.
Num dia quente de verão lá no sul, Robinho soube do passamento do avô, e lamentou muito não ter estado ao seu lado, para ver o último suspiro sereno que sua avó descreveu tão bem.
Naquela mesma tarde depois do enterro, virou-se para Isabel, sua amada, e disse:
— Bel, não sei se está selada a nossa sorte, mas se estiver, saiba que o nosso primeiro filho se chamará Pedro!
A morena assentiu chorosa. E Robinho sentiu uma brisa de avô lhe sorrindo, do alto da amendoeira farta.
Naquele dia soube que também seria um homem forte.
Nina Araújo
Por várias vezes questionou o seu modo calmo de ser, quando se dizia -quem cala consente- o avô lhe ensinava o contrário,avisava que quem cala tinha a calma suficiente para esperar a verdade chegar forte, no trotar das circunstancias
Nina, isso é só aperitivo, né? Pq deste pequeno conto sai até romance, é só fuçar . Parabéns, volto pra votar.
Vanessa Anacleto · Rio de Janeiro, RJ 24/8/2008 18:23
nina araújo · Rio de Janeiro (RJ) ·
Aquele Velho
Ficou muito bonito e emocionante de comover a gente.
Tocou no coração e na alma.
...Bel, não sei se está selada a nossa sorte, mas se estiver, saiba que o nosso primeiro filho se chamará Pedro!
A morena assentiu chorosa. E Robinho sentiu uma brisa de avô lhe sorrindo, do alto da amendoeira farta.
Naquele dia soube que também seria um homem forte.
Parabéns Amiga Poeta.
Ficou muito bom.
Abração Amigo
Nina maravilha de texto minha menina.vai ter segundo capÃtulo?
clara arruda · Rio de Janeiro, RJ 24/8/2008 19:19
Ô queridas,Vanessa e Clarinha,só farei o segundo se for coletivo,ou seja,com a ajuda de voces...
Mas dá uma alegria enorme saber que voces já gostaram deste,viu?Beijos poéticos,Nina.
Ô Azuir,amigo estimado,voce citou um texto que eu tive muita alegria de fazer.E se comoveu o seu coração, então estou satisfeita por demais,pois adoro me emocionar junto com os amigos.Abração daqui também,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 24/8/2008 21:23Parabens pelo texto.Esperar a hora da verdade, requer muitas vezes um silêncio profundo.
Fatima Paraguassu/Santa Cruz de Goiás · Santa Cruz de Goiás, GO 24/8/2008 22:43É sim Fátima, ali ele quis dizer que se a boca não fala é porque o coração está tão calmo que confia né não? Obrigada pela sua visita! Abraços,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 24/8/2008 23:33
Nina,
Bela homenagem para um avô que soube
transmitir confiança e fazer com que a
geração vindoura se sentisse forte através dele.
Teu conto transmite a sabedoria
dos velhos guerreiros.
bjsssss
Nina Araújo: começo pelo teu nome demulher forte, nome de poeta, nome de grande contadora de história. Que linda passagem em torno de um fato que ainda nos amedronta....É Nina, "não temos tempo de temer a morte". Parabens pela grandeza poética do teu personagem, quer dizer, teus personagens: Isabel, Robinho, o avô e a narradora, é claro.Bjos de luz
graça grauna · Recife, PE 25/8/2008 03:47É Doroni querida,e o bacana é que esta "sabedoria dos velhos guerreiros",está sempre presente em nossas vidas, basta olhar em torno e perceber a sapiência de nossos velhos,né não? Bjssss,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 08:20Ô Graça Graúna, nome de poeta grande e mulher sensÃvel, amante incondicional das coisas de nossa gente,é uma honra ser chamada por voce de "contadora de história", e "grande" ainda por cima, voce que nos relata sempre verdadeiros legados de cultura da nossa terra,do nosso Ãndio,da nossa vida. Ôxi,eu hoje já ganhei o dia, o que vier é lucro...Obrigadaaaaaaaaaaa,beijos daqui,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 08:25
Nina, que sutileza poética nesse conto.
querida, como vc escreve! Lição de vida e morte pra sempre marcada em mim.
Parabéns. Parabéns.
bjos
CD
"o avô lhe ensinava o contrário,avisava que quem cala tinha a calma suficiente para esperar a verdade chegar forte, no trotar das circunstancias".
*****
Fina percepção de quem sabe das coisas e permanece sereno... Muito bom.
Saúde e Paz.
Ô CD,cadê voce? Que bom sua presença amiga,e fiquei muitoooo feliz de ter deixado essa boa impressão no seu coração, eu adorei fazer este texto assim...Que sorte! Beijos,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 17:23Ô Jb amigo, a sua visita e o comentário pinçado são presentes para mim! ObrigadÃssima. Saúde e Paz.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 17:26
Oi nina, que bom que desse homem zen
ficou um nome em um neto e bisneto.
Belo!
abração
.."Naquele dia soube que também seria um homem forte."
Ah, estes espelhos que precisamos!!
aà fica a nossa responsabilidade com o que passamos com as gerações posteriores: O exemplo.
Como tudo que fazemos e dizemos é importante e têm um reflexo nos outros.
Um conto (podemos dizer assim?) maravilhoso neste aspecto e comovente.
Ô Branca que bom é que voce acompanhou o texto assim...Obrigada pela visita e o comentário carinhoso! Abração também,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 23:18Maravilha este seu comentário amigo Hideraldo e suas palavras tão importantes e pertinentes. Fico muito feliz que este conto( vamos dizer...) tenha tocado o seu coração nobre. Abraços e obrigada,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2008 23:21
Ai Nina, que estória...
é de uma doce tristeza e que traz paz e esperança como um belo texto a ser lido. Agradeço a você pelo texto.
beijo
Ô Cristiano que alegria saber que o texto tocou voce! Maravilha! Obrigada! Beijo pra voce,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 10:15
nina araújo · Rio de Janeiro (RJ) ·
Aquele Velho
Com todo carinho dando mais uma leitura e votando no seu mérito e na beleza do Trabalho
Parabéns.
Abração Fraterno
ôxi, menina besta...tu é grande mesmo visse?.....ggrrrrraaannnnnddeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!
graça grauna · Recife, PE 26/8/2008 19:09Clarinha anjo amigo.Obrigada! Beijos poéticos,Nina.(incorporei esta expressão do poeta amigo Gustavo Adonias, espero não ter de pagar os royalties,rsrsrs)
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 21:23Obrigada Azuir pelo carinho e pela segunda leitura! Abração para voce também,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 21:24Õxi Graça intão tu veio foi ? Tava com uma sõdade da muléstia de tu visse ? amo tu! mucho obrigada.Tixau.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 21:27Ô amigo Novo Poeta é bom demais saber que voce veio aqui fazer a leitura e que gostou,uau! valeu mesmo! Abraços,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 21:28Obaaaaaaaaaaaaaaaa! Obrigada Aiuj,voce me deu alegria imensa pela leitura e carinho.Beijos,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 26/8/2008 22:59Doroni,Branca e Cd...um beijo poético e todo o meu carinho à voces!
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 27/8/2008 10:18Obrigada Edimo amigo! Outro abraço para voce,Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 27/8/2008 13:44Obrigada Carlos Mota, amigo! Beijo também, Nina.
nina araújo · Rio de Janeiro, RJ 3/9/2008 16:08Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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