O foco deste trabalho é investigar o uso de algumas idéias de Gregory Bateson na exploração do universo de sentidos criado pela proposição cosmopolítica de Isabelle Stengers. Os dois epistemólogos da Ciência – o ícone por excelência da ontologia moderna e contemporânea – partilham a mesma ojeriza ao reducionismo cartesiano que a domina e às consequências ecológicas e políticas (nessa ordem, agora) desastrosas de sua fome canibal por energia e metais, que devora, sem culpa, os não-Um: povos outros, seres vivos não-humanos e as próprias entranhas do planeta que suportou (até hoje) os desatinos de nossa vaidosa espécie.
Como Bateson, Stengers quer “fazer pensar” para além da epistemologia hegemônica partilhada pelo conhecimento científico e pelo senso-comum (no sentido conservador gramsciano): ambos se arvoram dizer, sem estremecer, “o que é” e “o que deve ser”. A capacidade de “desacelerar os argumentos”, de criar “uma ocasião para uma sensibilidade um pouco diferente com relação aos problemas e às situações que nos mobilizam” é talvez um bom indício de autenticidade de uma proposição como cosmopolítica (Proposition Cosmopolitique/PC: 45). Apontando na mesma direção, Bateson chama a atenção para a importância do “contexto do contexto” do aprendizado, pois todo ser humano tem um segundo aprendizado ao aprender qualquer coisa, e esse “aprendizado secundário” é tão ou mais importante que o ‘conteúdo’ absorvido no processo, pois determina a própria capacidade de aprender do sujeito.
Investigação batesoniana da arte parietal paleolítica como proposição cosmopolítica (Isabelle Stengers).
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