A noite caía no meu enfado
Deixando pesar na paisagem que eu mirava
A angústia do entardecer finito.
Eu tinha ensurdecido para os ruídos do mundo,
Sentia nos ombros toda a culpa dos desejos contidos
E na saliva, o fel do tédio.
Culpei a religião de ter-me atado a grilhões
De absurda mediocridade
E tive a certeza de que poderia ter sido melhor.
Eu estacava os olhos na avermelhidão do arrebol
E estremecia...
Tudo à minha volta era vago enigma
E eu via estilhaçar minha imagem no espelho das águas.
O calafrio das horas crástinas era severo algoz.
Uma nuvem, esgarçando-se solitária, ia sumindo, sumindo,
E sumia
Eu junto com a nuvem...
Kasinsk,
Gostei do seu texto.
Votado.
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Gracia.
"Sentia nos ombros toda a culpa dos desejos contidos
E na saliva, o fel do tédio.
Culpei a religião de ter-me atado a grilhões
De absurda mediocridade"
Pecado x prazer, dominação religiosa e cultural... Adorei a temática, assim como sua linguagem.
Votado! Abraços!
Kasinsk,
interessante e reflexivotexto
A medida que o tempo passa e não nos sentimos
realizados, culpamos algo ou alguém por nossa
mediocridade, inda mais quando a vida
teima em fazer cobranças,
e se torna um vago enigma
bjsssss
Gostei bastante.
"E eu via estilhaçar minha imagem no espelho das águas."
Muitas vezes vemos nossas imagens estilhaçando, mas depois a reconstrução é sempre melhor.
Sucesso.
Votado.
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