dois ursos hibernantes
por fendas entreabertas de meu peito
permitem conhecê-los
enquanto não lhes passa tal efeito
vem-me um medo: que esses ursos enjaulados não despertem
apesar de eu confiar nos dias quentes que virão
então deformo o peito
fornalha bombeando sangue e fogo
desboto minha imagem
é nudez minha ruína, meu esgoto
e ao passar as minhas horas tête-à-tête com o espelho
tento mesmo é espedaçá-lo e mosaicar-me grão por grão
um plágio michelângelo
expondo minha pós-recriação:
a ardente criatura
e o gélido senhor dessa invenção
dois ursos hibernantes
por fendas entreabertas de meu peito
permitem conhecê-los
enquanto não lhes passa tal efeito
. . .
Seu texto tocou-me fundo... belo e requintado. Meus parabéns!
Obrigada por ter me visitado.
Beijos da Mamma
Não sei se vais me entender, mas este teu texto me parece ainda mostrar algum tipo de esperança que não sei bem d'onde vem.
Deu-me a entender que há uma saída, uma fuga, uma ponte, só não sei se para traz ou para além.
(não me dê atenção. mais pessimista que de costume hoje).
Poxa, e eu aqui que não tenho mais que duas codornas no peito, que porém nunca hibernam. Vai ver por isso não as posso conhecê-las.
Eu que te agradeço, Greta!
Obrigado mesmo!
Abraço,
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
A esperança vem do verão por chegar! Quanto à saída, nem para trás nem para frente: para dentro, para a geleira na qual está o coração; fazer derretê-la!
Ainda bem que suas duas codornas (ou águias??) não hibernam, meu caro! Ainda bem! Obrigado pelos comentários enriquecedores, viu?
Abração!
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
Belo texto, Carlos.
Um conflito Polar_izado nos vazios da geleira humana.
Um abraço!
E bote Polar(izado) nisso, Jairo!
Obrigado pelas palavras!
Abraço
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
Malandro, reli o teu post...
Acho que ele muda de acordo com as variações climáticas (bem, não quero admitir que eu é que sou volátil mesmo).
Ainda me causa uma certa, digamos, desconfiança. É porque dá-me a impressão de que há alguma coisa nele que não consigo enxegar.
Não é que eu esteja mal por não conseguir ver essa coisa (se é mesmo que ela está lá) o que me incomoda é QUERER ver.
Você é um canalha!
Por que não vai embora daqui e deixa o Overmundo para nós, os medíocres?
(risos)
"sempre me procurei e nunca me encontrei, pelo que fui salvo".
Manoel de Barros
Colé, Escaleno!
Não me exclua do rol dos medíocres e nem do território deste mundo over! (risos) Eu também sou como aquele cego que canta paisagens como se as tivesse visto... também QUERO passar a enxergar!
Abração
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
Homem... Cordeiro e Lobo. Lobo e cordeiro.
Abraço fraterno.
É um ótimo ponto de vista, Ayruman!
Obrigado pela pincelada!
Abraço
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
ótimo texto amigo, parabéns.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 18/1/2010 17:02
Muito obrigado, Marques!
Fico feliz de ter gostado.
Abraço
Carlos ETC
http://interludios.blogspot.com
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