Fotografias feitas durante a festa de São Sebastião e São Benedito, realizada em Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, norte do EspÃrito Santo, em meados de janeiro de 2008.
A festa começou no dia 18, com o ensaio do Ticumbi de Itaúnas, num sÃtio distante 8 km da vila de Itaúnas, e acabou no domingo, dia 21.
Durante a festa vários grupos culturais tradicionais se apresentam em vários locais da vila, enchendo Itaúnas de cores e sons.
São grupos de Reis de Boi, Ticumbi, Jongo, Pastorinhas e a encenação do Alardo, um auto que representa em dois atos a tomada de Mobaça: no primeiro ato, os Mouros capturam a imagem de São Sebastião e a conduzem para a sua fortaleza. No segundo ato, os Cristãos conseguem recuperar e imagem após uma acirrada batalha de espadas, marcada pelo rufar de tambor e caixa, e pela torcida frenética da garotada que assiste o evento.
Muito bom e muito bem Ilhandarilha.
Gosto muito da lenda do Rei Sebastião por essas bandas da terra, da nossa terra.
Assisti um doc. muito bom, com uma trilha sonora maravilhosa, mas infelizmente não lembro de nomes e créditos, lembro apenas que é um excelente doc. sobre a Lenda do Rei Sebastião, com depoimentos, encenações, festas e toda o sincretismo religioso que fez essa lenda se transformar numa festa cristã tão cheia de musicalidade, colorido, e com muita coisa para ser lida, ouvida e recontada.
Um beijo,
Acabei de ver as fotos ampliadas e acho que fiz uma pequena confusão, ou não?
A Lenda do Rei Sebastião é contada no Maranhão, não sei se em Vitória ela também é contada e representada.
Mas tá lindo do mesmo jeito, e tá valendo, né, afinal de contas, o bom desses festejos religiosos, é justamente o que de cultura enraizada de um povo, que ao que me parece, tudo nasce de uma lenda ou coisa assim...
beijos.
O Sebastião, no caso da festa de Itaúnas, é o santo católico que era soldado romano e foi morto com flechadas por ter se convertido ao cristianismo. O rei Dom Sebastião é outra história, que veio dar no folclore brasileiro da Nau Catarineta, do qual sei muito pouco, aliás. E acho que é o contrário, Dora: as coisas não nascem de uma lenda ou coisa assim. A história é que vira lenda, ou coisa assim, à medida em que vai sendo recontada pelo povo.
Um beijo!
Adorei! Tem umas pérolas, muito bem sacadas!
Beijo e parabéns,
Felipe
Grande ilha!
De todas as lindas fotos, me chamou a atenção a da banda de congo, com aquelas impressionantes 'cassacas' (os reco-recos) ao lado dos tambores. E a matéria sobre as bandas de congo, quando virá. Estou doido para comentá-las.
Tenho comigo centenas de fotos em p&b e diapositivos de festas como esta, a esmagadora maioria em Minas Gerais, tiradas entre 1975 e 1980. É incrÃvel! São exatamente iguais em tudo. As roupas, os instrumentos, os ritmos, as danças, o simbolismo do mastro. A coerência absoluta entre as manifestações e, o mais impressionante, a sua perenidade.
Sempre que eu vejo as suas imagens eu me lembro das minhas (feitas por fotógrafos que me auxiliavam na pesquisa) e penso o quanto ainda se terá que pesquisar e escrever para que se compreenda enfim, o real sentido e conteúdo registrados nestas imagens, infelizmente ainda tão misteriosas e incompreendidas, tanta coisa guardada por nossa literatura oral e audio visual a ser revelada.
Parabens por lançar alguma luz sobre os melhores aspectos do Brasil.
Grande abraço
SpÃrito, sábado fui a um evento da secretaria de cultura do estado no Museu da Vale, chamado Balaio Cultural. Foi bom rever o pessoal do Ticumbi de São Benedito, que estava por lá. Mas fiquei bem triste com a forma como o evento foi idealizado: o que era para ser um encontro bacana entre as pessoas e os grupos da cultura tradicional do estado, se transformou meio numa espécie descontexto cultural, com os grupos isolados, os intelectuais filmando e fotografando com aquele espÃrito de "olha que bonitinho que eles são". Constrangedor. E muuuito diferente do que rolou em Itaúnas, onde os grupos eram todos locais (menos o congo da Serra), dentro do seu contexto e havia integração total entre eles e os turistas que nem eu.
Mas o que queria dizer é que encontrei lá um cara que teve aprovado um projeto de vÃdeo sobre a Casaca. Ele está filmando e entrevistando várias pessoas ligadas ao uso do intrumento no estado. Parece um projeto legal. Soube ( não sei confirmar se isso é verdade) que o ES é o único estado que faz as casacas com aquelas carinhas no alto. Eu acho lindo aquilo. Um fabricante de casaca da Barra do Jucu faz, além das carinhas, todo um cenário com o contexto do congo. Na minha próxima ida à Barra vou fotografar e postar aqui.
Sobre a matéria com as bandas de congo, não estou tão informada assim sobre elas para escrever. Mas prometo que vou juntando material e um dia posto aqui. Valeu pelo comentário!
Ilha,
Acho que as cassacas existem mesmo só aÃ. Este caráter antropomórfico delas é o dado mais quente da história. É a evidência que deve linkar o instrumento com a sua origem mais remota que, deve ser africana talvez, mas, precisa ser melhor definida.
Li em algum lugar que as bandas e congo daà começaram com uma simbiose que ocorreu com quilombolas e Ãndios (escravos fugidos teriam habitado uma mesma região).
Escreve sim. Ninguém nasce sabendo.
Abs
muito legal Ilha e as fotos, uau! estão ótimas mesmo.
Ilha acho muito legal a abordagem da lenda e do mito que se transformam, religam se em história oral testemunhal ...
parabéns
Eu passo tanto tempo sem vir ao overmundo e de repente volto e vejo quão maravilhoso é esta troca de conhecimento, este incentivo à pesquisa e ao conhecimento, que bom vê-lo por aqui spirito. grato Ilha.
Claudiocareca · Cuiabá, MT 14/4/2008 18:29
Salve Careca! Estava mesmo sentindo fala de suas fotos!
Abraços
Eu pensei ter respondido ao seu comentário me retificando, dizendo, que fiz confusão de Sebastião sim. Mas depois foi que me toque, aà você esclareceu as coisas mais sabiamente pra mim.
Um abraço, tá linda Ilhandarilha.
Agora entendi, Dora. Abraço!
Ilhandarilha · Vitória, ES 14/4/2008 18:33
Olá Ilha,
Salve o glorioso São Sebastião e o Bino Santo
Que estão em seu altar!
Façamos uma festa bem bonita
Para o povo admirar!
Salve CÃntia! ô festa boa!
SpÃrito: Essa moça ai acima é especialista em congo capixaba. Juro que já a vi de casaca na mão, rodando a saia. É a pessoa indicada pra escrever sobre o congo aqui. Puxa a orelha dela que não quer escrever nada!
Tem mais Reis de Boi aqui!
Ilhandarilha · Vitória, ES 17/4/2008 23:23Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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