Escrevi este texto para um debate do festival Caipiragroove, realizado em Campinas, lá nos tempos antigos de 2002... Fala de Monteiro Lobato e Gilles Deleuze...
interessantÃssima a questão do "esquecimento como força ativa". vivemos em plena cultura do banco de dados, do acúmulo de informações. dedicação ao monumento, à permanência. à construção de história.
volumes de dinheiro dedicados à manutenção de certas áreas delimitadas do mundo, tidas como significativas, evocativas de épocas, estilos, fatos (quando os próprios fatos são estruturas complexas, transitórias) enquanto outras áreas são destinadas ao esquecimento. monumentos seletivos.
não guardar para sempre, mas tranformar sempre.
ótimo texto, com muitas portas abertas.
Oi, Hermano! Você escreve de forma admirável! É um grande prazer ler tudo que você escreve!
Quando disse que bibliotecas são "pesos" você me fez pensar e ... não concordei. Você já desenvolveu essa idéia em outro texto? Poderia explicar melhor?
Afinal, suponho que grande parte do que você é - que seja entendido como elogio! - decorre dos livros!
Grande abraço,
Guiba.
oi Guiba - aquilo é apenas uma provocação - adoro livro - mas gostaria que fossem mais leves (em todas as viagens compro muitos livros e estou sempre pagando excesso de bagagem!) - hehehehe
mas agora falando sério: acho que há sim um certo exagero na vontade de preservar tudo e de registrar tudo: o que vamos fazer com essa quantidade fabulosa de fotos que as pessoas estão tirando com seus celulares? temos que saber "apagar" um pouco também...
penso que esse excesso de dados não tem o mesmo valor de preservação que atribuÃamos à fotografia tradicional, até pela rapidez com que é gerado e descartado. muitas dessas fotografias sequer saem da câmera para um computador. ali mesmo são apagadas para dar espaço a outras numa assombrosa emergência do momento. já vi muita gente tirar uma foto, mostrar imediatamente e em seguida apagar.
por gostar tanto do pink floyd, há tanto tempo, sempre fui fascinado pela battersea power station, que ilustra a capa do lp animals, de 77. descobri no flickr um grupo que dedica-se a acumular fotografias dessa construção, que fica na inglaterra. é impressionante como as fotos se repetem, como as pessoas estão tirando continuamente a mesma fotografia.
Esse é um dos textos do Hermano de que eu mais gosto...
ronaldo lemos · Rio de Janeiro, RJ 21/11/2006 19:50Também "gostaria de fingir que o lado reacionário" de Monteiro Lobato não existe, mas fazer o quê: Era neto do Barão de Tremembé, estudou e formou-se num contexto onde ser conservador era regra... ele não poderia ser exceção em tudo. Alguns crÃticos/inquisidores desconsideram a concepção nacionalista de Lobato perante os modernistas e o caso Anita Malfatti, o que paticularmente acho uma injustiça.
Thiago Fragata · São Cristóvão, SE 22/11/2006 13:18o Thiago já publicou um texto sobre Monteiro Lobato aqui no Overmundo. Estou esperando os póximos textos prometido, um que fala das conexões entre Nietzsche e Lobato, e outro sobre o que Lobato tem a ensinar aos novos escritores - temas que prometem!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 22/11/2006 15:37
êta Devir Caipira danado de bão;;;; me deu até vontade de tomar um trago ouvindo Roça Eletrica...
O tema da memória ficou muito bem explorado, caro Hermano. Me fez Lembrar a forma que Deleuze faz Proust lembrar das coisas;;;;;
Essa questão dos acervos, de querer preservar tudo é mesmo um fardo da sociedade atual, porque tendemos a acreditar que a obra preservada ficará na memória, mas gosto de citar sempre o Zumthor, que diz que "a obra oral é “conservada†pela memória que implica “reiteraçãoâ€, variações re-criadoras, movência" . Isto sim, é estimulante, resulta na criação constante e na memória em ação, cutucando a mente... É bom também esquecer para depois relembrar com outro sabor.
magda pucci · São Paulo, SP 16/5/2007 02:20Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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