Carta de rom-côngui

Salve povo do meu Brasil varonil cor de anil,
de jambo e jambolão e fruta-pão, jaca e melão.
Eu não comi cachorro não.
Dei uma rapidinha e tô mandando essa cartinha de rom-côngui, que o Papá Bauer, ficou de publicar, que eu pedi pra ele, que eu tenho saudades de vocês daí (da Cida, da Dora, da Ize, da Saramar, da Lili, do Franck, do Spirito, do Joca, do Nivaldo, do Leandro, da Frann, da Cíntia, da Ilze... do Khais, de tanta gente que vão ficar de mal com eu porque não falei aqui, mas é pro bem e mal não faz, tá, tarará, tátá...)

E decididamente não consigo falar mandarin, nem ler e detesto inglês e espanhol e francês tem muito pouco e português tem três.

E não dei pra ninguém, ainda. Nem tempo dá... É corrida contra o relógio instalar a info de todos os media em português e espanhol. Trabalhando feito uma cã... horrendo. Nem devolveram minha cuia, minha bomba, minha erva de chimarrão, que ficou tipo alimentação na alfândega, mas deu outro problema não que eu provei pra eles que vim falar foi
0100011100001010101110000101011000111001111000110000000 e não era 0800 nem 171.

E nem desencontrei ninguém em cortina de bambu, tapume, parede, muro de lamentação, muralha alguma eu ainda vi nem.

Que o tigre, dizem, é de papel. Que papelão, misturando um capitalismo de estado com socialáite mandado pro continente desde essa ilha capitalista por excelência, que era laranja de amostra e agora é o ó do borogodó, o mãsti da hora, que tá fazendo os impérios tremerem.

Cês sabem, né?, que os chineses são o segundo maior credor em dólares dos EUA, que se cobrarem a promissória de uma só vez quebra o capitalismo no mundo e dá guerra das grossas, com bombão atômico e tudo, que eles também têm...

Mas só querem ganhar as olimpíadas, primeiro.
Depois vão pensar na crise da economia mundial, eticétera e tal, que não são bestas, porque daí fica o mundão conhecendo (1.300.000.000 deles) pela tevê, efeito demonstração chinês pra inglês ver e tudo o que demais se faz aos bilhões indo baratinho feito tênis de marca pra qualquer lugar.

Nem eu serei uma sereia chinesa, que elas são lindas e mais clarinhas que eu. Mas tem cada chino aqui que eu babo só de olhar e dá vontade de apertar a chã ou a picanha deles, eles tando ou não de calção. Eu sou chinoca às pampas, tchê!
Não fiz, porque não saberia o que diriam e não me faço de desentendida. E não sei luta marcial e medo de apanhar todo mundo tem, né? Vocês vão ver na tevê que eu mão tenho licença de fazer foto de ninguém e o treino deles é secreto.
E os atletas nem se sabe onde estão escondidos.

É tanta gente indo e vindo
e nós só rodando de vã, pra cá e pra lá
e eles vão até pro céu feito multidão.
E, sem filosofia qualquer, nós no chão.

A Praça da Paz é algo de celestial mesmo. No meio dela é um silêncio retumbante, mesmo com gente de muito nela, é que é, sim, muitíssimo grande pros padrões que a gente conhece, aqueles espaços de pedra enormes. Brasília fica até pequenina. Se não rola um papo perto, nem um tanque ao longe, é bonito, é bonita e é bonita.

Eu fico por aqui que terminou o espaço do cartão e não vai dar pra escrever mais.

Eu volto em setembro, nem que as deusas não queiram, ainda que seja de braço dado com um soldado... Ou um atleta e minha bomba e minha cuia.

Beijin di Beijing.
Amo todas vocês di bolão, pessoas lindas dos meus brasis.

Juli da Luz Bauer