Enquanto borbulhava o arroz doce no tacho, vovó salpicava a canela pra dar mais gostinho. Pretinha, a cachorrinha de estimação, abanava o rabo, furiosa com alguns mosquitos. A turma do rapa batia uma colher na outra, batucando dizendo:
--- Vira o doce, Vó. Queremos rapar a panela!
Vovó dizia:
--- Só falta Sá Maria Preta chegar com o limão para colocar umas raspas e o doce fica pronto.
Era domingo! A vovó levantava cedinho para preparar o almoço para a famÃlia.
O arroz doce não podia faltar.
Fico pensando...
Tempo bom quando reunÃamos na casa da vovó aos domingos.
Hoje sinto falta desses encontros.
Nossos filhos preferem passar o final de semana com os amigos, ora no sÃtio, ora nas baladas.
Os valores estão mudando.
Dizem que o homem está com a alma fria.
A minha anda pelando!
Chega a queimar as minhas entranhas.
Diacho! Com esse frio, nesse vale mineiro cercado de montanhas, vou pegar o trem pra Mariana (cidade histórica mineira).
Lá moram minha tia Terezinha, tia Nazica e a tia Naná, todas na casa dos oitenta anos. Têm saúde pra dar e vender
O remédio: A alegria de viver.
Sei que vou encontrar um delicioso almoço, um bom vinho, sorrisos e afagos para serem compartilhados.
Ana,
seu texto está uma delÃcia de ler: suave e aconchegante.
mas falar de arroz doce é covardia... desperta os sentidos e traz recordações para mim também.
abs,
Eita amiga me deu água na boca.beijos e sucesso.
clara arruda · Rio de Janeiro, RJ 30/7/2008 07:48
anamineira · Alvinópolis (MG)
Cheiro de canela, sabor de vida
Ficou muito bacana e lembra a Bibi Ferreira interpretando um situação igual em que diz que vai pegar sua viola e cantar em outro lugar.
.....Com esse frio, nesse vale mineiro cercado de montanhas, vou pegar o trem pra Mariana ....
Uma Santa inspiração .
Parabéns
ficou gracioso e marcante pra toda vida.
ABração Amigo
Ana,
que texto gostoso de ler.
quantas recordaçoes num simples arros doce.
verdade, quando lembramos de outros tempos nossa alma fica pelandoooooo. Vontade de reviver!!!
bjsssssss
Prazer em levá-la para o banco de cultura
bjssssss
Aninha, to aqui tb, prestÃgio. Belo texto saboroso.
Sérgio Franck · Belo Horizonte, MG 30/7/2008 21:13
Hum...cheiro de canela mesmo...saudade...
Gostoso Texto , muito gostoso memso. bj
Seu texto bem escrito, provocou minha saudade!
VOTO CERTO
SILVIA
Que delicia de texto, Ana. Minha mãe ainda faz seu arroz doce toda semana. Arroz doce mineiro, claro. Ninguém faz igual... rss Ela também tem quase 80 anos e um pique de fazer inveja a todas nós. rsss
Os netos adoram, mas não é como no nosso tempo, todos em volta do fogão, as conversas, as risadas. Em que instante estes valores se perderam? Tenho pena desta geração que não conheceu estes "afagos" como você diz...
beijo!
Acho "tão bão" chegar aqui e ler todos os comentários.
Pra mim, são afagos.
Meu coração agradece.
Abraços pra todo mundo.
Você com esse conto maravilhoso me transportou pra um lugar tão distante de hoje, numa época muito bacana em que eu ficava rodeando a panela de doce na mesa da cosinha, esperando minha mãe virar o doce na travessa e me dar a panela pra raspar ainda meio quente. Agora chego sentir água na boca. Meus sinceros aplausos e beijos, amiga Anamineira.
Carlos Magno.
É, Carlos,
Escrevo essas coisas pois sou uma "véia" saudosa.
Fico feliz de saber que meu texto te remeteu à infância e sei que esse menino adormecido acordou e saboreou o doce gostoso da mãe.
Agradecida pela visita e comentário. Abração apertado.
Airton,
E você rapou o doce feito pela vó?
Obrigada pela visita.
Abraços,
Que delÃcia. Como é bom apreciar suas produções literárias nobre amiga. Me dá saudades das Gerais. Também sou filho desta Terra.
Luz e Paz. Sempre. jbconrado.
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