Consequentemente...
Raphael Reys
O homem moderno supõe de alguma forma, que gerência o seu destino, controla a sua vida ou mesmo influi nos acontecimentos, dos quais ele é apenas um instrumento. Codificado por via subliminar. Perneado de pensamentos mágicos.
A mente buscando informações de supostas justiças, aparentemente sendo feitas. NotÃcias de projetos polÃticos para o benefÃcio da sociedade, os quais se executados, produzirão apenas mais lesões. Afetarão os seus anseios, finanças, esperança e a sua sensÃvel alma.
É tudo uma utopia invertida. Relata a sabedoria sertaneja:
O diabo tem uma capa e uma campa...
Como em um tabuleiro de um jogo de xadrez, será sempre usado como uma peça para o movimento. Ora a vitória será de um lado, ora do outro. Será sempre o peão, combatente com final em xeque-mate. VÃtima de um sistema sem sentido e cuja via conclusiva do impacto é com a sua própria estrutura. FÃsica, moral e espiritual.
Dorme carregado de propaganda subliminar, oculta nas variedades. As quais ele vê, ouve, torna instrumento passivo. Acorda com noticiários tendenciosos impulsionando para mais um dia de consumismo e escravidão dos sentidos.
A emoção é um barril sem fundo. Jamais se encherá.
Fala e se movimenta como se estivesse resolvendo os problemas do mundo e da sua alma instrumento. Relata-nos Guimarães Rosa:
Deus é curvo e lento.
Descobrirá que não sabia o que imaginava ou dizia saber. Serão escravo dos vÃcios seletivos, pressões tribais. Seu pequeno e tacanho universo programado; barbitúricos, bebida, simulação, sÃndrome do pânico.
Iniciará a vias de autoajuda em organizações, agremiações religiosas e clubes que vestirão o seu ego com novas e atraentes roupagens multicoloridas. Vernizes sociais, polÃticos, intelecto tendenciosamente delirante. Plenos apenas de aspectos emocionantes.
Engodos não sendo descartados, pesarão em seu Ãntimo pelo resto dos seus dias. Viverá rodeado de normais, encontrando simples contentamento temporário. Pela via do ego, não conseguirá encontrar uma filosofia de vida funcional.
A seletividade o mandara de volta a furna de onde saiu, pior do que quando lá estava. Os preconceitos executaram o retoque final. Uma muleta psicológica de salvação da alma empedernida e irredutÃvel.
O homem sai da gruta em busca de uma democracia e retorna a ela um tirano.
O prazer e a dor negam-se a estar anexas no emocional do homem. Ao contrário do que parece, estão sempre juntas. Quem parte em busca de uma delas, fatalmente encontrará a outra.
Toda vez que usamos o corpo fÃsico, juntamente com os instintos e sensações que o acompanham, somos induzidos ao erro de avaliação. Enquanto a alma imortal habitar o corpo fÃsico que a estorva, a razão será sempre um atalho.
O corpo com suas ocupações. Os desejos, os amores, os infortúnios, as alegrias e os apetites embaçam a visão da realidade verdadeira. O veÃculo fÃsico é uma estupidez necessária à instrumentação. Na transição, o que ocorre é a separação da alma do corpo.
Tudo o que as emoções nos dão é um lastro ilusório e vibratório, construÃdo seletivamente pela força dos nossos pensamentos e que prevalecerá depois da morte. A alma fica vagando... Dominada pelas formas que criou para si mesma, através do seu livre arbÃtrio. A princÃpio, será apenas mais uma passageira, cheia de agonia no barco de Caronte.
Pondera o filósofo Platão:
Se vires um homem angustiado por estar à morte, não será um amante do saber, mas um amante do corpo.
A temperança, possÃvel remédio para conciliar as partes, será sempre vista como um contrassenso e a receita são:
Não trocar sentimentos por sentimentos, mas por manobras de inteligência.
Os pares contrários, como se nos apresentam, sempre nos conduzirão à incerteza. O homem constrói pela força dos seus pensamentos predominantemente negativos, uma realidade corpórea. Vibracional, limitada, restrita. Escrava dos comandos oriundos do inconsciente. Erroneamente, codificado.
É a vida com os seus pares contrários, com o seu vir-a-ser, com uma fase derivando do seu contrário se completando, se refazendo a olhos vistos. E qual é, afinal, o mecanismo da vida? No dizer do mÃstico escritor J.L.Borges:
Desperto ou sonhando este longo sonho que é a vida.
Aproveite este dia quando acontece a passagem de um ano para o outro, renovando esperanças nos coraçöes, e faça o exercÃcio de aquietar sua mente, pois sempre que leio um texto seu, reflexivo, percebo sua agitaçäo interior. Aquiete e respire profundamente. Após o exercÃcio vai perceber que o silêncio vem carregado de compreensäo.
Agradeço por compartilhar seus textos, sempre täo profundos, e aproveito para desejar-lhe um 2016 carregado de amor! Grande abraço!
Estrela Guia... Vc. é um anjo de ternura e sinceridade. Estava mesmo agitado. Agradeço pela extensão do seu coração...Vou meditar mais nesse 2016..
raphaelreys · Montes Claros, MG 1/1/2016 06:01Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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