CORDA SOL BACH
Nada mais recorda
A corda em sol
Cânticos, o solfejar
Estático pardal
No fio do varal
Lençol a flutuar
Na fresca manhã
Ao vento cambaleante
Chorando... Chorando...
Porque a chuva vem
Cânticos orvalhados
Respingos na vidraça
E a traça caminha em compasso
Em sol de Bach
Pelas rotas páginas,
Carta em palavras dantes quentes
Alinhadas escritas, outrora
Traçadas de uma vida ardente
Dos desejos em lampejos,
Agora, mudos, silenciosos, mortos
Gotas de chuva
O pardal no meio fio
O lençol pesado em cinzas
Recordar já não posso.
A traça vive da carta lacrada
Do vazio de amor, do nada
Nada mais recorda
Ãria na corda sol
E eu, ossos.
Cintia Thomé
.
**ESCUTE EM AUDIO.
Em sol de Bach...
Esta semana eu fiz um poema pensando na Nona Sinfonia de Bethoven, depois de ler um poema de Adroaldo. Agora você e Bach. A música é mesmo grande fonte inspiradora dos poetas...
LindÃssimo seu poema, Cintia!
beijo
Tira a traça da carta lacrada, se recebeu, abre e le, se nao mandou mande a e aguarde a resposta! Parabens poetiza. bjs.
victorvapf · Belo Horizonte, MG 6/1/2008 09:57
CÃntia, que belo poema ao som das cordas de Bach...
Pois senti a sinfonia inteira.
Grande abraço
Branca, se quiser escute, ok
É só fazer download
bjus.
É... a chuva nos remete a isso, essa vidraça parece estar chorando e eu que costumo ouvir muito a Tocata, lendo teu poema me emociono, ouvindo, com essa tua voz embevecida e pungente, encaixada perfeitamente no poema, cúmplices, que belo ano se descortina, pelo talento dessas poetisas musicais !
Bravo!!!
Um beijo, Alcanu
Desculpe, ficou parecendo que o som é da Tocata, eu só quis dizer que não me recordava dessa outra composição do Bach, entende ?
ouço mais a Tocata, principalmente nessa época de Natal...
Alcanu
Alcanu, é Johann Sebastian Bach -
Aria na Corda Sol
Se quiser escutá-la:
http://www.mp3tube.net/br/musics/Johann-Sebastian-Bach-Aria-na-Corda-Sol/89166/
bjus a todos...
Muito bom o seu poema. Na sua voz, um espetáculo à parte. Parabéns. Beijo grande.
Joana Eleutério · BrasÃlia, DF 7/1/2008 13:27
CÃntia, pura poesia e sentimento à flor da pele
A traça vive da carta lacrada
Do vazio de amor, do nada
Nada mais recorda
VotadÃssimo, querida.
Abraços
Cintia é tão emocionante a transformação da alegria em cinzas, em pássaro morto, ossos na calçada...
É pungente e a música torna ainda mais dolorida a emoção.
BelÃssimo, belÃssino!
beijos
CÃntia, já ouvi algumas, vezes aproveitando a carona do link deixadoa para o Alcanu. Beijo grande e votos.
Joana Eleutério · BrasÃlia, DF 8/1/2008 08:50
Foram os 04'58'' mais rápidos & intensoas da minha vida, principalmente aquele seu "maldoso" silêncio no começo antes e iniciar sua (maravilhosa ) fala.
Palavra de quem tem uma voz de taquara rachada e a menor vocação para locução, como diz o Zagallo, vocês vão ter de me aguentar (meus textos, digo) rsss. Muito bom, votadÃssimo, um beijão, Alcanu.
Ps:Amanhã farei uma "palhaçada" !
Saudade dos seus versos...Agora, então, acompanhados de música, um sonho!
crispinga · Nova Friburgo, RJ 8/1/2008 13:49
Sereia, a voz no seu poema, o poema na sua voz; meu ouvido ensimesmado, esvaziou-se dos zumbidos, subiu a mil pés,
perdeu o chão.
LindÃssimo!
bjo.
Uau! Muito bom poema e voz. MagnÃfico, Cintia!
Beijo grande.
Benny Franklin
Cyntia,
Obrigado pelo convite.
Deu pra sentir sua emoção. Que torna a música e seus versos mais valiosos.
Um abração cá de Minas.
CÃntia,
Que poema lindo, parabéns!
(Excelente postado, poema e voz)
Um aBRAÇO, Marluce
Oi CÃntia!
Lindo de ler e ouvir!
Beijos
Cintia,
Nem precisava ouvir, se lendo em voz alta, a propria feitura
já vai dando um rÃtimo à s palavras, candenciando.....
fantástico, um abraço, andre.
Cintia, olá!
Tua poesia é linda mas ouvir-te declamando a fez sublime.
Obrigada querida, um bj.
Olá minha amiga Cintia,
é sempre bom conhecer os teus escritos e cada vez me emociono mais com estes versos encantadores cheios de sensibilidade que nos presenteia. A exência da tua poesia somada ao fundo sonoro de Bach se agiganta de uma forma tão gostosa !... Meus sinceros aplausos e beijos.
Carlos Magno.
Cintia
Confesso que nunca gostei de poemas declamados. Mas depois que te ouvi no Recanto das Letras, declamando Ah! Minha Criança..., mudei totalmente de opinião. Você é maravilhosa declamando. Emociona demais...
beijo
O pardal no meio fio e eu ossos... Belo poema. Abçs.
João Bosquo · Cuiabá, MT 8/1/2008 23:30
[...]
E eu, ossos.
Lindo demais!!!
Parabéns, Cintia! Perfeitinho!!!
Beijos @>--
MENINA... é para ficar o dia todo ouvindo! Com esse charme todo, até o Paulo Autran --- que Deus o tenha no reino da glória -- ficaria com inveja.
Ficou ótimo, a declamação está perfeita, discreta e intimista "comme il faut"! Acostumado a pastores e padres que tratam a Poesia aos berros, confesso que estranhei tanta delicadeza. Parabéns, CÃNTIA, um momento de rara beleza !
Cintia, simplesmente emocionante.
Paulo Esdras · Brumado, BA 9/1/2008 18:10Dei mais uma passadinha aqui...bjs
victorvapf · Belo Horizonte, MG 9/1/2008 21:58A poesia é demais. Só o jogo de palavras já vale a pena, Cintia Thome. É ler para crer.
Jairo Oliveira Ramos · Aracaju, SE 10/1/2008 00:09
E tu neste retrato em preto e branco está mesmo até
com ares de maestrina,
um abraço andre.
Perfeito!
Ouvir você declamando esse poema... foi magnÃfico.
Parabéns!
Abraços!!!
Cintia desculpe-me não ter passado por aqui antes.
Era eu mesmo quem estava perdendo, adorei...
Abraços
Cintia... belÃssimo! Parabéns!!!
Eu me sentiria honrada se vc me convidasse sempre que postasse um poema. A sua escrita me balança...
Um abração.
cÃntia,
o saramago fala dessa necessidade de ouvirmos, ao ler um texto impresso, a voz de quem o escreveu - mesmo que isso seja apenas uma invenção da mente. neste caso, é delicioso poder ouvir a tua voz, e experimentar, no efeito sinestésico que há entre a música de bach, tua voz e teu poema, um enlevo único, jamais possÃvel com a mera leitura de um poema. grifo a palavra mera porque, sim, lemos mal. lemos sem entrega, e, o que ´pe pior ainda, muitos de nós lemos sem nem sequer exercitar a escrita (zaratustra: um século de leitores, e o próprio espÃrito terá mau cheiro!). saramago vai além, dizendo que um texto literário só existe quando se diz em voz alta, que a palavra impressa é um signo morto, à espera de que lhe insuflemos a vida da palavra dita. bendita seja a tua voz a dizer a tua poesia!
beijos,
r
Esse começo em 9 tempos onde o 3º grau enche o meu peito de misteriosas forças, é apenas um engodo...
o após aparece de forma implacável; deixa o meu corpo atônito e a minha sensibilidade em pedaços.
Belo poema!
Perfeita escolha musical!
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