"Acordar naquele dia não foi nada fácil. Minha indecente carcaça jazia soterrada sob o edredom de uma pesarosa e descomunal letargia. Meu cérebro encaminhava-se à uma sincope letal [Que merda é sincope?], no mínimo altamente lesiva, enquanto sofria os danosos efeitos de uma anestesia mental à base de opiáceos imaginários e deliberadamente corrosivos. [Chamem os paramédicos]...
/...(Todo dia) Uma angústia monstruosa puxava meu pé para baixo da cama. E o monstro do armário –; representado aqui por Beto Carrero, pois Clint Eastwood não pôde comparecer, estava em Dallas –;, fazia sua infernal aparição só pra me dizer: “;Filho. Você não serve pra nada. Você é como a merda de vaca que há na sola do meu Vulcabras. É isso que você é filho! Um verme inútil que há de morrer na merda que há na sola do meu sapato. E os vermes, filho: devem mesmo morrer”; e dava-me um tiro de quarenta e cinco bem no centro da Jaca. Boom, já era. [O chicote estralou]. Au revoir, muchachos. De volta a velha realidade mundana.
...Eu estava desempregado há quase três anos. Há mais de um sem escrever um roteiro sequer. Nem de filme pornô mudo. Já até pensava em ocupações alternativas. Algo tedioso, inculto e fixo... Hã! Fora que eu estava há cinco anos sem uma banda, sem um baterista efetivado e a vida inteira atrás de uma resposta –; “;Procurando os porquês?”;, você me pergunta. Não: “;Quando”;, lhe respondo.../
Acordei... Como estivesse ressurgindo do vácuo de um coma de vinte e oito anos, dois meses, quatorze dias, sete horas, cinqüenta e nove minutos e dois segundos: levantei as pálpebras. Pálpebras essas que se abriram dificultosamente no melhor estilo “;porta de elevador de estacionamento enferrujada do centro velho”;. E minha primeira visão do dia (sem contar o franco-atirador de circense), foi uma escatológica camisinha. Com dejetos do reto de alguma beldade na ponta –; pelo menos, naquele momento, quis acreditar que fosse uma beldade –;. Ali. Ao meu lado. Na cama".
“;É impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação –;; isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida. No entanto, ao formular qualquer juízo geral desse tipo, corremos o risco de esquecer quão variados são o mundo humano e sua vida mental. Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão. Facilmente, poder-se-ia ficar inclinado a supor que, no final das contas, apenas uma minoria aprecia esses grandes homens, ao passo que a maioria pouco se importa com eles”;;’;;.
Sigmund Freud
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