Dentro do mar
Ouvi umas gotas vindas da calha
O concerto ensaiado da chuva
Afinada ela vinha, explodia
Notas grosseiras respingavam
Desafinadas
De frente pro mar é pior
Ondas batem
Socam as rochas que as espalham
Quando criança meu avô assobiava
Uma canção de sua época
E eu sabia então que vinha chuva
Como a chuva constante ficou ele
Em meu pensamento, longe, frio
Vendo agora a tempestade
Recordo seu anseio de me tirar o medo
Ele dizia “meu filho a onda não vai chegar
É só marolinhaâ€
Do cais penso neste dia
Concluo em silencio, esperando
Aquele choque devastador da onda
Ele mentiu, mas fez isso muito bem
Na praia de Atafona o mar engole a terra, as pessoas veem o mar e sentem o desanimo e a tristeza baterem em seus pés e lares, a paisagem desfloresce e se descobre que nem tudo é calmaria.
Tentei criar uma alusão a esta praia que é consumida dia a dia. Embora existam sempre aqueles que fiquem, a grande maioria já desistiu, se mudou.
A mercê de uma crise foi-me impossÃvel não relacionar o mar com a já antológica predição da “marolinhaâ€.
Não passamos nem perto da situação de quem vive ou viveu em Atafona, mas uma crise se sente em âmbito nacional. Os brasileiros de Atafona são sobreviventes duas vezes, fugiram do mar e se abrigaram aqui ao nosso lado, dentro de uma marolinha, pode-se dizer que eles têm um problema a menos e muitos fantasmas a mais. O mar é assim, não se pode confiar.
O poema a seguir, Dentro do Mar, fala dessa relação.
Acho que esse lance de chover é uma questão de merecimento, viu, rapaz ?
Demais ou só uma marolinha...
UM beijo !
lindos versos amigo, depois eu volto.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 25/3/2009 16:51
Poeta das águas turvas, violentas ou calmas
IncrÃvel como o contexto de teu poema dá um sabor a mais a ele!
Uma riqueza, uma preciosidade, pois envolve memórias de sua mocidade.. tempos de qualidade, que a mim invade..
Assovios, marolas, cidades....
Poemas somos nós, são a nossa realidade!
Volto pra votar!
Bj, acalmando a tempestade!
Aut,
a marolinha cresce
e o mar quando bravio, engole o mundo.
bjs
O link que você fez entre as duas realidades resultou num poema de rara beleza.
O mar... Pode trazer tanta felicidade e tanta tristeza na mesma onda que derrama na praia... Sou fascinado por ele, pela sua força constante.
Parabéns.
EU AMO O MAR!!!
Apesar de nunca ter visto, sinto uma conexão bem forte com ele. É lindo e precisos seu texto poeta. Beijus poeticos.
Vim trazer os votos merecidÃssimos pelo seu inspirado trabalho.
Abraço.
Interessante relacionar as devastação pelo mar de uma cidadezinha, se é essa que vi, até um antigo moador, fez uma casa iemnsa e de tristeza faleceu pois agora só algums tijolos, ruas primeiras devoradas...
O mar tem seus mistérios, olhamos pra ele e somos encantados pela sua beleza....e pela magia...trágica? muitas vezes...
Parabens
Bom te ler, mas ultimamente nao estou postando, mas avise de seus postados que virei...
bj
O poema é bonito sim......o fechamento nostalgico... meio humorado.....mas acho que vc devia te-lo pensado mais....sentido mais.....relela...e me entendera. ok ?
bjsssssssss (*.*)
Autografado!
De pingos em pingos enchem-se o mar da vida.
Se este Mar é a vida
Dentro do curso normal
Vivo remando meu barco
Com sabedoria tal
Que ele transborda sonhos
Para este mundo real.
Abraços
Obrigado a todos que leram e opinaram...Valeu! Aqueles que ainda vão ler o mesmo obrigado se estende.
Claudia obrigado pela observação, eu re-li e entendi exatamente como da primeira vez, o poema é uma viagem imaginaria ficcional, nem tudo que esta lá é literal, apenas a crise esta é bem real, mais uma vez obrigado!
abç's for all
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