DES/GRAÇA

Ainda que Cristo tenha andado entre nós
Percebemos a descrença do povo que maltratado
Não encontra refúgio e vive seu qüiproquó
Absorto em momentos mundanos sem ver outro estado

Desfaz-se em ondas midiáticas que não constroem
E reverberam sinais de inconformidade, desviando
Da meta ideal atingida pelo amor ao que vem do amém
“Vigiai e orai�, não há pensamento mal maquinando

Quando se é consciente do verdadeiro caminho
Quando se tem o melhor da verdade e da paz
Quando se vê nos sinais de pergaminho
Quando as letras constroem e a mente refaz

Que há um tempo para todas as coisas
Destarte não há porque desfazer da Graça
Ilusão não se deve repartir nem em coifas
A luz não precisa d’orgulho ou bagaçada

É vil o que não se quer perceber e mascara
Atenção deve ser dada ao que é nossa herança
Jiló é amaro, mas se repara e se compara
À dor do fardo leve que herdamos mesmo criança

O que é o pecador sem o pecado, mel e céu
Muda-se a palavra deslocando-se uma letra
Assim também um destino cruel sem escarcéu
Remove-se da pedra corpórea à medra

De Deus a Graça não é desgraça
Não há graça enquanto se vê tristeza
No infiel se encontra a ferrugem e a traça
No AMOR se tem leveza, beleza, pureza!

Carnégie Bacelar
Maranhão Novo, 03h13min
São Luís - MA