Te esperei hoje, Sedenta. Não que isso seja algo novo, mas estava. Vento ardia em minha pele e fazia cócegas em minhas coxas. Respiração ofegava e o colo saltava, ao lembrar afagos, posições, lugares. Tarde quente, gotas de suor, pessoas curiosas. Um sorriso displicente teimava em escapar.
Estava de saia, é claro, precisava estar. Saia é roupa de mulher. E hoje eu estava mulher como há tempos não me sentia. A umidade em meus lábios fazia par com a vibração dos meus olhos. Deuses e diabos conspiravam, meus pensamentos vagavam sem a menor vontade de encontrar algum rumo, talvez porque o momento não era de pensar. Eu sabia o que queria. E principalmente, sabia como queria.
Vontades me tomavam. Afinal, do que somos feitos? Adoro o pecado, isso é fato. Minha paciência estava acabando. Queria ser levada pelo braço, ouvindo impropérios e indecoros no ouvido. Queria sentir o calor da sua respiração em meu pescoço, descendo pelos seios, percorrendo caminhos.
Queria ouvir propostas, novas significações para velhas palavras. Fazer, sugar, trepar... Mas não me importaria com termos cientÃficos, tão mágicos, tão purificadores. Não. Bastava chamar-me do que sei ser, bastava ouvir a palavra de ordem e a puta apareceria para te dar o que você merecia.
Só pra ficar claro, essa história um dia continua...
Amanda Maia · Salvador, BA 14/8/2007 17:37
Amanda,
que no latim é digna de ser amada, mostra em quatro pequenos parágrafos que em nossa lÃngua também é digna de ser lida e admirada pelos que amam a beleza, a literatura e a vida, unidas naturalmente na sua arte.
Quando a gente pensa que não vai se surpreender mais no Overmundo, eis que surge uma baina com essa sensibilidade de poeta e me deixa aqui seco de vontade de ler a continuação da história... e "ouvir propostas, novas significações para velhas palavras". Mas não esqueça: promessa é dÃvida, Amanda. Vou acompanhá-la de perto, menina. Parabéns e até a fila de votação.
Um abraço.
Errata: no lugar de "baina", leiam baiana, é claro. (malditas teclas!)
Nivaldo Lemos · Rio de Janeiro, RJ 14/8/2007 18:21
Amanda, eu também adorei. Seu texto a gente sente aqui no âmago.
Parabéns! Muito bom. Se vc puder dá uma passada neste meu http://www.overmundo.com.br/pecados-capitais-ou-a-cinica-face-da-virtude
Abrçs
Ize,
seu link está quebrado, remete a "página não encontrada".
Um abraço.
AÃ Vai para os dois o link certo: http://www.overmundo.com.br/banco/pecados-capitais-ou-a-face-cinica-da-virtude
Abrçs
O texto da Amanda, para ficar maiso objetivo!
Nelson Maca · Salvador, BA 14/8/2007 21:22
Oi, Nivaldo!
Puxa! Muito obrigada por suas observações! Pode deixar que a história continuará. Só tem um detalhe: embora eu more há muitos anos na Bahia, sou carioca, de Botafogo. Mas, pode ser que eu seja uma "baianoca", como dizem por aqui... rsrsrs.
Beijinho pra ti,
Ize,
Obrigada. Esse texto foi feito mesmo pra ser sentido intensamente...
Beijinho,
E, Ize,
É um privilégio pra mim ser lida por você!
Nelson,
Que bom ser lida por alguém de Salvador! Muito obrigada!
Beijinho pra ti,
Já vim de novo e já votei Amanda.
Então vc é carioca...Eu amo a Bahia de paixão.
Bj
Ize
Amanda.
Gostei demais. É um belÃssimo texto onde sente-se a sinceridade, a coragem e a expressão de uma mulher inteira.
Meus parabéns efusivos e o meu votinho humilde!
Baduh
Te espero outra vez, sedento.
Aguardo a continuação...
" hoje eu estava mulher como há tempos não me sentia."
Com essa vc arrasou. Chapei geral !!!
abraços,
Saia é roupa de mulher...
Texto de entrega a si.
abçs Votado...
Pois é, Ize... Carioca da gema, em terras baianas... rsrsrs. Obrigada pelo voto!
Amanda Maia · Salvador, BA 18/8/2007 07:58
Baduh,
Muito obrigada pelo comentário e pelo precioso voto.
Beijinho pra ti,
Humberto,
Que bom que gostou! Estou preparando a continuação para breve.
Beijinho,
CÃntia,
muito obrigada pelo comentário. Agradecida por ser lida por ti..
Beijinho,
Eu amo mulher que é,
quem nem se finge,
nem se esconde,
eu vou de trem e até de bonde
onde fores Amanda, por amor.
Soi loca por ti Maia,
mais ainda de saia.
Bravo, bravo, bravo!
Beijin.
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