Certos perfumes, gostos e músicas funcionam como máquina do tempo pra mim. Geralmente eles estão ligados a viagens, quando estas (que não são muitas, porque eu moro longe pra caramba) faziam algum sentido pra mim.
Marro, por exemplo...Marro é Fortaleza! Lembro que meu pai usava esse perfume quando viajamos pra lá em 1994. É só eu sentir o cheiro que volto automaticamente para a Pousada dos Turistas, próxima à Praia de Iracema.
Outra coisa que me faz voltar ao Ceará é Catedral, da Zélia Duncan. Nessa época a música estourou nas rádios e eu me vejo sentada na barraca América do Sol, comendo carne de sol com baião de dois, ao som de Catedral e contemplando a maravilhosa Praia do Futuro.
De perfumes e viagens, o próximo da lista é Ops!, d’ O Boticário. Ganhei um estojo com a miniatura dos três, no natal de 1997 e levei pra Florianópolis, no verão de 1998. Florianópolis com certeza lembra Ops! Mas também lembra Gabriel O Pensador. É só ouvir Cachimbo da Paz que eu tô lá na Barra da Lagoa, tomando café da manhã em uma birosquinha que tinha em frente da casa que alugamos e que vendia o Nescau mais quente que eu já tomei na vida.
E Claudinho e Buchecha? "Quero te encontrar, quero te amarr". Nessa hora eu tava no ônibus, vindo do Beto Carreiro World, pegando no sono depois de um dia perfeito, mas foi só ouvir a música na rádio que eu e meu primo despertamos. Era um sucesso!
Depois disso veio Guarapari. Praia do Morro, verão de 2001, eu e o Bruno, do Biquini Cavadão, cantando "Vento, ventania, me leve sem destinoooo”.
Infelizmente a qualidade das lembranças musicais foi baixando, pois Guarapari também me lembra "Morto Muito Louco", um daqueles funks que invadiram o verão e que eu fiz questão de aprender a coreografia, durante um agradável dia em um parque aquático de Guarapari.
Nesse mesmo verão, segui viagem rumo ao Sul. Fui rever a paradisíaca Florianópolis. Porém, depois da última desilusão musical, não quis nenhuma lembrança.
Entretanto, na volta pra casa, aeroporto de São Paulo, vejo aquela moça com cabelos cacheados, piercing no nariz e cheia de dúvidas sobre Deus. Era Joan Osborne, cantando One of Us, em todas as televisões da sala de embarque.
Passado um bom tempo, veio Manaus. Só consigo lembrar do forró que tocava no carro da minha prima "Você não vale nada, mas eu gosto de você", vez ou outra trocado pelas músicas da Jovem Pan.
De Brasília, a música que eu mais lembro é a da abertura da novela Cobras&Lagartos, que eu vivia cantarolando não sei porquê diabos, já que nem a novela eu assistia. Outra música que virou quase um hino foi "We are the Champions", do Queen. Era lembrava toda vez que a eu a Rafaela conseguíamos pegar o ônibus certo pra voltar pra casa da tia dela.
Das viagens, acaba aqui, mas sobrou o gosto. Essa é a lembrança mais forte e a que vai mais longe. Sprite! (ispraite mesmo, não “isplaite”). Basta um gole do Sprite naquela garrafinha de 290ml que eu volto lá pra Escola Abelhinha, da Tia Toinha, onde fui alfabetizada. Volto na melhor hora: a hora do recreio. Lá tô eu, possivelmente com um daqueles modelitos vergonhosos dos anos 80, tomando Sprite e comendo bolo de milho que nunca encontrei igual. Por isso, resta apenas o Sprite.
Legal! Paciência, do Lenine, me lembra o Rio de Janeiro. Mas sempre penso nos passeios da Ufac até minha casa num Fiesta branco quando ouço aquelas "músicas de cinema dos anos 80", rs rs.
Fabiana Mesquita · Rio Branco, AC 15/3/2007 11:02Nattércia, os sons vão compondo a trilha sonora das nossas vidas, e os cheiros... ah... esses tem o dom de revisitar o passado. Gostei muito do texto. Parabéns!
Roberta Tum · Palmas, TO 15/3/2007 11:20
Fabi, Paciência me dá paciência, sabia? Sempre ouço quando estou estressada rs
O Fiesta branco é totalmente retrô.
Roberta, obrigada! Não sei o que seria da gente sem essa trilha sonora...
Depois d'O Perfume, eu fiquei com medo de você.
Pois eu sempre vejo a estátua do Carlos Drummond e ela me faz lembrar uma poesia do Carlos Drummond, por que será? hehehehe
Brincadeira.
Amei o seu texto, como tudo que você publicou até agora. Parabéns.
Vou fazer propaganda:
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(Vi no seu Blog que deu certo. hehehe)
Valeu, Felipe!
Os amigos deram um forcinha mesmo. Aliás, uma baita força.
Foram praticamente obrigados rs
Tocante!!
Esse texto me fez voltar pra varios lugares, ocasiões e situações já esquecidas. A vida realmente é feita de sentidos e sensações que nos levam pra bons e maus momentos.
DE forma simples você consegue provocar inúmeras sensações a quem lê o seu texto. E pra mim, isso é escrever bem!!
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