Abro por descuido o armário que abriga infância
deparo-me com o embornal verde musgo
meio marrom, meio ferrugem, meio saudade.
Hoje não houve pressa pro trabalho – a hora se perdeu
o embornal e eu sentados nos olhando
lambaris, carpas e cascudos a foliar
em minha cabeça
me fazendo menino de novo
Hoje não havia a caixa verde que girava
nem anzóis de todos os tamanhos...
nem tarrafa, gosto de chumbo na boca, cheiro de peixe no ar
escamas grudadas na faca de cabo preto
no meu cabelo, no meu peito
não havia fogareiro
nem dedim de cachaça escondida do pai
nem barulho de rio entrando na fresta da janela
Variante grená.
Hoje nem vagalumes, nem barulhos estranhos,
nem papo besta de homens embriagados, gargalhando
nem meu pai estava aqui
nem meu irmão...
muito menos o menino que fui eu...
O embornal estava,
velho, puÃdo... cheio de histórias!
preciso perder mais vezes a hora do trabalho...
preciso guardar as lembranças de novo
e de vez em quando sorvê-las...
Preciso das saudades
no mais... nada... nada... nada...
peixe solitário...
angelo,
Quantas vezes você tirar poemas do embornal ( e do embornal da infância então!)
eu voto! Lindo!
Marluce
maravilha ângelo, no meu borná,guardo um monte de saudade!!!
ABRAÇOS PAJEUZEIROS!!!
Muito bonito, Ângelo.
O embornal do overmundo se abre à tua poesia.
Abraços.
Angelo,
Esse poema tem cor e quase cheiro de algumas lembranças da minha infância. Quantas saudades guardadas, cuidadas, protegidas.
Grande beijo
o MÃXIMO
LAÇOS DE FITA QUE SE ABREM...DA INFANCIA, DO QUERER TANTO
DAQUELES QUE ENLAÇAM, MAS SE PERDEM...ANZOIS AFIADOS
QUE PESCARAM O MAIS BONITO...
PARABENS...VALEU REMEXER NAS ÃGUAS
DO OVERMUNDO...ABÇS.
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