Lourival Galiani é um baterista de corpo cheio -já que não usa apenas as mãos para tocar-, espÃrito alegre e fÃsico esbelto.
Começou com pandeiro aos 12 anos. Daà para a bateria.
Aos 19, emigrou de Floripa. Passou por Porto Alegre, Curitiba, permanecendo durante 20 anos em São Paulo. Lá, acompanhou nomes famosos e variados da música popular brasileira, como Luiz Carlos Sá, Fafá de Belém, Nelson Ned, Originais do Samba, César Camargo Mariano, entre outros artistas. "Toquei com um monte de gente mais, mas aà eu tinha que lembrar", diz. E completa, engraçado como consegue ser sem esforço: "Tou falando os que eu toquei mesmo, que aà se eles ficarem sabendo eu não ganho processo".
Foi também em São Paulo que conheceu Nenê (Realcino Lima Filho, baterista que acompanhou Hermeto Pascoal nos anos setenta). Estreitaram a amizade e era comum aparecerem um nos shows do outro. Hoje, a admiração é mútua, embora os caminhos tenham sido diferentes. Toicinho, quando dá aulas de bateria, usa o método impresso criado por Nenê, de quem recebeu de presente cd autografado na última visita a Floripa.
Na ilha, durante os últimos anos, Toicinho vinha tocando em um grupo de jazz (estilo no qual exibe uma riqueza instrumental admirável).
Atualmente, toca junto com sua companheira, RockSill, em bares e cafés da ilha. Têm o projeto de gravar um cd juntos.
A quantidade de histórias que ouvi do Toicinho na convivência com ele daria um livro. Ou um filme*. Aqui coloco uma amostra da fala dessa pessoa fora do comum (pra evitar o adjetivo "extraordinária").
Fiz uma edição amadora, mas ficou razoável. Mantive apenas os trechos do entrevistado ilustre, omitindo as perguntas. Deve ter sobrado algum ruÃdo também.
Mas a essência da coisa é essa: ouvir o que ele tem pra dizer.
O nome:
O nome completo é Lourival José Galiani. "José é dum finado avô meu", conta. "Galiani é de um padrasto que me criou." Por último, ri do próprio nome: "Lourival eu acho que é nome de papagaio. LOUrival, eu acho engraçado esse nome...".
O apelido:
"Ah, isso é uma coisa simples"
Quando criança, a mãe encomendava a compra de toucinho, todos os dias, ainda antes do tempo do bacon. O comerciante da venda sempre oferecia "só aquela capa do porco, quase sem gordura". Gerava reclamação da mãe, cujo feijão não ficava bem temperado. Um dia, ao chegar na venda com o pedido cotidiano, especificou: "Quero toicinho gordo". O senhor atrás do balcão riu, já que em tese todo toucinho é gordo. Um carroceiro que passava riu e além disso gritou: "Toicinho gordo!". Segundo o apelidado, "aÃ, pegou". E o nome foi substituÃdo pelo apodo de infância, que o acompanha até hoje, com o adendo da atividade que o faz feliz: Toicinho Batera.
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*Na verdade, Alan Langdon e Guilherme Ledoux, do PintôSujera, grupo de amigos músicos e artistas plásticos, que produzem vÃdeos e filmes, estão com um filme pronto sobre o Toicinho. Coletaram mais de 40 horas entre registros históricos, shows, depoimentos e cotidiano do bem-quisto baterista. Sobrou muito material que não coube na duração viável para participar em festivais e ter algum futuro comercial. Pretendo conversar com a dupla e tentar a publicação de algum desses trechos não usados aqui, no Overmundo.
Tô ouvindo a entrevista do Lourival. Que figura hein! Muito legal...abs
Mansur · Rio de Janeiro, RJ 21/7/2007 11:33
Valeu, Mansur! O Toicinho é uma dessas pessoas especiais que (relativamente) pouca gente conhece. Durante o tempo de edição ainda vou tentar diminuir um pouco o tamanho do arquivo e ver se consigo postar com opção de streamming, sem compactação.
Abraço e obrigado pelo comentário,
Felipe
bacana! "o que vem, é pra somar": boa filosofia de vida! valeu, Obrer!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 22/7/2007 00:29
QUEM QUISER CONFERIR O TOUCINHO TOCANDO, EM VÃDEO, QUEBRANDO TUDO, É SÓ CLICAR AQUI
Abraços!
Felipe
o vÃdeo é muito bom!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 26/7/2007 00:17Vou trazer mais coisas sobre o Toicinho, assim que consiga preparar.
Felipe Obrer · Florianópolis, SC 26/7/2007 10:37Tá lá no Programa de Rádio Overmundo #21
Felipe Obrer · Florianópolis, SC 2/8/2007 09:34
Sempre que passo pra revisitar esta colaboração, vejo isso, que ficou pouco claro.
Esclareço então: os telefones que aparecem no campo "contato" são do próprio Toicinho e da Rocksil, companheira dele.
Abraços,
Felip
Pra quem se interessou pelo documentário citado na apresentação da entrevista que publiquei aqui, deixo mais um link: Trailer do Sistema de Animação (filme de Alan Langdon e Guilherme Ledoux). O Toicinho falando, gesticulando e expressando-se facialmente é impagável.
Já conversei com o Alan e propus publicar aqui no banco de cultura do Overmundo também. Ele topou. Em breve, portanto, tem mais Lourival Galiani na área.
Abraços,
Felipe
Vale também a retificação: o filme ainda não foi lançado. Será no outono deste ano.
Felipe Obrer · Florianópolis, SC 28/3/2008 14:53
Para saber mais sobre o documentário, que teve pré-estréia este mês no FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul), acessar o site do longa: www.SISTEMAdeANIMACAO.com.br
Abraços!
Amanhã, dia 23 de abril de 2009, acontece exibição gratuita do Sistema de Animação na Escola de Música Compasso Aberto, às 19h30.
Felipe Obrer · Florianópolis, SC 22/4/2009 12:02Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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