Foto: by tobi911 - Flickr/Creative Commmons
(Em oito pequenos frascos jaza a poesia)
Frasco n° 1
Parábolas do mormaço hibernal;
Não mais que o algebrar de longes tráfegos
Crucifixando seivas fluidificadas de Allen Ginsberg
Que, engendradas a este quase-ereto-poema,
Atam-se a fiação da escrita
Para melhor divisar
As Essências Verdes Masturbadas.
Ai! Em pequenos frascos jaza a poesia...
Lágrimas Fêmeas despojadas
Ora desnudas, ora de olhares vagos,
Sobretudo quando estão acuadas
Em oito deprimidas leiras.
Sob viés pontiagudo
As verborragias Junguianas
Enchem sádicos bacios com ardidos remorsos,
Como as faces inominadas de nós
(Tristes sementes pêcas)
Que as trevas matariam
Num frouxo instante...
Frasco n° 2
Exceto
Os entalhes poéticos e os cemitérios enluarados
Dessa aurora mal emprenhada,
Em minh’Alma permanece intacta
A vertigem da palavra
— Ãvida de espera.
Mas eis que
Crio gozares;
O azedo e a aflição
Em visões de pérgula e conta-gôtas, se morrem.
Oh! Senhor,
Não há porque malbaratar-se
Quando a derme do burburinho entrelaça-se
Com o espectro do vazio...
Frasco n° 3
Sob pretexto
De avivar a apólice da contrafé,
Entes enquanto egocêntricos se curam...
Golfam mofares assimétricos do Poeta,
Que mesmo em tênue expiação
Apoiam-se em sádicas calçadas,
Porque ressequidas, bêbadas de cio.
Tal a atômica coronhada
Auferida inumana (mente)
Às costas do querer,
O poeta se dá, de forma que,
Afora o queixume
Do pranto, o teor da fumaça
Sangra-se desmedidamente,
Sem dosagem definida,
A cada fome desdita...
Frasco n° 4
Capturadas
Assim de braços erguidos,
Elas (as lamparinas insurrectas do poema)
São como energias desfloradas,
Que despejam fiéis gozos ao lasso olhar.
Lágrimas-rosa dos bÃpedes noturnos
Prostram-se, porque libados
Como se esticassem arames farpados
De osso em osso às douras carnes,
Para obter
Do remastigar das lÃnguas eivadas,
O que de melhor
Engolem chorosas...
Frasco n° 5
Ai, ai...
As palavras são como proezas
Dos estrumes reprimidos.
Depilam-se em cÃrculos,
Sobretudo
Quando se acendem de sol a sol;
Ou quando se dão ao destempero do vácuo,
À acidez do cós:
À coerção!
Já que, valha-me Deus,
São como glúteos boçais
De homens e enxurradas,
Que alçam aos céus
Seus enormes plânctons e seus
Tesudos gengibres.
Comem as orquÃdeas
De alvas vulvas gordurosas,
Galardoando-as
Como cópulas estomacais...
Frasco n° 6
Tal como
O azedume dos cabarés latinos,
Os afeminados parágrafos
— Do Conto da Ilha Desconhecida
De Saramago — se bastam;
Dão às seivas-machas de Affonso Romanno
O arrear os seus mênstruos;
O enguiçar dos faustosos pensamentos
De Guy Debord
Que, de quando em vez,
Curva-se ao pós-ânimo redivivo do chão
Enfiando seus elos maluvidos,
Sobre os fêmeos frenesis de Jean-Paul Sartre,
O único!
Frasco n° 7
Por mais
Que as parábolas do mormaço
Gozem flâmulas em porções metafÃsicas,
Ou em medidas poucas se enervem;
Ou se dêem repartidas
Como etÃlicas boulevards belemitas;
Ou se dêem esqueléticas às madrepérolas despedaçadas
Embrenhadas de ponta cabeça
Em grande-profundas gretas,
É nelas que o pingar desbotado
De São Paulo se dá —,
Onde as flôres surrealistas do poeta
Prostituem-se em bando
(E sem tempo definido),
Copulam-se em prédios e praças,
Como as libélulas bissexuais
De São Petersburgo
Que veneram a gula sem desdizer das broxas enervadas,
Já que, entre si, todas,
Não se suportam,
Nem temem a fomedez
Do ovário.
(Continua... Para lêr todo o poema faça Download)
Salve, Benny Franklin!!!!
Salve, Belém do Pará!!!!
Pelo que li dos 7 frascos e do Canto n° 7
de Allen Ginsber às verborragias Junguianas,
do espectro do vazio, seu poeta se dá e sangra-se desmedidamente
incendiando lamparinas insurrectas do poema para obter o que há de melhor
nas palavras, que são como proezas, são como glúteos boçais de Saramago,
de Affonso Romanno, de Guy Debord, de Jean-Paul Sartre, O único!
Onde as flôres surrealistas do poeta prostituem-se em bando
de São Paulo a São Petersburgo, onde há seivas e palavras... ( vive — nelas — o saber).
Em 7 frascos e um canto n° 7 .
Adorei!! Muito bom!!!!!
Amei !!!! Preciso comentar + ?????
Beijos!!!!!
Rapaz,
Que resonsabilidade ser eu a primeira a comentar esse poema...Tenho que arquivá-lo, ler e reler...
Fico imaginando o cérebro de um poeta gerando um poema...As idéias mais rápidas que as mãos, as palavras brotando, a tal inspiração chegando...Já là de alguns poetas que se queixavam desse vazio, desse "santo " que as vezes não baixa, acho que foi Augusto dos Anjos, o poeta maldito, um incompreendido, à frente de seu tempo ...
Não sou poetisa mas amo os poetas, achei aqui os versos dele:
As idéias
"De onde ela vem? De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas
Que, em desintegração maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
TÃsica , tênue, mÃnima, raquÃtica...
Quebra a força centrÃpeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da lÃngua paralÃtica!"
Benny, desse mal não sofres...As palavras jorram ...Ainda bem que a tecnologia nos permite gravar nossa palavras...Já pensou quanta coisa já se perdeu num verborragia?
Foi olhando aquela flor orvalhada que te bateu tamanha inspiração?
Gosto da metáfora:
"Tesudos gengibres
Comem as orquÃdeas
De alvas vulvas gordurosas..."
Melhor que as rosas negras pontiagudas...rsrsr
Beijão
Cris
Arrepiou! Benny o que que é isso? Queria Paul Sartre lendo isso!
Jung ficaria assexuado rsrsrs Já estou imprimindo, meu Poeta das OrquÃdeas da Ressurreição. Belo belo belo...1000 xxxxx Belo....
Ai, ai...
As palavras são como proezas
Dos estrumes reprimidos.
Depilam-se em cÃrculos,
Sobretudo
Quando se acendem de sol a sol;
Ou, quando se dão ao destempero do vácuo,
À acidez do cós:
À coerção!
Já que, valha-me Deus
Volto com certeza!
.
E aÃ, irmão?
Empresta uma gota aÃ? Voltarei, votarei!
Um avbraço.
Tenho exatos doze minutos agora, sexta, 16,11hs da tarde... volto pra votar amanhã, só não sei quando irei ler esse "catatau" de versos.
Pior: criado em vários colégios internos, sou quase "abstêmio", frascos de espécie alguma me agradam. Mas V. merece que eu leia a "bula" de pelo menos uns 2 ou 3. Aguarde as crÃticas! Abs,
achei bukovski, ginsberg, e um tanto bom de imaginação e abstração.
muito bom, voto depois.
obrigado pelo comment.
[z]
nada a declarar, além de "fodaço".
André Gonçalves · Teresina, PI 13/7/2007 16:14
Parabéns pelo texto.
Depois eu é quem sou poeta... rsss
Meus caros poetas, sim - saio do Lucas, esse minino aà - e já deságuo neste caudal: o poeta Benny. O que se pode dizer - que façam desse Grêmio à altura de que o Brasil precisa.
- Particularmente gosto das rimas entrelaçadas, este vai e vem.
E adoro esta coisa um tanto épico, jogado, sem receio...
Maravilhoso, como sempre...
tens meu voto
Bjus
http://dicasmsnspaces3.spaces.live.com
Bebi em todos os frascos...
Pukka · Florianópolis, SC 13/7/2007 17:54
As essências verdes maravilhosas...
Parabéns!
Aaaaaaaaê! Benny!
A tua flexibilidade com as palavras me instiga e a tua informação literária, vasta e diversificada, é realmente invejável.
Parabéns, amigo.
Bjs
Ah!
Essa torrente de palavras
formam um poema repleto de
tesão: pela palavra em si
e pelo ar em torno de tudo
o que vinga e vibra!
Votanddddddddddoooooooooo
Abraços meus
e, obrigada por ler meus surtos!
Amigo poeta Banny,
O teu trabalho é realmente fora de série. Eu sempre admiro a maneira que você tem de versejar usando um vocabulário completamente diferente dos demais poetas que eu tenho lido aqui no overmundo. Meus sinceros aplausos e abraços.
Carlos Magno.
Muito bom o seu trabalho, Benny.
Curto muito.
Abs
muito bom, Benny...você tem um vocabulário riquÃssimo, quando penso que você se superou...você vem com mais um desses!!!
parabéns!!!!!!
abraços,
Primeirona de hoje rsrs Vim ver se já estava na votação...Sabe eu estou perfumada demais...rsrsrs
Benny você não é Buarque não? Supera, então!???
abçs ...
Dizer mais o quê!? Lindo e profundo como uma Mulher!
Um abraço,
Dalena
Demorei, mas valeu a pena Benny! Mais um grande e rico poema!
Volto para votar!
gande abraço
Uma vez mais, o poeta mastiga as palavras para fazê-las nascer do útero poético com uma nova forma. Não há o que resista a essa força criadora, verdadeiro gozo, que é deleite enquanto transformação, como o é aos homens o coito e a sua consequência, o orgasmo.
abcs
Benny,
Depois dessa, só posso desejar que teu "espÃrito" esteja "sempre" carregado de luz!!!
Lindo de viver!!!
bjs,
Káryn
Um jorrar cabalÃstico de cultura em forma poética!
Obrigado Benny!
Abçs.
ufa!!!
isso é novo para mim... estou até com medo do que possa ser... semelhante ao que os Ãndios tiveram ao avistar os espanhoÃs... medo e curiosidade... me renderei a curiosidade.
Parbéns Benny!
Mais uma vez, Benny, salve esta tua inspiração maravilhosa e este estilo arrebatador e insinuante. BRAVO!
ABRAÇOS...
Não espero a hora de poder votar!!!
Parabéns!
Benny, obrigado pelo seu recado às galáxias. Quando às suas
flores no cio, em taças de sete pecados, à primeira leitura senti-me como o marimbondo que suga a mesma flor que a abelha, mas não faz o mesmo mel. Puxa, meu conterrâneo do açaÃ, confesso que seus versos precisam ser degustados com calmaria. Prometo que farei com zelo uma leitura solene, pois sei tratar-se du'a pérola cravada na ilha desconhecida dos mares galegos. Tem meus votos.
Em cada um destes frascos colocastes a essência dos teus versos, sempre ousados, imperiosos, combativos e ao mesmo mesmo tempo plácidos.
Grande abraço
Parabéns
Taà um cara que sabe brincar com as palavras.
Elas parecem fazer sexo enquanto as leio.
Terei que beber dos frascos novamente. Aguçar o paladar para apreciá-los de forma minuciosa.
flw
Benny
Ainda estou um tanto "tonta" com teus frascos, mas espero com ansiedade a votação. Abçs.
Primeiro comentário - primeiro voto.
Toma que é teu!!!!
Benny.
Cheguei agora de viagem. Depois comento teu intenso e extenso poema. Votado no teu talento.
Abraços.
Noélio Mello
Uau moço Poeta! Votado. Madalha de Ouro! abçs.
Cintia Thome · São Paulo, SP 15/7/2007 15:35
belissima divisao, muito bom.
tambem votei noseu
Não precisa agradecer...te visito com prazer...voto com + prazer ainda!!! É só me avisar...venho correndo!!! Beijos mil !!!!
marilia carboni · Londrina, PR 15/7/2007 21:05
Voltei pra votar!Já está entre as favoritas!
Bjs
Cris
Não cheguei em tem po para votar, mas quem diz que precisa?
Vou imprimir e le em voz alta, como gosto de ler.
Para este magnifÃco poema, os cinco sentidos são insuficientes.
beijos
voltei para votar!! parabéns..Muito bom! Um abraço
Patricia Moreira · Vitória da Conquista, BA 16/7/2007 11:45Qual é o conceito que deu origem ao poema?
Alê Barreto · Rio de Janeiro, RJ 16/7/2007 14:08Bem que desconfiei do DNA desse Benny. Benjamin Franklin, o alquimista, arquitetou-o nalgum invólucro pós-tudo, mumificando-o com a última gota do Oitavo Frasco, aquele que contém o Sêmen da Poesia Milenar. Içou-o numa pipa e submeteu-o à ação dalgum trovão de uma nuvem parnasiana primeva. Voejando sob o Panteão simbolista, atravessou incólume o terremoto modernoso, suportou o frisson dadaÃsta, derreteu-se com a hecatombe beatnik, fundiu-se ao pós-contemporâneo e descambou, feito uma fênix cibernética na Feira Ultramoderna do III Milênio. E, com a cara mais lambida da chuva temporã amazônida, brinda a Irmandade dos Poetas Reunidos com suas obras embebidas em frascos de Rara e Benfazeja Poesia. Vai firme, Benny...
Pepê Mattos · Macapá, AP 16/7/2007 19:50
Cara!!!
Foi inevitável esse espasmo poético. Espasmopoesia! Vômitopoema! Forte e cheia de meandros sua escrita caro Benny. Provocativa e instigadora. Gostei muito! Após, efetivamente ler seu poema escrevi:
Destampados todos os
oitinfinitos frascos das 'essências verdes masturbadas',
vislumbro o segmento do grande plano cartesiano da Alma.
Dividindo-A, seduzindo-A em somas surreaissúmicas,
a Vida orgânica pulsa das linhas
e evola qual odor pútrido de bater cardioarrÃtmico da flor da lua...
Alheia ao caminho e a si mesma,
dança um Tango com sua sombra no Grande Cabaret dos sós,
na consciência cadenciada por bons ares, o Universo e Tudo mais
gritam-lhe ensurdesedoramudamente:
'no sinal de + estás plantado,
vislumbrando a GRANDE encruzilhada
e ignoras que o Caminho é só um e a Vida Várias;
perde-se em pormenores de cantos que de todo jeito seriam esquecidos mesmo,]
e dá peso de ouro ao miolo de pote
que paira com ares de chumbo
no céu que nada serve aos que vivem à sombra de seus próprios rastros...]'
Em 'oitinfinitos' frascos JAZZ&POESIA.
RÃtmica e melancolinostalgicamente sufragadas pelo exercÃcio
da lÃngua, que, Fênix atemporal afronteiriça,
renasce de cada frasco na consciência que queima por entender fogo!]
===============================================
esse é o Overpoema IV.
GRANDE abraço!!!
Querido Benny,
Perante a grandiosidade do poema, a única coisa que posso dizer é que você se superou nesses sete frascos.
Parabéns!!!
BENNY, MEU VELHO, QUE MARAVILHA, perfeito,poético, mágico!!!
abraços, irmão.
Bela poesia, parabéns!
Vladimir.
benny,
usas o lastro da palavra com vigor de jorro. ainda não sei, mas não há mesmo muito a saber: às vezes penso que minha escrita caminha para o silêncio. a tua me causa sempre uma impressão de muitas falas simultâneas, como uma babel poética.
abraços,
r
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