Assim era a Bete, uma vizinha que adorava tudo. Adorava trabalhar, adorava seus velhos pais, adorava cuidar do seu quintal ( sua horta, seu pomar, suas galinhas e porcos) e, principalmente adorava dançar. Todo domingo na minha cidade tinha "hora dançante" e lá estava a Bete. Tirava um rapaz pra dançar até com seu olhar de peixe morto. Ia com seu escolhido para o meio do salão , grudava seu corpo no dele, como se só dançando aliviaria seu tesão. Naquela época moça não dava, em compensação, beijava tanto, esfregava tanto no meio do salão, que saia do clube com dor de tesão. Estranho? Não era não, toda moça daquela época sabe dessa dor, era uma dor gostosa, só passava quando a moça dormia e tinha sonhos eróticos ou então, as mais ousadas, se masturbavam. Voltando na Bete, não é que essa menina caiu nos encantos de um moço rico da cidade vizinha, que soube através do dono do buteco mais famoso da cidade, que se tratava de uma moça boa pra casamento, trabalhadeira e ainda po cima, gosta de ganhar dinheiro com suas verduras, frutas, ovos, etc... O moço encantou mais ainda e pediu a Bete em casamento. Ela até que não era bonita, vestia uma saia aparecendo meio palmo de anágua que nem rendada era. Tinha um calcanhar rachado e encardido que não limpava nem com "pedra pomes", mas, subindo um pouco tinha umas nádegas de dar inveja, e mais um pouco ainda, seus seios redondos pareciam que iam pular do decote. Isso tudo encantou o moço. Não é que a Bete casou mesmo! Passaram- se os anos, ganhou uma mansão, com tudo que tinha direito: quintal, porcos, galinhas, horta e até uma vaquinha. Enchia os balaios das mais variadas iguarias e suas filhas vendiam por toda a cidade. Bete com sua simplicidade e adoração pela vida conquistou o mais alto posto que uma mulher pode conquistar: Foi primeira dama na cidade do marido. Só tem uma coisa, sempre de saia com meio palmo de anágua aparecendo, agora rendada, unhas prontas, mas o calcanhar continuava rachado, essa era sua marca registrada, serviu até para a oposição usar como ponto negativo na época da eleição do marido . Venceu a Bete! Hoje ela ficou viúva aos sessenta anos, arrumou um namorado de vinte anos e voltou a dançar nos forrós no mesmo clube de outrora, êta véia fogosa!
gostei do texto...ainda bem que não vivi essa época de dor de tesão...hehehe.
No trecho "que se tratava de uma moça boa pra casamento, trabalhadeira e ainda po cima, " faltou um R no po.
Oi Ana! maravilha de texto.já votei ! beijos
Yasmine
Yuri, muito obrigado! Um abração sem dor procê.
anamineira · Alvinópolis, MG 1/7/2007 16:53Bom demais saber que voce gostou do texto. Beijos.
anamineira · Alvinópolis, MG 1/7/2007 16:54Agradeço de coração a Yasmine e Fê Pavanello. Bom demais saber que voces gostaram do texto.
anamineira · Alvinópolis, MG 1/7/2007 16:56
Ana adorei a Bete, criar um personagem que as vezes não é um alter ego nosso ou então apenas se baseia em alguém que conhecemos demonstra talento na narrativa.
Parabéns!
Gente querida, Obrigada pelo voto. Vou até preparar uns doces caseiros "procês" aqui em Alvinópolis. Mineiro trata bem assim, reparte docinhos "pras" pessoas.
anamineira · Alvinópolis, MG 3/7/2007 15:58
Ôba! Docinhos mineiros são o que existe de mais gostoso!! Hehehehe
Beijos adocicados
Bom demais seu texto,sua personagem é mesmo arretada.
ana candida · Carnaíba, PE 4/7/2007 16:31Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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