Eu você.

E então eu chegaria assim... como quem não quer nada. Com a mesma cara de cachorro vagabundo. Te olharia como criança olha adulto, por baixo sabe!? Com cara de quem botou fogo no rabo do passarinho. Tiraria o cabelo dos olhos. Até mesmo falaria qualquer coisa que simplesmente não iria servir. E você teria vontade de pular no meu pescoço. De bater em mim com o que tivesse em mãos e me jogar no chão, me chutando. E eu falaria do seu jeito de falar e dos seus lábios que se afinam quando fica brava. E é nessa hora que eu grito e falo do quanto eu te amo e do quanto fica linda quando brava. E você ficaria mais brava ainda e mais linda ficaria. E nesse momento me deixaria escapar um sorriso, se deitaria na cama, arrumaria o cabelo e ameaçaria uma lágrima. Aí eu te zuaria, falando do seu sorriso, que és pirracenta e no segundo seguinte tchum, uma lágrima corre seu rosto, percorre sua bochecha e escorre até o pescoço... Um longe e quase interminável minuto de silêncio. Depois disso a gente falaria um pouco sobre qualquer coisa que na verdade não interessa mesmo, falaríamos por falar. Porque só interessaria mesmo estar ali, com você. Senão você não sorriria pra meu olhar cretino. Senão não estaríamos ali… Nesse ritual de palavras que não deixa de ser maravilhoso, mesmo que sem querer. Protelando e protelando o momento de mais um beijo. Pronto, como sempre depois de nossas brigas... um beijo longo, um abraço apertado e minha mão ainda acariciando sua face, pescoço, orelha.. dormimos!