Exu Chibata é uma peça teatral escrita em 1994 que tem como proposta principal o estabelecimento de um diálogo estético e dramatúrgico entre algumas das linguagens e mÃdias mais em voga na época em que se passa a ação do espetáculo (inÃcio do século 20, entre 1904 e 1910) época de grande efervescência cultural e artÃstica contrapontuada por grandes conflitos sociais. O eixo dramático principal da peça envolve os incidentes ligados a chamada Revolta da Chibata, comandada por João Cândido Felisberto (o 'Almirante Negro') contextualizada neste conturbado perÃodo no qual, enquanto no Brasil se tentava afirmar a ferro e fogo o regime republicano recém proclamado, o mundo europeu começava a se agitar com as graves divergências que culminariam com a sangrenta primeira guerra mundial. A epoca é também marcada fortemente pelo doloroso processo de transição das relações sociais na cidade do Rio de Janeiro, na qual uma imensa massa populacional negra, ainda mal refeita da escravidão abolida há apenas uma década, começava já a experimentar as insidiosas restrições do recém inventado racismo. Os aspectos estéticos principais, referentes a proposta estética sugerida para o espetáculo, estão ligados também aos elementos mais aparentes da chamada Belle Époque, da Art Nouveaux, do Cinema Mudo, da MÃmica e da Pantomima (linguagens que inserem o espetáculo no âmbito de um teatro essencialmente imagético, no qual as falas não são exatamente fundamentais).
Neste mesmo sentido primordialmente imagético, a proposta tenta se associar também a certas formas e maneirismos do Circo convencional e do popularÃssimo Circo-teatro (forma implantada no Brasil por atores e palhaços geniais como Benjamim de Oliveira, Spinelli e Eduardo de Oliveira). São importantes também a utilização de certas soluções cênicas baseadas nas estéticas mais evidentes do carnaval de rua do Rio de Janeiro, nos rituais do Candomblé e na obra do artista plástico e ex-marujo Arthur Bispo do Rosário.
(Nota do autor: Exu Chibata foi a minha primeira contribuição no Overmundo. Não foi publicada por um voto apenas, razão pela qual decidi tentar mais uma vez.)
Gosto muito!
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 27/2/2007 07:14
Muito legal, Spirito!
Parace ser uma peça bastante interessante!
Não quer trazer para Salvador, não?! (risos)
Abraço!
Já está aÃ. Contigo! rsrsrs
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 1/3/2007 08:56Parabéns parceiro.
Sebastião Firmiano · São Paulo, SP 1/3/2007 13:56
Obrigado, Tião! Sempre alerta.
Abs,
Gostaria de ver esta peça em Porto Alegre!
Zito · Porto Alegre, RS 2/3/2007 19:22
Então, Zito, já disse pro ETC acima: A peça já está contigo aÃ! Ver, por enquanto, só na imaginação, né? Imagine.
Valeu a força!
Resultado da Seleção de Textos Dramáticos
Projeto Negro Olhar, edição 2010
Comissão Julgadora:
Leda Martins Ângelo Flávio
Para Tatiana Tibúrcio
Idealizadora, Diretora Geral e Coordenadora do Projeto Negro Olhar, edição 2010
Em 02 de fevereiro de 2010
Com as bênçãos de Iemanjá
Prezada Tatiana
Após análise criteriosa dos textos dramáticos a nós enviados para seleção, nós, Leda Martins e Ângelo Flávio, selecionamos para a leitura dramática do projeto Negro Olhar, edição 2010, as seguintes peças:
1. Exu Chibata, de SpÃrito Santo
2. NanÃbia, não!, de Audry Conceição
Considerações Gerais sobre a obra:
Exu Chibata
O texto apresenta a história combativa na marinha pelo Almirante João Cândido na Revolta da Chibata, realçando a importância histórica, a coragem e as revolucionárias idéias do comandante negro. Outros sujeitos importantes da história cultural brasileira, como João do Rio, grande poeta e ativista negro, participam da trama. O texto apresenta o exercÃcio de uma memória cultural afro-dialógica, produz um sujeito negro senhor do seu discurso e rompe a invisibilidade e a indizibilidade do negro na história polÃtico-brasileira. A peça oferece, ainda, a possibilidade de utilização cênica de uma série de recursos musicais e de jogos corporais, do amplo repertório das performances artÃstico-culturais afro descendentes, tornando possÃvel a criação de uma paisagem cênica de amplo efeito sinestésico, sonoro e visual. Certa confusão cênica inicial pode ser resolvida pelo diretor e pelo próprio dramaturgo, durante os ensaios, contanto, se necessário com o auxÃlio dos dramaturgistas responsáveis pela seleção.
Atenciosamente
Leda Martins e Ângelo Flávio
Olá Spirito Santo, não nos vemos há muito... mas isso não importa, oque é mais interessante é que estou pra montar um texto sobre a "revolta, e eis que me deparo com o seu.É claro que a Internete facilita muitas coisas e essa é uma delas.
Trabalho como prof ªde teatro numa ONG( Terre des Hommes) e numa escola pública chamada CIEP 034- Nelson Cavaquinho -estarei em particular falando sobre os nossos grandes idealista negros.
Gostei demais de tua obra e pergunto posso? Não há fins lucrativos.
Abraços e meus sinceros parabéns.
Ymaraz
Que legal, Ymara!
O texto está sim, disponibilizado para todos (inclusive você é claro). Se fosse uma montagem teatral - ah como anseio - terÃamos que conversar a respeito.
A única exiência é a de dar o devido crédito ao autor.
Que bom que você gostou. Em abril o texto vai ser lido no Laura Alvin por uma galera da pesada (Ruth de Souza, Milton Gonçalves, a nata da negritude, papa fina). Fica ligada para não perder esta.
Divulga aÃ, valeu?
Brigadão
Obriga por ter respondido.
Quanto ao texto a idéia é montar o texto numa comunidade onde trabalho.O grupo recem criado cahama-se "Chatuba Viva!"
e teremos uma reunião essa semana e estaremos falando sobre o text, caso seja acordado entro em contato com vc.
Abraços,
Ah! sou irmã do Juca e vc foi meu coordenador em 93 CIEP 115 - O Aleijadinho.
Beijos,
ymaraz
Com certeza estarei divulgando e se puder indo...
ymaraz · Queimados, RJ 1/3/2010 11:26Agora lembrei de você! Mundo pequeno para quem tem perna comprida, não é não?
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 1/3/2010 12:08Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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