Publicado em dezembro de 2008, meu primeiro livro, Flor da Pedra (poesia), guarda em suas páginas uma história de intimidade com o Overmundo. Intimidade construÃda principalmente no Banco de Cultura, espaço que considero um dos mais nobres da comunidade. É o meu preferido, embora a maior repercussão dos meus escritos tenha acontecido no Overblog.
Ao longo de dois anos foram mais de 170 colaborações, entre poemas, artigos e fotografias. Pelo menos uns 80% delas eivadas de matéria poética. Alguns poemas foram inspirados ou instigados por reflexões ou leituras de outros colaboradores, naquele diálogo silencioso e provocativo da arte.
Um dos poemas do livro de que mais gosto, o Vida Teodora ou Alegria de Manuel (momento sublime de criação!), aconteceu depois da leitura de um poema profundamente triste que topei (topada de pedra mesmo) nos meus compulsivos clics pelo Banco de Cultura. Esse acontecimento me fez refletir sobre as mil e uma razões para se escrever. Fundamentalmente, a minha razão é para doar, acrescentar e devolver o olhar atritado com a dureza da vida com um pouquinho que seja de saúde.
Isso me levou naturalmente a Manuel Bandeira, aquele a quem a vida aparentemente havia reservado menos que um velhaco tango argentino. Porque a vida é cruelmente irônica. Mas o homem tem a arte e as artimanhas. E a poesia é uma excelente parceira para as danças do absurdo.
E Bandeira dançou como poucos dançariam. Um Nijinski na arte de viver e fazer versos burilando a pedra bruta da vida com a intensa e brilhante alegria do esmeril da criação. Porque tristeza é alegria quando vira poesia e beija agradecida a vida. E teadoramos, Teodora vida, Manuel!
Também foi aqui, no Banco, que tive contato com a poesia nacional que vai demorar acontecer na custosa materialidade do papel, mas que me deu novos referenciais e sonoridades de um Brasil tão desconhecido de si mesmo. Abri meus horizontes poéticos conhecendo as cores e matizes de poetas de Norte a Sul. Enriquecedor, em todos os sentidos, o espaço dos comentários, onde troquei informações e opiniões. Mesmo nos embates um pouco mais ásperos, o saudável exercÃcio da escuta. Amadureci convicções, firmei o passo e acentuei o traço dos nomes dos meus bois.
Construà afinidades e pontes colaborativas que saÃram do virtual para a concretude do “realâ€, do palpável – o prefácio do Flor da Pedra é do músico e poeta paraense Renato Torres , que tive o privilégio de conhecer pessoalmente no final do ano passado; a apresentação é da professora Maria Luiza Oswald (RJ), a Ize, com quem compartilho o amor pela palavra, por Manuel Bandeira e Mário de Andrade, além de delicadas outras afinidades.
Enfim, a aventura do livro foi em muitos sentidos um encontro de brasilidades.
A participação no Overmundo me levou ainda ao exercÃcio da necessária coragem para a aventura definitiva da materialidade do papel. Essa coragem foi fortalecida na trajetória das colaborações, em que revelei um pouco da paisagem do Brasil de dentro, da imensidão desse Planalto Central desbravado nas longas travessias de tropas e boiadas. E o sertão está em toda parte. O sertão é universal, virtual, Ãntimo e pessoal e demasiadamente humano. Bem, tudo é verdade, tudo é mentira. O que conta mesmo é o olhar.
É esse olhar que venho compartilhar aqui, na deliciosa aventura de um livro, com uma unidade de palavra na qual me reconheço profundamente e que se torna ponte para a absurda e apaixonante travessia da vida. O que importa mesmo é encontrar o outro, fazer com que a palavra poética circule e se aqueça no atrito do olhar do leitor.
O livro é apenas um pretexto, porque só acontece na medida do outro. O grande desafio para os autores iniciantes nem é mais a publicação. O difÃcil mesmo é a distribuição do livro, fazer com que ele chegue ao leitor.
Começa então uma nova caminhada do Flor da Pedra, com exclusividade no Overmundo para download pelos próximos seis meses (160 págs. Ilustrado).
Boa leitura. Que venham os clics!
P.S.: Se possÃvel, registrem as impressões de leitura.
Ãntegra do meu livro, Flor da Pedra, para download, com exclusividade no Overmundo pelos próximos seis meses.
Belo gesto, linda mulher, da rica poesia.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 25/3/2010 09:22
Belas palavras em gestos simples da sinceridade, faz-me lembrar muito os meus sentimentos ao ler as colaborações aqui... E muito gratificante também é quando obtemos uma opinião dos colegas, parabéns pela Flor Petrificada!...
Nossa, o livro tem uma qualidade tal que nem sei o que dizer, para mim é gratificante ver tanta qualidade nos trabalhos desenvolvidos por brasileiros aqui no overmundo,
continue assim pois serve de inspiração para tantas outras pessoas que tem tanto potencial mais que por "n" causas não desenvolve seu potencial
(Hamom Ventura Rodrigues) 2010
Belissima contribuição para a arte da palavra que é a poesia,parabéns...
Eligilvan santos · Pombos, PE 5/4/2010 09:54
Seu gesto é de um altruÃsmo impar, daqueles que possuem a Luz e a faz resplandecer em todos que a cerca.
Parabéns, fico emocionado em ver algo tão bonito. ainda não li o livro, mas vou le-lo, e espero que muitos o leia...
Abraços
kfarias.
Cida, poeta,
quanto tempo sem nos falarmos, e também sem vir aqui ao Overmundo, e cá me deparo com essas tuas belas palavras, e com tua iniciativa bacanérrima de disponibilizar o Flor da Pedra...! maravilha! que mais e mais pessoas possam desfrutar da tua poesia e de tua sensibilidade, minha amiga...
abraços e saudades tuas!
r
ps: não esqueci que estou te devendo os cds da minha banda. depois te mando um email pra te explicar como andam as coisas. beijos!
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