Quando os filhos estão pequenos a gente só inventa moda, assim
já dizia meu pai.
Minha filha Tamara, no seu primeiro ano de vida, resolvemos fazer uma big festa.
Pra começar, ela era tão popular, tão querida que na festa, só de
criança foram mais de cem. Agora, as crianças crescidas como Luizão e Zé Delino não podiam faltar. Morávamos no centro da cidade, onde era dona de uma boutique, e como não podia pagar uma babá, sobrava para minha mãe cuidar da Tamara durante o dia. Convocava os dois para levá-la até o Bairro Baixada, onde meus pais moravam. Eles chegavam bem cedo e com que alegria a pegavam nos braços, cada hora era um. O mais engraçado é que ela ia cheia de rendas e fitas, toda cheirosa, e os dois eram, meio que "casca grossa", sem dente, bobalhões e as roupas bem remendadas. Isso não tinha importância. O importante era que eu gostava de ver a felicidade e o orgulho que os dois sentiam de poder atravessar a cidade inteira com a Tamara nos braços.
Neste dia especial do aniversário, Marcos e eu levantamos cedinho para ir catar umbaúbas no mato. TÃnhamos bolado fazer umas gaiolinhas de umbaúbas para enfeitar as mesas.
Que gostoso lembrar!
Marcos e dois amigos trataram logo de fazer as gaiolinhas e eu fui confeccionar as rosas, margaridas, girassóis para enfeitar as mesmas. Com um detalhe, o Marcos só aceitou fazer as gaiolinhas se deixasse as portinhas abertas e lá dentro as florzinhas. Nada de colocar na cabeça da criançada que gaiola servia para prender passarinhos, a intenção era outra.
Seis horas da tarde!!!
O clube ficou lindo! Flores pra todo lado. Nas paredes, as flores brigavam por um lugar dentro das peneiras de bambú. Até os docinhos deliciosos feitos pelas mãos de fada de Vitória do Sr. Jorge Turco tinham um lugar de honra dentro das peneiras, que serviam de bandeijas, também.
Ah! Os refrigerantes, tive a idéia de armazená-los dentro dos filtros de louças que pedi emprestado na Lojinha de Dona Mariinha.
Foi um sucesso, as crianças vibraram!
Não faltou a EmÃlia, a Cuca, Narizinho, Saci, enfim toda a turma do SÃtio do Picapau Amarelo.
Até os pacotinhos de pipoca foram enfeitados com flores de papel crepon. Acho que não faltou nada. Ah! Espera aÃ, faltou uma coisa, gelar os refrigerantes. Tive que correr nos vizinhos pedindo gelo , que correria...
Tudo foi lindo. Maravilhoso!
Muita alegria!!!
Naquela noite adormecemos agarradinhos com ela no nosso meio, muito felizes.
Já se passaram 25 anos!
Uai! Será que estou ficando velha?
Texto irretocável tal a verdade que trata.
Perfeito. Benny.
Belo texto. Muito bem escrito, por sinal. Gostei bastante. Um abraço!
Lobodomar · Guarapari, ES 8/9/2007 08:35Benny, as boas lembranças nos dá forças para caminhar. Agradecida pelo comentário. Abração.
anamineira · Alvinópolis, MG 8/9/2007 10:35Lobodomar, obrigada pela visita. Um abraço recheado de carinho ( com gosto de doce de leite de Minas).
anamineira · Alvinópolis, MG 8/9/2007 10:37
Ver e acompanhar nossos filhos crescerem... Nada é mais maravilhoso!
Abçs.
Ana adorei sua lembrança da festa de um ano da Tamara. Me fez recordar as que eu preparava para meus filhos. Não sei por aà como é agora, por aqui é tudo muito diferente...Por coincidência, agora mesmo enqto escrevo, à s 22:40hs, ouço o som frenético das caixas de som aqui do play do meu edifÃcio, tocando os funks que embalam o aniversário de 3 anos de uma garotinha linda que, por sinal, é minha xará. Fiquei menos de meia hora lá...Não tenho nada contra o funk, mas como estranho ver crianças tão pequenas envolvidas em coreografias que parecem lhes roubar a infãncia. Pode ser que eu esteja sendo saudosista, mas ai que saudades que tenho das festinhas que vc tão bem descreveu.
Beijos
Ize, obrigada pelo comentário. Tenho uma neta de 10 anos. As festinhas que faço para ela é igualzinho aas festas da mãe(Tamara). E ela fica toda feliz. Ainda brinca de boneca, pique esconde, amarelinha, etc... Tem medo de Bicho papão mas gosta de pesquisar e fazer trabalhos na internet, só que a gente dá um jeitinho para ela não perder essa fase infantil. Um abração apertado da mineira Ana.
anamineira · Alvinópolis, MG 9/9/2007 12:37
Ô Ana,
Eu sou dos que detestam a pobreza absoluta, ainda menino já lutava contra ela.... mas sou dos que adoram poucas posses,
recursos assim que fazem o pouco ser tão grandioso; parcimoniosos recursos fazem a felicidade de todo mundo - os filhos, o cônjuge, os amigos.
Adoro, como sempre foi "na minha casa" (no PiauÃ), tudo feito ali na mão, o favor, a ajuda, a participação tudo compartilhado, risos, falando-se como Ãndio, como negro, todos ao mesmo tempo.....
Adoro a tua capacidade de rememorar, de contar. A graça rápida, ligeira, completa de contar, parabens, andre.
Ana, que delÃcia de ler.
Como são lindas as lembranças dessas coisas de amor, tão perfeitas que são as mães sabem inventar para mimar seus filhos!
Lindo texto, lindo!
beijos
Ana, seu belo texto tá em destaque.
Um abraço.
Texto enigmático: fora dos padrões que conheço. Perfeito.
Votado.
Benny.
ANA,
mais uma narrativa de boas e alegres lembranças, isso é muito bom de se cultivar.
Abçs de Betha.
^Aninha bacana, gostei da decoração da festa. Muito original. Quem sabem faço uma assim para os meus anjinhos Rafael e Gabriel? Tenho certeza que vâo amar. Beijos, Mara
MARA MARAVILHA · Belo Horizonte, MG 28/9/2007 08:34Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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