Fugaz

Eu vejo o horizonte reverso
de um passado distante
enquanto folheio na imaginação as páginas
de uma vida plena de cisma e fulgor.
Os caminhos eram íngremes
mas os passos eram resolutos e firmes.
Hoje eu olho para o horizonte distante
e não me vejo mais caminhando adiante
porque já sei que não existem limites
e o melhor que posso fazer por mim mesmo
é sentar sobre a pedra esquecida no meio do caminho
e me observar
enquanto observo em derredor o meio em que se plasma
o meu eu.
Volto a ler o livro que deixei esquecido na cabeceira
do mesmo leito onde tive dor, prazer e surtos de euforia
e vejo que não lembro mais nada das páginas lidas.
O passado... passou.
Assim como tudo o que se vive passa... na vida.