Este texto é parte da minha tese de doutorado que ainda estou ruminando e escrevendo. Chama-se "Identidade Expressiva". O objetivo central da pesquisa é investigar se o ator, ao instituir a cena, produz um estado capaz de compor uma identidade de natureza poética, inquirir qual o estatuto desta identidade e quais relações que agencia com o mundo subjetivo e com os pertencimentos sociais do ator.
Celéia,
Gostei da sua pesquisa de doutorado - é uma tese interessante.
Veja:
Na p.2 , 3º parágrafo: Não se trata de procurar na(s) obras de arte
Na p.3, no 1º parágrafo: impermenência
Grande abraço e muito sucesso.
oi Joana, Obrigada pelas dicas. . Já corrigi no original, porque sou inexperiente no Overmundo e não sei corrigir na versão do site.
A palavra é impermanência, que segundo o Aurélio significa qualidade do que é não permanente, inconstante, mutável.agradeço sua colaboração! bjs
Minha amiga Celeia, infelizmente nao consegui abrir, iria passar a critica para minha filha que poderia dar uma opiniao mais objetiva sobre o tema, mas estou tentando, obrigado pelo convite. abrs.
victorvapf · Belo Horizonte, MG 7/1/2008 12:22Victor, acho que é preciso dar o download e depois salvar . espero que você consiga! eu é que vou ficar feliz com seu comentário.
Celeia Machado · Rio de Janeiro, RJ 7/1/2008 12:36
Olá Célia, grato pelo convite a ler teu texto.
Boa tese, essa tua.
Quando repito que aprendo muito e a todo instante aqui em Overmundo e alhures, alguns ainda se espantam.
Contigo aprendi mais.
Principalmente a objetividade sobre os conceitos, faina muitÃssimo difÃcil, eis que dela, a objetividade, foram feitos mais de 35 anos de minhas funções e inda hoje me atapalho, porque vez que outra o danado do sonho, do idealizado, se interpõe não só à escrita como mesmo à fala, e à vida então, porque não se quer só reproduzir o suporte da existência e dele ser tão somente a coisa dada, mas dar materialidade à coisa sonhada.
Sei que não é o objeto da tua investigação, mas aquele momento em que o intérprete, tentando apagar o próprio rastro, ainda não é a representação, que não o será, para que não deixe de ser o ator para ser o representado, aquele instante, Ãnfimo, um átimo, talvez, e friso, talvez possa ser também, dependendo da perspectiva e dos instrumentos de análise, coisa também já dada, fato consumado, locus de interpretação.
Exemplo. Um tecido a olho nu e um tecido examinado ao microscópio.
Caso do ator, o tempo como nós o percebemos e no caso de alguém que o possa perceber em "câmera extremamente lenta".
Um segundo é uma vida, gerador de vida e passÃvel de interpretação, então, e o momento configurado como "entre" desaparece para ser o entre ele mesmo um "fato a ser interpretado", o momento do ser.
É isso que nos diz o fato de que o passado não mais é, o futuro ainda não é o presente se foi, já, muito antes do piscar de olhos ou estalar de dedos.
Para depois do almoço, a percepção ainda sonolenta do fenômeno da da sesta não feita, foi o que consegui perceber.
---
Da redação, se me permites, na terceira página tem um A que não necessita de ser maiúsculo:
Como um sistema simbólico, A linguagem artÃstica apresenta conformidade à quelas propriedades apontadas por Saussure
E, quase ao final, há múltiplas possibilidades para a redação, a meu ver, imprecisa:
A Identidade Expressiva é uma escritura, uma composição, de funcionamento frágil porque é construÃda está sempre sujeita ao acaso, à subversão, ao abandono ou à reviravolta.
Posso ler:
1. porque é construÃda e está sempre sujeita...
2. porque é construÃda. Está sempre sujeita...
3. porque é construÃda, razão de estar sempre sujeita...
(sendo que li desta terceira forma, que me pareceu mais conforme para afirmar os conceitos que vinhas desenvolvendo)
E, ao final:
... Como obra poética, adquiri as qualidades de um poema
creio que a grafia deva ser adquire
Tenha sucesso pleno na empreitada.
Querida Celeia:
Em primeiro lugar, muito prazer em conhecê-la, pois não me lembro de ter-nos cruzado no overmundo. Obrigado ainda mais por achar que posso contribuir de algum modo com o seu texto.
Eu o li duas vezes e a única coisa que consegui identificar como algo problematizável é um aparente divórcio do primeiro pará grafo com os demais
"Na modernidade, o processo de identidade aproxima-se mais de um percurso de representação do que de reconhecimento. A resposta à pergunta sobre quem somos se dá através de um percurso simbólico."
A partir daÃ, você passa a um discurso ahistórico mostrando como se dá em nós a representação das coisas e por aà vai. Sinceramente não vi uma única explicação, no texto, para a sua categórica afirmação inicial segundo a qual "na modernidade o processo é diferente', Mas também posso estar enganado, isto é, pode ter-me passado despercebida a explicação. Então eu diria que você deve aproximar mais a afirmação de sua justificativa.
Acho até que o texto teria até maior intelecção se não houvesse o primeiro parágrafo.
Não sei se ajudei em alguma coisa, mas era esta a minha intenção.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querida Celeia:
Só pra não dizer que não falei de flores...
"Por meio da atribuição de significados o homem apreende o que ocorre a sua volta" quando o correto é "Por meio da atribuição de significados o homem apreende o que ocorre à sua volta"
"Além disto, o trajeto de criação articula um espaço simbólico aonde o homem vai tecendo as narrativas das experiências individuais e coletivas." quando o correto é "Além disto, o trajeto de criação articula um espaço simbólico onde o homem vai tecendo as narrativas das experiências individuais e coletivas."
"Não se trata de procurar na obras de arte, dados sobre a personalidade, história de vida ou os vÃnculos sociais e culturais do seu autor. Mas refletir sobre a condição da identidade manifesta e produzida na criação artÃstica, como ato poético"
ou escreveria
"Não se trata de procurar na obras de arte, dados sobre a personalidade, história de vida ou os vÃnculos sociais e culturais do seu autor, mas de refletir sobre a condição da identidade manifesta e produzida na criação artÃstica, como ato poético"
"A fala poética é irredutÃvel à outra forma de dizer" quando o correto é "A fala poética é irredutÃvel a outra forma de dizer"
"onde se produz as possibilidades, as contradições, as multiplicidades e as diferenças." quando o correto é "onde se produzem as possibilidades, as contradições, as multiplicidades e as diferenças."
beijos e abraços do
Em tempo:
"Não se trata de procurar na obras de arte, dados sobre a personalidade, história de vida ou os vÃnculos sociais e culturais do seu autor."
eu diria
"Não se trata de procurar, na obra de arte, dados sobre a personalidade, a história de vida ou os vÃnculos sociais e culturais do seu autor, mas..."
Adroaldo e Joca, MuitÃssimo obrigada. Aproveitei todas as sugestões. Acho tão difÃcil revisar meu próprio texto. Acabo misturando análise do conteúdo com a revisão ortográfica e me perdendo ora em uma crÃtica exagerada, ora em uma tolerância generosa demais.
Joca,
nós nunca nos cruzamos no overmundo porque esta é a primeira vez que eu posto. Meu irmão, Sander Bazetti, com veia mais poética, é que disponibiliza vários textos seus.
Por isto eu já conhecia o site há um tempo e acompanho alguns comentários. Quando coloquei o artigo, convidei algumas pessoas das quais gosto particularmente das crÃticas, por serem justas e honestas e ao mesmo tempo delicadas e respeitosas.
Se houver outra sugestão, não hesite em enviá-la.
Adroaldo,
você pegou a "alma" da minha idéia. Minha curiosidade é sobre este que se apresenta entre ator e representado, que já é uma representação, mas não é nem um nem outro, sequer a mistura dos dois. Uma terceira margem, talvez.
Seu comentário me fez pensar outras possibilidades
esqueci: eu fiz as correções no original, mas não sei como alterar o que está postado aqui. devo dar novo download?
Celeia Machado · Rio de Janeiro, RJ 7/1/2008 17:18
para quem se interessar, o texto do meu irmão está no banco de culturas, chama-se Silêncio.
http://www.overmundo.com.br/banco/silencio-8
“Por meus textos sou mudado mais do que por meu existirâ€
Tua tese é supra.Quando finaliza, é muito feliz:
. O homem considerado obra poética constitui-se na imagem e como imagem. Como um trajeto de atribuição de significados, esta narrativa de si está assinalada por um caráter provisório, instável e inconstante
Parabens e continue!bjus.
Bom dia Celéia!!!!
Joana Eleutério · BrasÃlia, DF 9/1/2008 08:07
A Celéia deve ter pisado no tablado pela primeira vez com 8 a 9 anos. Nesse mesmo espetáculo lembro-me que enquanto um menino improvisava era ela que mantinha a estrutura dramática. Sempre tens me sido surpreendente. A Atriz, a Educadora, essa estrela tão angustiada pelo justo. Matéria tão em falta nos palcos da vida.
Separar a tua tese da tua arte, seria separar-te.
Beijos grandes e sucesso.
Sander
Celéia,
Não consegui ler o seu texto, não abriu... Continuarei tentando.
Beijos.
Celeia
Que trabalho bonito, que tema interessante!
O ator é o rastro do seu próprio apagamento...
Parabéns!
Abçs.
Victor, obrigada por ter se apresentado! Vendo o número de votos e downloads crescer, fico aflita e minha curiosidade me devora. Não exatamente para saber qual a opinião (é claro que o comentário tem um valoor inestimável), mas para saber quem fez o clique generoso.
Ai, eu ainda trago muitas referências das "antigas" ou talvez por trabalhar com as artes cênicas - arte presencial, por natureza - não me adapto muito com esta relação anônima e exponencial do mundo da internet. Eu preciso da relação um-a-um. Preciso de um corpo, nem que seja um nome, um avatar, nem que seja virtual.
E Victor, você atendeu a este pedido. obrigada!
Mas é claro, que fico feliz com todos aqueles generosos que estão lendo meu trabalho e que querem continuar anônimos. obrigada Também!
Celeia Machado · Rio de Janeiro, RJ 9/1/2008 20:34Celeia, voce esta certissima, conte comigo, parabens! abrs.
victorvapf · Belo Horizonte, MG 9/1/2008 21:56
Em público comentado, o apresentado ao público referido, não poderia deixar de voltar, votando, pra dizer-te do que artistas precisamos:
Bravo!
Querida Celeia:
Saiba que agi da mesma forma, quando havia apenas 32 votos
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Celeia, eu gostei muito de ler o seu texto. IncrÃvel como as diferentes formas de escrever nos ensina tanto.
bjo.
Celéia, seu texto mostra-me uma outra maneira de ver a Arte falando de uma teoria que quase desconheço.
Relerei até que os conceitos adentrem no meu pouco entendimento.
Um abraço
LÃgia, fico feliz que meu texto pode te suscitar novos pensamentos. O que você achar difÃcil de compreender, me questione, pois um texto truncado não é um bom sinal. Mesmo, e principalmente, para um trabalho acadêmico.
Celeia Machado · Rio de Janeiro, RJ 10/1/2008 20:48
Olá Celéia,
Hoje, num momento de distanciamento necessário da escrita do meu trabalho, consegui abrir o seu texto e ler.
Fiquei com algumas questões que depois poderÃamos até conversar pessoalmente. Gostei da forma como você trata o conceito de representação, que é muito difÃcil e problemático. Sobre a situação "entre" vivida pelo ator, achei rica e interessante.
Vi que você utilizou o Hall como referência, valeu.
Celéia, será possÃvel a arte abarcar a pluralidade de sentidos? Não será ela também uma edição? tenho mais a conversar...
Parabéns pelo seu texto. Está muito bem escrito.
Beijos, Sandra.
Queridas Sandra e Celeia:
Sandra disse:"!Fiquei com algumas questões que depois poderÃamos até conversar pessoalmente". Porque isto de pessoalmente? É fofoca de comadre ou receita de bolo?
Pelo que entendi, muito longe disso, trata-se de questões pertinentes à reflexão da Celeia. Por isto eu proponho: Vamos organizar esta discussão, não apenas pessoalmente, mas aqui nas páginas do overmundo. O que? Vc acha que ninguém se interessaria? Quer apostar?
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Pois é Joca...é fofoca de comadre... é receita de bolo...é a presença que pede passagem...somos da antiga...o que fazer? mas concordo que este é um espaço muito rico para uma discussão.
Quanto à questão da Sandra, penso que a arte é sempre a elaboração e a ação de alguém e por isto é uma edição, uma perspectiva, um modo de ver e representar.
Se abarca a pluralidade dos sentidos? puxa! aà teria que pensar em que sentido rsrs! de imediato, minha resposta seria que a arte tem o poder de, ao tranformar em imagem, dar um sentido à pluralidade, de capturá-la , de presentificá-la.
E está aberto o debate!
queridos, este comentário aà de cima é meu! Meu marido aproveitou que sai do computador alguns minutos e logou para votar no texto do meu irmão e deixou logado.
Eu achei que estava no meu pefil, tentei apagar o comentário, mas não consegui. Bom está feita a confusão! vou copiá-lo com meu perfil!
Pois é Joca...é fofoca de comadre... é receita de bolo...é a presença que pede passagem...somos da antiga...o que fazer? mas concordo que este é um espaço muito rico para uma discussão.
Quanto à questão da Sandra, penso que a arte é sempre a elaboração e a ação de alguém e por isto é uma edição, uma perspectiva, um modo de ver e representar.
Se abarca a pluralidade dos sentidos? puxa! aà teria que pensar em que sentido rsrs! de imediato, minha resposta seria que a arte tem o poder de, ao tranformar em imagem, dar um sentido à pluralidade, de capturá-la , de presentificá-la.
E está aberto o debate!
Joca, como disse Celéia, "somos da antiga", "o que fazer"...
Não sou nativa da cibercultura, ainda estou presa a conversa pessoal, olhos nos olhos... Mas estou aberta a novos desafios... já que Celéia autorizou, continuaremos o debate!
Na verdade, tenho dúvidas se na arte os vários sentidos do sÃmbolo estão presentes, por isso não sei se é possÃvel abarcar a pluralidade de sentidos. Quanto a imagem, acho que também é uma edição. Em relação ao que foi dito sobre a palavra, não temos a dimensão do sentido que o outro está atribuindo ao que dissemos. Numa visão Bakhtiniana, a palavra contem as vozes do mundo, como pode ser uma redução?
Está no ar a "fofoca de comadre" !
Celeia Machado · Rio de Janeiro (RJ)
Parabéns pelo grandeTrabalho.
.....compor uma identidade de natureza poética, inquirir qual o estatuto desta identidade e quais relações que agencia com o mundo subjetivo e com os pertencimentos sociais do ator.
Valeu.
Receba nossa admiracáo,exaltacáo e voto.
Oi Azuir, fiquei super feliz que você pretigiou meu trabalho.
Celeia Machado · Rio de Janeiro, RJ 15/3/2008 00:06Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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