LÃGRIMAS DE AREIA
Agamenon Troyan
Lá estava ela, triste e taciturna
Testemunha de efêmeros conflitos
Com um olhar perdido no tempo,
Não exigia nada em troca
A não ser um pouco de atenção.
Sentia-se solitária; oca.
Os homens admiravam-na
Pelos os seus contornos
As crianças, em sua eterna plenitude,
Admiravam-na muito mais além...
... Mais humana!
Dessa profunda melancolia
Lágrimas surgiram.
Elas não molhavam o seu rosto
Mas secavam o seu coração,
O poço da sua alma,
Aumentando cada vez mais
A sua sede.
E lá ela permaneceu; estática, paralisada!
Esperando que o vento do norte a levasse
Para bem longe dali...
O dia começou a desfalecer
Seu coração, outrora seco e vazio,
Agora pulsava em desenfreada arritmia.
Desespero!
A maré estava subindo...
Em breve voltaria a ser o que era:
Um simples grão de areia.
Quiçá um dia levado pelo vento,
Quiçá um dia!
Em um porto seguro.
É assim a inconstância do tempo e da vida construida em sonhos dentro de castelos de areia a mercê do vento da dúvida, da certeza de efemeridade e da convicção de que viver vale a pena. Bom bom!
Saudações Cordiais.
Olá Tarokid, este teu poema é uma maravilha rapaz! Adorei estas imágens, ( elas não molhavam seu rosto mas secavam o seu coração).
Outra que me atraiu: ( Em breve voltaria a ser o que era : um simples grão de areia ). Sensacional, meus parabéns.
Carlos Magno.
opa ! muito boa gosta desse negocio de personificação... araço
eric renan ramalho · Belo Horizonte, MG 7/5/2007 16:14Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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