“Eu não tenho nada para oferecer a ninguém, exceto minha própria confusão.â€
Jack Kerouac
1.
Manobro o sangue
que carrega a noite menstruada
com a chegada do poema.
Fico atado às lavouras de travessia
e desenho o vômito que copula em cartase.
O meu tempo impele a náusea
a ajoelhar-se no escarro,
a ludibriar a renúncia do nódulo
e a falar a lÃngua dos mortos.
2.
Se não perceberem
que este poeta vaga na metáfora dos ventos
e se não perceberem que o ventre que o apóia
torce a multifaçatez da lavra:
Alguém tem de caber em flancos natimortos.
Alguém tem de fugir e galar
que nem transversal gozo da boca.
Alguém tem de manipular olhares
e lambefixar solteiras palavras
mediunicamente perpetradas
por lacres-olhos ejaculados.
3.
Eu a poetar
pondero que o fascÃnio mais poético é aquele
de temperar a complexidade que é: enjaular
a eloqüência das folhas da primavera.
Já não trituro os ossos das fomes abastecidas,
mas vivo como à uma cólera
que mói as câimbras contÃnuas.
Ai!... Sobram-me as criaturas noturnas...
Elas me entregam vilmente ás palavras,
pois há muito tempo
não as bulo como bulo
as nadegas concisas da poesia.
Compreendam-me!
Eu não curto a paixão decerto compassiva
que acolhe a mordaça
e não ouve a encosta gemer
que nem traição!
4.
Agora sem retropasso,
imagino que sobre a passeio público
deitará uma súplica marginal
para admirar as lágrimas que caem
e estancar os sonhos e as valas urbanas
das quais aspirei os urros proscritos da vida
- onde masturbei como á uma flâmula
do juÃzo de nós.
5.
De prima,
uma tesa réstia de cru rabisca seivas
e um sândalo percebe a intenção da lâmina...
Laços pendulares
esbofeteaiam a pureza do machado
e as palavras esvaiem-se-me rápidas
como sangue punido
que enforca a coleira do sexo
para que não seja afligida a origem do orgasmo.
Enciumado, o galho
desnuda as pétalas sexuais do poema
e em oposição à mortificação do adeus,
esparge um bálsamo inodoro;
sopra uma lôbrega ilusão.
© Benny Franklin
Beny,
forte, seu poema nos remete a um caos onde mazelas
sobrevivem a custa de ilusões passageiras e de poemas
que transcendem o sentido das palavras.
bjs
Salve, Benny!
Alguém tem que andar esses ritos da palavra.
O saber o gosto do avesso do ponto final.
Abraço Pantaneiro.
" Alguém tem de caber em flancos natimortos."
- Perfeito poeta Benny !
Mais um trabalho diferenciado
Poesia seleta para público seleto.
Parabéns !
Continue a nos oferecer sua poesia. Parabens, bjos e votos.
graça grauna · Recife, PE 6/4/2009 19:48
Nossa......isso é sentir toda a magia
que envolve a arte de amar... ovulando-se de poesia.
ahhhhhh poeta, continue desnudando o saber
as sensações que ela........só ela...bendita poesia nos da.
... nádegas......colo.....boca..........sangue... vida... morte......cura......ilusão......tudo tudo tudo.
adorei demaissssssssss
bjsssss;)
o meio-fio da calçada alcança
já o fio da navalha encarnada
Benny,
Um mergulho profundo nas mazelas da vida.
Abraços
Benny.
É a fámina dos versos cortantes, agindo como uma verdadeira facãozada.
Abraços
Olá Benny,
Que prazer em conhecer o seu trabalho.
Belo texto em toda a sua intensidade.
Gostei!
Parabéns!
Sucesso!
Com carinho,
Patty
Olá Benny!
Vagando na metáfora dos ventos
despe qualquer paramento
e escarra o veneno que corrói
...
Bravos!
Beijos_Meus*
*
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