LEMBRANÇAS DESFEITAS
Pedaço velho cansado
Rachaduras na alma
Descascada derme, ranhuras decadentes
Perfila imagens das escórias que pertenço
Morada empoeirada, sujas vidraças
Com olhos foscos nublados
Onde os sonhos são passageiras nuvens
Deixando-me apenas charco e gelada carne
Neste outono que perco
Mais algumas folhas grudadas nas paredes
Não as tenho para agarrar e pedir socorro
Comer de suas raÃzes um tanto mais
Recorro ao passado
Mas sou eu apenas que sobrevivo
E não posso tirar a limpo essa estória
Remover camadas, caiar em cores pardas
A peste do tempo já não tem tanta memória
Das lindas serenatas, dos amores seresteiros
Abro-me, pois meu cadeado pede
Carinho do vento na face
Mesmo que venha violento e quebre o cristal
Não posso fechar-me, pois estou às vistas
Sem eira, sem beira, tri eiras
CaÃdo beiral
Lembranças desfeitas saltaram de mim
Racho sozinha, sem pouso dos pássaros
Neste outono enfastiado
Nesta cor morta, pálida, trigueira
Que da massa, do pão já não cresce
Murcha, fria, fatigada e fatiada
Nem meus fantasmas voam para deliciarem-se
Farelos fadados de vida
E sem sal
Cintia Thomé
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Seja bem vindo todo o comentário que edifique o Site Overmundo. Seja ele apenas uma palavra amiga e que dignifique e tenha respeito com o ser humano.
Agradeço.
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Tarefa dificil abrir comentarios, mas sobre seus poemas e facil, pois todos sao belos...
victorvapf · Belo Horizonte, MG 2/12/2007 15:22
Sem dúvida, esta é uma daquelas tristes lembranças. Dessas empoeiradas, quase se desfazendo. Mas o sol há de entrar pelas frestas e iluminar todos os recantos, tirando as teias, os mofos e irradiando tudo de novo!
Belo, Cintia!
Tem tanta emoção nos teus poemas querida ...
Hoje sinto-me assim :
Murcha, fria, fatigada e fatiada
Nem meus fantasmas voam para deliciarem-se
Farelos fadados de vida
E sem sal ...
Mil beijos...
Um belo poema... melhor dizendo, todos os seus poemas são belos!
Adoro o seu jeito de escrever...
Abraços!!!
A peste do tempo já não tem tanta memória
Das lindas serenatas, dos amores seresteiros
Nos sentimos assim, tantas vezes... Esfarelados...
Mas passa... Sempre passa.
Belo, Cintia... como sempre!
beijos
Professora Cintia Amiga.
Poderosa Lembrança Poetizada.
A emoção do coração.
O teste da afirmação do presente.
Uma obra Poética para encantar e inspirar.
Uma História que vale a pena.
Abração
Olá amiga Cyntia,
Adorei as tuas lembranças em versos tão bem construidos que compõem este teu lindo poema amiga. Meus sinceros aplausos e beijos.
Carlos Magno.
Tristes ...como manhãs geladas, céus cinzentos...
Lindos...Porque nos aproximam, nos ensinam, não estamos sós...
Beijos, querida
Querida Cintia:
Carinho do vento na face que chega e passa com a maior classe de quem aprendeu no amor e na dor.
Quanta sabedoria transbordando em poesia.
Beijos_Meus*
*
Cintia, sempre gosto muito dos teus versos. abs!
Paulo Esdras · Brumado, BA 2/12/2007 22:57
CÃntia, as ranhuras do tempo são marcas de uma vida bem vivida. Limpar as gavetas e dar lugar a novas lembranças é a melhor pedida.
Até mais.
Muito triste, muito!
As imagens são melancólicas e bonitas, mas o melhor é abrir essas janelas e deixar a luz entrar, espantando o frio.
beijos
Por enquanto - fiquei no retrato. Ou ele ou o texto bastava.
Mas a tua riqueza faz como fez,
um abraço andre.
Cintia, li seu poema e me fez recordar a peça teatral "o circo lúdico da memória" que assiti esta semana, uma beleza! Parabéns!
Tati MOTTA · Belo Horizonte, MG 3/12/2007 13:45
Uau, Cintia! Quanta inspiração!
Muito belo, teu poema.
Abraço
http://interludios.blogspot.com
Bela, talentosa, profunda, visceral....
Beijos
Cris
Querida Cintia;
Vida ... Vi_vida ... Viva! Vida...
(Re)li ... Guardei!
Beijos_Meus*
*
Cintia,
vim agora reler e rever, porque não.
Mas Cintia, estou com ÃFRICA, a mãe da vida
está no banco em edição. O duro é que não sei botar os tais dos links.
um abraço, andre.
CÃntia , querida amiga.
Já não como me expressar para falar da beleza dos seus poemas, das suas obras.
siplsmente lindo.
Beijos
Noélio
Tamém ando em falta...perdoa-me !!!!
Ando desanimada...anima-menoturna!!!!!!
Mil beijos...Votei!!!!
Votado minha querida! rsrsrrs
Já tinha lido, mas não tinha comentado.
Muito bom!
Abração
HHUUUMMMM... bela capa, belo livro, belÃssimo poema! Parece propaganda de padaria e, no entanto, tem uma carga tão grande de lirismo & drama que nos é impossÃvel esquecê-lo.
Sempre soube que você era boa... esse grito silencioso só confirma a plenitude de sua alma poética e linda. Ah, valeu o pedido de BOM-SENSO aos OverNautas... nosso megasite nunca precisou tanto de cordialidade e fraternidade. HOSANAS NAS ALTURAS!
CÃntia,
Imagina! Como é que alguém ia desmerecer palavras de um ser tão humano e terno como você? Nem precisava pedir aqui.
Se fosse para fazer algum reapro, faria (de gozação, é claro):
Mais Poema e menos Conselho!
Grande abraço
Olá Amiga Cìntia!
Gostei, tens meu voto e meu abraço.
Olha o voto aà minha querida.
Beijos.
Carlos Magno.
Lindo Cintia! Tem o meu voto.
Parabéns! beijos
Agradeço a todos, comentários sempre que edificam...e me conduz
ao BEM.
Eu que venho depois da sua menssagem, lhe digo que eu é que agradeço-lhe, a sua humildade, a(s) sua(s) poesia(s).
Deve ser uma pessoa excepcional. Parabéns mais uma vez!
Me arrepiou, viu menina!?
Beijinhos
Queria também referir-me a foto que acompanha o poema!
Linda demais, pura natureza!
Parabéns, Cintia por mais um belÃssimo poema!
Flores @>--
Cintia
A analogia a uma casa velha abandonada nos remete à s profundezas da alma humana; sempre guardando nas raÃzes o lodo do tempo que se esvai e não torna para as devidas correções! Solidarizo-me com suas mágoas, ilusões perdidas assim como lembranças desfeitas! Mas, você nunca estará sozinha. Sua poesia encanta e emociona a todos nós! Abraços.
Corisampaio, Caucaia Ce
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