O mundo também é dos perdedores,
dessa gente miúda que como eu
só tem a contar, como vantagem:
as horas perdidas nas filas de cada dia
os dentes arrancados e não mais repostos
o susto levado ao descobrir que o gás
acabou junto com todo o dinheiro...
E ainda encontramos vontade de viver...
Vai entender!
Se ninguém entendeu, eu explico!
O melhor dos mundos é o daqueles já que
ousaram abandonar:
as coisas passageiras, prontas para o
ladrão, que não cabem no caixão!
Os amores rápidos e fulminantes, que
deixam um vazio no coração
as inquietações pelos dias que virão
trazendo seus próprios males...
Por isso, diante de tudo que para os
outros não presta, procuro tirar proveito:
de unha encravada, o cravo perfumado;
de amor perdido, o mais perdido amor;
do azedo limão, a limonada gelada.
Se muito da vida é ilusão, é miragem
me agarro ao que permanece:
- miséria pouca é bobagem!!
Este poema feito para atender a uma ocasião, uma necessidade estava completamente esquecido em um material literário-pedagógico que eu produzi uns anos atrás.
O tempo passou e ele resistiu, ao meu ver, à prova das horas...
a realidade não é sonho, mas um sonho pode ser totalmente real. poema atual é o que resiste a qualquer desastre, a qualquer esquecimento. ótimo!
carlosmettal · Porto Velho, RO 14/1/2010 10:25
Valeu, Carlos, pela sua apreciação!! Aliás, temos um parceiro-amigo em comum, o Binho. Vi o seu trabalho no spaces.live Baixista, cadista, o que mais? Legal!
Quando teremos o próximo Musas?
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