Meu pai era pintor. Seu nome era Francisco, mas era conhecido por Cicico. Nasceu e cresceu entre quadros e seu perfume favorito era o da terebentina misturada com água raz. Sempre desenhou muito bem, mas como tinha que sustentar família era advogado. Um dia, depois de perder o irmão gêmeo, Lilico, pintor de mão cheia, entrou num quarto da casinha branca aonde morávamos e pintou um quadro. Nunca mais parou de pintar e viveu feliz para sempre.
Pois bem, outro dia botando arrumação numa papelada velha, encontrei uma folha datilografada, amarelecida pelo tempo, com esse escrito aí embaixo, que resolvi trazer para cá porque achei que tinha tudo a ver com nossas conversas sobre poema, poesia e linguagem.
"Já disseram que em pintura, sou um místico e que meus quadros revelam tendências monásticas. Mas, já disseram também que meus quadros são extremamente sensuais, o que me leva, plagiando, qualificar-me como místico e monástico, porém sensual.
Faço quadros sem saber pintar. Faço fachadas fechadas, fachadas desertas e, vez por outra, cavalos e bois desvinculados de sua natureza, o verde dos pastos, para penetrarem numa atmosfera de vermelhidão crepuscular, que tem sido uma constante nos meus trabalhos. E é só.
Já disse que se eu pudesse pintar o que eu quisesse, certamente não pintaria fachadas e muito menos fachadas desertas. Pintaria sombras de quintais de velhas casas de antigamente; o cheiro da fumaça de um ferro de engomar daquele tempo; os pregões do sorvete yayá, do amendoim torrado, do vendedor de ovos e do laranjeiro. Pintaria os acordes distantes do "Despertar da Montanha" mal tocado num piano velho. Pintaria isso tudo e mais o silêncio do bonde parado em final de linha, o sabor do sapoti, do cajá-manga e do abiu, a trasparência da fumaça da queima de folhas mortas nos velhos quintais solarengos, o sabor amargo da mamona de terreno baldio, o musgo dos muros velhos e a violeta da quaresma em fundo de céu azul.
Mas nada disso eu sei pintar e é por isso que eu pinto fachadas. Fachadas nuas. Simplesmente fachadas. E, às vezes, repito, bois em pastoral e cavalos ardentes.
Se há mistérios nessas fachadas, se há fantasmas atrás daquelas portas, não procuremos decifrá-los. Os fantasmas nada mais são do que fantasmas queridos.
Queria que meus quadros fossem simplesmente olhados e, se possível amados, mas jamais interpretados à luz fria das regras e das técnicas. Eles são coisas muito simples. São formas e cores. nada mais do que isso. Os meus quadros são os poemas que nunca escrevi."
Grande Crônica da Vida Real, repleta de desenhos emocionais.
Parabéns, Ize! Você consegui me tocar.
Bjs. Benny.
Que bom que vc gostou Benny. Em sendo o poeta que vc é, imagine o que isso significa pra mim.
Bj
Ize,
Agora és tu quem emocionas e traz à lembrança tua e às vistas de Overmundo as tintas de Cicico e, nesse bilhete pequeno, ele inteiro, como se percebe do que diz: "Os meus quadros são os poemas que nunca escrevi".
Ver os quadros é ver Cicico e, com certeza, parte da criação dele que também é, lindamente, tu.
Como disse: surpreendente e emocionante.
Pela madrugada! Por um instante, eu pude sentir o cheiro de água raz e, também, só não senti de terebentina, porque não tive como apanhar um dicionário pra saber o que significa.
Tze, não gosto de fazer média, nem comparo textos, porque cada um traz a impressão do momento inspirado do autor. Mas te digo, este é um dos textos mais bonitos que tive o prazer de ler neste site.
Você inicia aqui a escrita dos poemas que o seu pai nunca escreveu.
Fabuloso!
Adro e Marcelo, os comentários de vcs soltaram minhas lágrimas. Sabe por que? Porque é verdade mesmo que achei essa folhinha sem querer, ela me pegou de surpresa e me encheu de saudade. E sob o pretexto de continuar a conversa sobre poemas e poesias, o que eu trouxe pra cá foi a saudade tremenda de Cicico.
Bjs para vcs dois e super obrigada por desprenderem meu choro. Saudade tb se cura com ele.
Tze, Tze, Tze.
Muito bonito. A nostalgia mexe com as nossas vidas nmesmo.
Lindo, seu texto.
Ize, você tem razão. O texto tao enternecedor do seu pai, ilustra bem o tema da poesia e o poeta.
Ele, verdadeiramente poeta, mostra que a poesia está na alma e se manifesta em diferentes formas, cores e traços.
Beijos
Ize,
Os olhos enchem d'água só de ler, que dirá de ver. É bom de mais ter pai. Pai poeta então...O bom, o melhor de se ter esta referência assim, por escrito e, ainda por cima, pintada, com as cores inusitadas desta pessoa especial, é que a gente se reconhece, muito mais precisamente do que pela frieza da genética. A gente se vê (coisa cheia de estranheza esta coisa de se ver, fisicamente, no outro), e se arrepia de emoção. Você saiu bem a seu pai, já se vê agora.
Eu, perdi meu pai cedíssimo (aos 4 para 5 anos), sou ele escritinho (minha mãe sempre me dizia, insistentemente) rigorosamente em tudo. Vivo juntando os caquinhos dele que me sobraram na memória mas sinto, no ar, nos cheiros estranhos e remotos que sinto as vezes, se saber de onde vêm, o jeitão dele em mim.
Estranho pensar nisto agora. Foi o seu texto que me fez ver que meu pai também (como o seu e quase todos os pais) ficou pintado, indelevelmente, em mim.
Abs,
Franck, Saramar e Spirito, vcs não imaginam como gostei de vcs terem passado por aqui. Eu tb achei Saramar que esse escrito de meu pai, perdido no meio de velhas cartas e de antigas fotografias, respirava poesia. Mas além disso, ele me despertou isso que vc falou Spirito com tanto sentimento. E eu gostei desse eco que fez vc lembrar seu pai. A vida hj é de tanta correria, tanto desassossego, que a gente não para mais pra botar na lembrança o passado que nos constitui como somos. Vc acertou, eu me vejo fisicamente em meu pai e ele está indelevelmente pintado em mim, como o seu em vc.
Mto obrigada pelas palavras de vcs.
Bjs para os três
PS Hj falei com meus irmãos (o Francisco e a Tude) que tinha postado esse escrito aqui em homenagem ao Cicico pintor, mas principalmente pra nunca mais esquecer de lembrar do nosso pai.
Linda contribuição! E tão oportuna, assim, às vésperas do dia dos pais.
José Telmo · Belo Horizonte, MG 8/8/2007 19:16
Ize, linda lembrança sua, lindas fachadas sob um céu avermelhado e lindo poema de seu pai.
Mais do que nunca, vejo que preciso dar ainda mais atenção ao meu, que já está quase nos seus 90 anos. Ele vive me surpreendendo com histórias tão comuns e tão especiais de sua vida, algumas que ainda não tinha tido o prazer de compartilhar... Recentemente, descobri que ele, ainda menino, se atirou em um rio pra salvar uma senhora, em meio ao desespero de vê-la lutar contra a correnteza, sem que os adultos que assistiam à cena tomassem a iniciativa. E ele nunca soube nadar!
Sabe, penso que talvez meu pai seja um lindo poeta também, porque certamente ele dá muito mais poesia a minha vida!
Beijo.
Voltei para votar.
Fiquei relendo essas pinturas que ele p intaria, "se pudesse".
A saudade dos meus quintais quase me mata.
beijos
José, Saramar e Tetê, bom que vcs gostaram. Agradeço tb os votos. Tetê, a vida de hj muitas vezes nos leva a não valorizar os nossos velhos (minha mãe tem 83 anos; ainda é uma mocinha) que têm tantas experiências pra nos passar, histórias pra nos fazer rir e chorar, mãos calmas pra nos dar carinho. Essa história do seu pai é linda! Pede a ele pra contar outras e depois não deixa de me contar (que assim eu lembro um pouco do meu pai que era um contador de histórias inveterado)
Bj grande pra vcs
A primeira parte do meu comentário mandou para o seu e-mail.
Quanto ao seu pai, fiquei simplesmente apaixonada por ele. Ele não pintava só com tintas, pintava com as palavras. Impressionante encontrar-me confortavelmente nos quintais do seu pai. Eu, que reverencio tantos os quintais. E a visão que ele descreve é tão familiar à minha alma, ao meu universo... Num texto tão curto – tamanho o nosso desejo de continuar a ouvi-lo – pintou vários quadros memoráveis, desses que despertam na gente um desejo de habitá-los. E muito do que ele descreve nessa pintura encantatória da escrita já me habita, profundamente. Ize, que pinceladas vigorosas e carregadas de ternura as palavras de seu pai! Este quadro de Cicico pintado com palavras gostaria muito de tê-lo, um fac-símile, recriando o encanto visual de ver o bailado daquelas letrinhas inesquecíveis das velhas máquinas de escrever. Se ao entrar naquele quarto o seu pai, ao invés da paleta, tivesse se entregado à uma “Manuela” pintaria magistralmente os poemas que vislumbrava por trás daquelas fachadas, as sombras profundas dos quintais dos antiqüíssimos casarões e as miúdas realezas que costumam habitar esses lugares na nossa memória afetiva. Então, minha amiga, trate de providenciar uma cópia deste texto que a minha emoção cobiça.
Beijo grande!
Verdade, interpretar pintura, ou mesmo poesia se faria necessário, assim, penetrar-se na alma do artista, e extamente naquela momento, o outro dia, ou outro instante já não serve,
legal. Ize, um abraço, andre
Lendo os comentários acima observei que seu texto mexeu com o coração de todo mundo. Sabe Ize, o meu também encheu de saudades e ele (meu coração) manda dizer que está agradecido e emana paz e carinho por voce.
anamineira · Alvinópolis, MG 9/8/2007 16:34
Querida Ise:
Obrigado por ter-me chamado! Cavalos e bois desvinculados da sua natureza...
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Mulher!! Dei o voto de Minerva! rs
Como tudo que faz e mostra aqui no over, remete profundamente no mais íntimo do meu Eu.. esse tocou minha alma.. não sei oque falar ainda..não sei... mas volto pra dizer.. e olha sumi um pouco e andarei por mais um pouco sumida, porque estou me procurando. Bjs linda Ize.. e Li o anterior..votei..rs.. mas n tive como comentar
Querida Ise:
já está na sala de edição a meu tributo ao carater colaborativo do overmundo.
beijos e abraços
do joca oeiras,o anjo andarilho
Ize, linda,
como você já sabe, adorei o texto sobre seu pai pintor-poeta. O seu e o dele. A precisão da palavra, o colorido do texto e a beleza nostálgica da frase "Os meus quadros são os poemas que nunca escrevi" representam, mais que uma prova, um testemunho inequívoco de que você só poderia ter nascido assim, essa obra-prima de criatura. Parabéns mais uma vez, minha poeta.
Bjs.
Outra coisa que quase eu ia me esquecendo: adorei o quadro do seu pai
beijos e abraços
do Joca Oeiras,o anjo andarilho
Ps Quem sabe você nos brinda com um artigo sobre ele e a pintura místico-monástica-sensual do Cicico?
Cida, já tentei mandar recado pra vc pelo seu perfil. Escrevo, a tela congela e o recado não vai. Vou tentar mais tarde de novo. Mas, já vou antecipando que suas palavras sobre meu pai me comoveram, ainda mais misturadas com a ternura do seu e-mail. Vc sente a mesma coisa que eu. Sobre a folhinha datilografada, claro que mando pra vc (pena que sem o amarelecido do tempo). Vc chegou a clicar naquele ícone do torrent? Desculpe a falta de modéstia de filha coruja, mas Cicico era apaixonável em todos os sentidos, vc não acha rsrsrsrsr? Tentei colocar fotos de outros quadros, mas não acertei. Vou tentar aprender pra uma próxima vez.
Bj grande
André, Ana, Joca, Patrícia e Nivaldo,
adorei que vcs tenham gostado e agradeço, com meu coração, pelas palavras que vcs puseram aqui. Sabem por quê? Porque elas me ajudam a conservar a lembrança desse homem e a passá-la pra minha mãe, meus irmãos, filhos e sobrinhos.
Um beijo carinhoso em cada uma e em cada um
PS Nivaldo, Ah! se eu fosse poeta!!!
Joca, já fui lá. Li o edital. Na hora de ler o formulário, a tela congelou. Não sei o que está acontecendo. Vou voltar lá.
Bj
Ize, quanta sensibilidade e beleza juntas.
Passar pelo Overmundo a essa hora da madrugada valeu a pena.
Dormirei feliz. Obrigada por ter nos apresentado à arte de Cicico.
Esperamos outros quadros, mais memórias e arte, muita arte.
Bjs
OI Cintia, obrigada por vc ter vindo e gostado. E por me estimular a trazer para o overmundo mais da arte de meu pai.
Vc é um doce.
Bj
Ize.
Lembre-se do amigo sempre. Sempre que escrever, sempre que se entregar as tuas escritas, sempre que lembrar de toda sua sensibilidade entre a arte e a razão.
As palavras do seu Pai, traduz toda a sensibilidade que ele tinha com a vida. Muitas vezes não sabemos traduzir isso em sentimentos. Muitas pessoas e os homens (nós homens) somos atrofiados pelo medo de se entregar ao desconhecido, mas esta fascinação cheia de luz de harmonia que ele nos traz é algo tão glorioso e sútil edigo mais primordioso que, trata deste sentido da vida, deste entrega de uma forma tão simples como o bater das asas de um beija-flor.
Adorei !!!
Oi Higor, foi bom ler vc agora de manhã antes do dia de cão que terei. Suas palavras me animaram.
Muuuuuuuito obrigada!
Abrç grande
Ontem assiste pela primeira vez o filme "Vinicios". Me lembrei enormente de Cicico.
Bjs
Ontem assisti pela primeira vez o filme "Vinicios". Me lembrei enormente de Cicico.
Bjs
Gostei de botão.
Nem palavras ainda tenho.
Beijin, Ize.
Que homenagem bonita Ize. Vê-se de quem herdaste tanta sensibilidade. "Arte Hereditária"... Aproveitando, eu, que ainda sou 'filho', desejo à todos os papais overmundanos, um feliz dia dos pais. Um abraço pra ti querida Ize.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 10/8/2007 11:07Lindo, Ize. Sensibilidade tem tudo a ver com arte. Abraços.
Claudiocareca · Cuiabá, MT 10/8/2007 11:45
Que família talentosa, que bela história!
BJs
Cris
oi... no fim do arco-íris tem um tesouro, é isto... me sinto assim com estas palavras do seu pai sôbre as fachadas.Não sei pintar... mas amo as fachadas, qdo estou de carro, de ônibus, paro qdo estou a pé, indago do interior delas e agora leio uma resposta, são "fantasmas queridos"... Abraço pra tí.
analuizadapenha · Natal, RN 10/8/2007 13:08
Maria, Vinicius tem tudo a ver com Cicico.
Tem sido bom te encontrar por aqui.
Bj
Beijinho também pra vc Juli. Abrace o Adroaldo por mim.
Olá querido Felipe, obrigada por suas palavras.
Bj
Claudio, Cris e Ana Luiza, bom demais que vcs passaram por aqui.
Bjs para os três.
Ana, achei graça no que vc disse sobre as fachadas. Natal foi um dos lugares mais bonitos que já vi. As fotos no seu perfil são lindas. Foi vc que tirou? Maria vc precisa dar uma olhada. Agora que estou vendo que Felipe tb é de Natal. Terra do grande Câmara Cascudo.
Mais beijos
Menina,
que coisa linda este poema em cores,
e estes escritos tão cheios da vida de quem escreveu.
Maravilhada!
Abrçs!
Ize, que papai hein! Nota-se que o talento permeia em sua família.
Achei o texto duma humildade e gradiosidade fantásticas, muito lindo mesmo.
"Os meus quadros são os poemas que nunca escrevi."
Não é necessário nem comentários sobre esta máxima né.
beijos Ize.
Ize, esse escrito é uma verdadeira prosa poética. Um grande abraço.
Olá... seja sempre bem-vinda, mas as fotos não me pertencem, em três os créditos dos autores, as duas outras foram do site www.olhares.com.br, elas me escolheram... rs.Abraços.
analuizadapenha · Natal, RN 10/8/2007 17:15O melhor texto seu que li até agora. Os outros todos são ótimos, mas este parece ter sido escrito com as cores da alma com que seu pai pintava os seus quadros (dele).
Tacilda Aquino · Goiânia, GO 10/8/2007 22:08
Roberta, Lucas, Leandro e Tacilda,
muuuuito obrigada por virem aqui. Desculpem a demora em agradecer. É que esse overmundo é tão grande que a gente vai se perdendo direto.
Então Tacilda, não era bonito meu pai? rsrsrsrrs Estou te devendo um comentário ao último que vc fez lá na entrevista do Leo. Amanhã escrevo pra vc que tenho coisas a dizer sobre criança e leitura.
Ana Luiza, se as fotos não são suas, parabéns pelo bom gosto na escolha delas.
Abrçs
Ize
O mundo de um pintor, artista plástico nada mais é do que um poeta, escritor em cores, as entranhas da sensibilidade são as mesmas. Belo texto. bj
Acho que qdo. morei no Rio estive em contato com a obra de teu pai, através de quadros que comprei de terceiros...preciso puxar pela memória, vou verificar, foi nos anos de Sarney, 85/87..
Vou verificar, depois confirmo.bj
Hoje.. Voltei! Disse que voltaria e gosto de cumprir com o que digo, para que as palavras não virem meras palavras e as poesias meras imagens poéticas. Cicico - artista, pintor - pai poeta - homem - ESPÍRITO. Entendia que a simplicidade era o melhor caminho, compreendia que a vida, essa vida ae de artista não seria mera coisa vã. Simples porém imortal como as poesias que percorrem os milênios. Lindo e pleno de continuiade, pois saiu da gaveta do tempo, antes da traça e do papel virar poeira de letras nunca escritas. A Obra-Prima, a verdadeira - Não fica escondida não!
Patricia Moreira · Vitória da Conquista, BA 17/8/2007 12:50
Oi Patricia, o que vc escreve é tão lindo como seus quadros. Vc já está voltando do sumiço, já se achou um pouquinho? Eu tb às vezes tenho necessidade de me "perder" dos outros. É necessário, né? Afinal quem se achar tem que se perder rsrsrsrsr
Bj grande pra vc
Ize
AmigaIze
Tudo muito bonito a pintura e os escritos do seu pai. Quando eu estudava belas artes em são Paulo aprendi que o bom artista era aquele que sentia o sabor e o cheiro das coisas, sempre tentei usar meus sentidos ao analisar uma obra de arte. O fruidor é aquele que devaneia com o seu olhar. Tentei pintar durante uns tempos mas eu não conseguia captar o cheiro e o sabor com tanta felicidade, prefiro portanto ser fuidor e devanear com as imagens.
Um grande abraço
Elizete Arantes
Ize
Seu pai é um homem lindo, quanta sensibilidade!
Elizete Arantes
Ize, queria escrever um monte de coisas sobre esse teu texto, porém estou emocionada, creia, pensando no passado, sentindo até o cheirinho... lembrei de minha mãe que na infância fazia um pave em dia de aniversario que " sabia de cabeça" como ela dizia e que com o passar dos anos e das dificuldades acabou esquecendo a receita. Hoje só tenho a lembrança... bom, adorei o texto, e mesmo emocionada te confesso, bom relembrar aqueles tempos...
beijos no coração...
Querida Ize:
Emocionante!
Lindo!
Sensualidade floral!
Beijos_Meus*
*
Elizete, Zingara e e Lili_Beth,
Mil desculpas por não ter agradecido antes a presença de vcs aqui neste postado tão importante pra mim. Cada vez que volto aqui encontro meu pai tão inteiro que o perfume da terebentina chega a me inebriar.
Bjs
Ize
Ize, minha querida manoelita, senti tanta emoção ao ler seu texto que não me contive e chorei pela surpresa e pela beleza que encontrei em voce e seu pai. Eu não esperava ser associada a uma pessoa tão linda, tão intensa quanto ele.
Obrigada muitas vezes e de muitos modos, primeiro por abrir seu mundo lindo e nos permitir lhe conhecer. Aproximar-me de seu pai que tinha tantos desejos de pintar outras paissagens vivas foi pensar o quanto a arte nos transporta, nos torna produtoras de emoções e sentimentos dos mais diversos. Digo isto porque seu pai não pintava o que queria pintar mas sem o saber nos permitia pintar as nossas próprias vivências em seus quadros. O que isto significou para mim? O quadro de seu pai, de cores quentes, vivas em fachadas iluminadas numa rua vazia, povoou meu corpo e me permitiu viajar para lugares, tempos que nem sabia existir em mim. A tela é viva porque deixa espaço para o leitor e isto possibilita que povoemos seus cantos com cheiros, sons, quenturas que nós próprios vivemos ou gostaríamos de viver. E se isso não bastasse eu te aproximo dele nos meus textos, nos nossos encontros virtuais, isso é "muito ótimo" de ouvir Ize! Voce me fez sorrir, me deixou feliz! Muito obrigada Ize pelo começo de manhã - repleto de luz, de cor, de cheiros, de lembranças arcaicas que nem sei o nome, de saudades de mim. Um grande abraço, Shara.
Parabéns Ize, emocionante texto e obra muito bonita, o amarelo da torre da direita para esquerda é difícil de conseguir, o conjunto é bem equilibrado e profundo.
Abç..
Querida Ize:
Dias atrás escrevi a você sobre a possibilidade de mostrarmos, numa homenagem póstuma, os trabalhos de seu pai no Portal do Sertão Como você não me respondeu nem sim nem não coclui que, de alguma forma, o e-mail se extraviou e, por isso, volto à carga, agora por aqui.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Joca querido, não recebi o e-mail senão teria respondido imediatamente. Sinto-me honrada com a possibilidade da homenagem. E agradeço do fundo do meu coração em meu nome e no no de minha mãe e irmãos. Estou viajando pra Sao Paulo e assim que voltar volto a entrar em contato para saber quantas fotos vc precisa e para providenciá-las.
Mais uma vez obrigada. Bj grande da Ize
Shara minha amiga, mil vezes obrigada pelas palavras que tocam, tão ao seu jeito. Bj do tamanho do mundo pra vc.
Vitor, agradeço tb a vc a apreciação elogiosa do texto e da obra de meu pai. Bj
Querida Ize:
Continuo aguardando um posicionamento seu sobre a exposição- homenagem póstuma a seu pai. Espero que não tenha mudado de idéia.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
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