Eis que num cárcere da madrugada;
Emanei palavras que saíram caladas;
Memorizei o que havia;
E o nada me consumia;
O doce presente me alertava;
O véu que ali espanava;
Sua voz em meu ouvido dançava;
Quando me indagaram se eu vivo na realidade;
Eu lhes perguntei o que era realidade?
Pronto, me joguem na fogueira e me queimem;
Disse o que muitos temem;
Sinto forças para vencer o nada;
A força de uma alma alada;
Assim como o nada me corrói;
Vivemos buscando tudo o que constrói;
E esquecendo do nada;
Julgamos qualquer um, oferecendo escarrada;
Nós esquecemos que “nada é o que parece”;
Por um minuto imagine essa prece;
A morte realmente me indaga;
Será ela a única verdade?
“Nada é o que parece” me estala;
Morrer não seria verdade?
O Nada é o que parece me preenche, instigado busco saciedade;
Responde todas as lacunas;
Destrói todas as colunas;
A única coisa que o desfundamenta;
O que realmente arrebenta;
É encaixar outro “nada é o que parece”, ao próprio “nada é o que parece”;
E assim, em cadeias;
Não julgar relampeia;
Sugerir que nada, nem mesmo o “nada é o que parece” é o que parece;
Faz-me se sentir só;
Preso ao nada;
Querendo tudo;
Vítima dos que tem tudo, mas não entendem o nada;
Me prendo ao nada porque não tenho tudo;
Entretanto, se tivesse tudo;
Me curvaria a quem vive diante do nada;
“Nada, é o que me parece”.
O tudo é o nada em sua maior essência.
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