Fico pensando, quantas árvores você já plantou?
Só lá na Chácara, pra ficar vinte e sete, voce chegou a plantar
cento e dezesseis mudas de árvores.
Lembro quando você chegava em casa p.... da vida, várias vezes!
Foram anos, não foram? Lutar contra as mentes e mãos pobres
que abortaram as outras. Valeu ser persistente. Hoje as vinte e
sete Sibipirunas que enfeitam a nossa chácara estão lindas!
Fico triste por não ter acompanhado você, naquela época, para o mato ( resto da Mata Atlãntica) pescar Orquídeas.
Você voltava só com uma mudinha e deixava todas as outras lá na mata. Tinha dó de tirá-las do seu habitat natural.
E eu perdia aquele cenário mágico. Burra!...
Meu Deus! Você nem tinha um lugar para plantar, mas chegava
em casa com tantas mudas de frutas e flores presenteando
os vizinhos que tinham muito espaço. Até passou o
bico no jardineiro da prefeitura para deixar você plantar aquele
Jamelão na praça que, vinte anos depois, está lá oferecendo seus deliciosos frutos para os Sabiás e a criançada.
Lembra quando eu brigava com você por causa da grana que
gastava com plantas? Meu pai o achava um doido.
Nas beiras das estradas até o trevo do Distrito de Major Esequiel
você realizava seu sonho, e não diga que voce não era um
sonhador, para agir assim era preciso ter um grande sonho...
Suas mãos santas (hoje sinto que posso falar assim) abria uma
cova e presenteava a mãe terra com uma mudinha viva e verde. Aquelas plantinhas fraquinhas, agradecida pela chuva, pelo sol,
e abençoada por Deus e por você, cresceram. Houve sim, ventos fortes, muita seca, e até aquelas formigas que tiravam seu sono.
Passaram dias....meses....anos!
Hoje você passa com sua neta de dez anos e mostra para ela o
pé de Ipê Roxo lá na entrada das terras dos "Ponte Alta",
apanha mangas docinhas e dá para ela saborear no Sítio dos "Ben-
ta Silva". Aquela quaresmeira roxinha enfeita a casa dos Montei-
ros. Lembro de duas palavras que voce sempre dizia: Piscou,
dançou! Ainda continua dizendo para as filhas, os sobrinhos, os
amigos, os filhos dos amigos para "perder tempo plantando ár-
vores que a terra agradece" e se a gente piscar nosso planeta
dança.
Sinto triste por não fazer parte dessa história nem como atriz
coadjuvante. Só que ainda tem tempo.
Pessoal, ainda tem tempo. Ainda bem!
Lindo, lindo, adoro o jeito que você escreve. Estou dando início ao movimento "Morra Existencialismo Duma Vez". Beijão!
Rynaldo Papoy · Guarulhos, SP 11/9/2007 00:03
Ana, que maravilha, texto que mexe com as entranhas.
o bom de tudo é que uns plantam, e outros fazem poesias,
da um abraço no "BURLE MAX" mineiro por mim.
ÊEEEEEEEEEEEEE MÃE SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ ERA UMA POETISA "DAS BOAS" CADA DIA ME SURPREENDO COM O QUE VOCÊ ESCREVE!!!!! ASS: TAMARA SUA FILHA!!!!!!!!!!!!
anamineira · Alvinópolis, MG 12/9/2007 19:11Se ele era doido, <strong>Anamineira</strong>, que viva a loucura! Precisamos de doidos assim, malucos de "<em>dedo verde</em>". Você me fez lembrar meu pai, plantando uma cerejeira, quando todos diziam <em>"você não vai ver os seus frutos!". </em>Ele plantou assim mesmo, pois quem planta com amor não planta só para si. As cerejas? Ele viu. E colheu, por vários anos.
José Telmo · Belo Horizonte, MG 13/9/2007 00:14Se ele era doido, Anamineira, que viva a loucura! Precisamos de doidos assim, malucos de "dedo verde". Você me fez lembrar meu pai, plantando uma cerejeira, quando todos diziam "você não vai ver os seus frutos!". Ele plantou assim mesmo, pois quem planta com amor não planta só para si. As cerejas? Ele viu. E colheu, por vários anos.
José Telmo · Belo Horizonte, MG 13/9/2007 00:16Texto maravilhoso! Com uma simbologia muito direta e importante, acerca da integração homem e natureza, pela via da sustentabilidade. Adorei. Voto carimbado. Grande abraço!
Lobodomar · Guarapari, ES 13/9/2007 13:14
Rynaldo, Lioviola, Jose Telmo e Lobodomar, agradecida pelos comentários. Um abraço carinhoso em cada um.
Tamara, sou nada disso não. Escrevo com o coração cheiinho de amor, só isso. Um beijo gostoso!
Ana,
Texto de alta qualidade. Primoroso.
Benny.
Linda história. Aliás, já me acostumei com a beleza dos seus textos, com esse jeito leve de contar as coisas importantes.
A beleza de quem planta a vida com sua mãos abençoadas merece ser homenageada por quem sabe escrever tão bem. Assim, voc~e se torna coadjuvante.
beijos
Belo texto... mais bela ainda a história... Vivemos distraídos... enquanto a vida passa... Precisamos estar atentos, sempre... principalmente às pessoas e à natureza... Vim para arquivar! Abçs...
Nydia Bonetti · Piracaia, SP 14/9/2007 08:53
ANA,
que lindo texto, que personagem real maravilhoso.
Que bom que essas tuas lembranças se tornaram flores e árvores e sementes... Beijos!
Betha.
Benny, agradecida mais uma vez. Abraços .
J.Alves, obrigada pela visita. Seja bem vindo! Abraços.
Saramar, Nydia e Betha, estou aqui feliiiiiiiiz, muito feliz por poder passar, através dos meus contos, detalhes que encantaram o meu viver. Agradecida pelos comentários e, aquelas flores rochinhas do pé de Ipê, estou mandando um cacho pra cada uma de você. Faz de conta!
anamineira · Alvinópolis, MG 14/9/2007 09:27Dando um passeio, encontrei sua "chacara", parece com meu "sitio", parabens ...daqui pra frente, vou pegar umas "mudas" ai, para ver se "pegam" aqui. victorvapf
victorvapf · Belo Horizonte, MG 30/9/2007 06:30Victor, será bem recebido, com bolo e café de rapadura. Agradecida pelo comentário. Abraços.
anamineira · Alvinópolis, MG 30/9/2007 08:10Oi Ana, lindo seu texto. Lendo, fiz uma viagem de aproximadamente 2.300 Km. Moro em Natal/RN mas nasci em major Ezequiel, onde, com muita alegria, vou pelo menos uma vez ao ano. Abração, Terezinha
Terezinha Barreto · Natal, RN 19/2/2009 14:59Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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